Cláudio Messias*
Diriam os mais experientes, que estão nessa terra há mais tempo do que eu, que não fosse o vento e a geada teria arrasado a vegetação na madrugada de hoje em Assis. Das 6 às 7 horas o termômetro da estação meteorológica local marcou 4 graus, suficientes para ocorrência do fenômeno. Ventos moderados que sopram sentido Sul>Norte, contudo, impediram o congelamento do orvalho e pouparam o agricultor regional de mais esse prejuízo.
O vento que impediu a geada aumentou a sensação de frio. Com velocidade de 24 km/h a partir das 9 horas, esse sopro característico de agosto assustou muita gente em Assis. A sensação térmica, assim, é de pelo menos dois graus a menos do que marcam os termômetros desde a madrugada. No momento, a temperatura é de 8 graus na cidade, mas dependendo da exposição ou não ao sol pode implicar em sensação de até 4 graus.
Com o vento aumentando a umidade relativa do ar cai drasticamente. Daí a sensação de sufocamento, provocada pelo excesso de poeira no ar. Já na madrugada de hoje a umidade estava baixa, na casa dos 91% em plenas 3 horas. Agora, às 10 horas, está em 86%. Com ela em queda vem o agravamento do índice de radiação solar. O céu claro, sem nuvens, permite que a radiação esteja, agora, em 316. Ontem, com nuvens, nesse mesmo horário, correspondia à metade.
Na prospecção para os próximos 30 dias a tendência é que a região de Assis continue sem chuvas. Uma massa de ar seco e quente vai estacionar sobre uma grande área que corresponde a parte dos estados do Sul, todo o Sudeste, o Centro-Oeste e parte do Norte. Antes do predomínio desse fenômeno, contudo, o frio vai continuar. Ao menos até domingo os termômetros registram temperaturas mínima abaixo dos 10 graus pela manhã. As máximas também não passam dos 24 graus.
A despedida do clima de inverno deve acontecer em plena primavera, ou seja, após o dia 21 de setembro. Nas duas últimas semanas do mês que vem deve chegar a derradeira massa de ar polar dessa estação, fazendo despencar as temperaturas e, enfim, ocorrer chuvas. Ainda é cedo para especular, mas trabalha-se com a possibilidade de, depois de mais de 50 anos, gear no Sudeste e nevar no Sul em pleno final de setembro. Com o avançar das semanas retomamos a previsão e confirmamos ou não essa previsão.
*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.
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