terça-feira, 26 de dezembro de 2017

FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA - 26DEZ2017

VERINHO
As chuvas dos últimos dias estão compensando a primeira quinzena de dezembro, digamos, mais seca na cidade de Assis. Se até dia 18 havia chovido apenas 3 milímetros acumulados, até as 14h00 desse 26 de dezembro a soma de chuvas desde 19 de dezembro totalizou 71,6 milímetros.

VERINHO II
A temperatura, que estava elevada às vésperas do início do verão, caiu nesse período. Na madrugada do dia 20 para o dia 21 de dezembro, por exemplo, a estação experimental do Ciiagro em Assis registrou 19,5 graus. A temperatura naquele 21 de dezembro não passou dos 25,8 graus.

VERINHO III
Segundo prospecção do CPTEC/Inpe, de São José dos Campos, de hoje até dia 31 de dezembro pode, ainda, chover o acumulado de 63 milímetros em Assis. A temperatura média, por esses dias, continua abaixo dos 30 graus e não cai menos do que 19 graus. Isso, até dia 30, pois a partir dali a temperatura máxima volta a bater os 30 graus, com a mínima elevando para 22 graus.

FOCO
Raro e exceto leitor cobrou o retorno do blogueiro ao Facebook. Foi informado de que não; ao menos por enquanto a exposição da vida pessoal/intelectual/profissional não carece de ser explorada. Quando chegar o momento de voltar - se é que esse momento vai chegar -, o primeiro procedimento será a limpeza, com filtro, daqueles que são considerados "amigos" nessa rede social.

FOCO II
Como já ratificado cá, nesse espaço virtual, há as linhagens dos amigos, dos colegas e dos conhecidos. Ao pé da letra, ou em sentido literal de compreensão do étimo "amigo", só devem continuar compartilhando o mesmo espaço territorial de uma rede social as pessoas que somem em carinho, amizade, solidariedade, enfim, sujeitos cujas ações estejam em conformidade com o tão necessário pertencimento, ou seja, aquela relação recíproca que faz avançar, e não retroagir; que inclui, e não exclui.

AVANTE
O movimento no comércio de Assis nesse final de ano deve fechar em alta de quase 5%, se comparado ao mesmo período do ano passado. A associação comercial local deve confirmar nos próximos dias que as vendas de Natal foram 4,72% superiores às de 2016. O parâmetro para esse dado, positivo, são as consultas feitas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito, o SCPC, que monitora as vendas a prazo.

AVANTE II
O balanço positivo faz voltar a sorrir parte dos comerciantes da cidade. Desde 2013 o setor amarga uma das piores crises da história, coincidindo com os escândalos políticos protagonizados por Brasília. Em 2014, por exemplo, as vendas de Natal caíram 0,7%, mas em 2015, ápice do impeachment, a retração foi de 15,84%. No ano passado as vendas caíram 1,46%.

AVANTE III
O comércio de Assis vem de um 2017 de recuperação gradativa nas vendas. As datas sazonais mostraram uma Páscoa com crescimento de vendas em torno de tímidos 0,93%, mas um Dia das Mães amargo com a queda de 5,50%, retração continuou no Dia dos Namorados (-9,61%) e Dia dos Pais (-2,18%). Somente a partir do Dia das Crianças o setor voltou a crescer, com aumento de 3% nas vendas.

FOLGA
A competente Regiane Santos tirou dez dias para descansar com a família. Está passando Natal e Ano Novo na praia com marido e filha. A locutora das tardes da Difusora AM retoma o microfone da emissora na primeira semana de janeiro.

LICENÇA
Quem também se distanciará dos microfones da Difusora AM é padre Vicente. Em janeiro o pároco da igreja matriz de Tarumã será submetido a um procedimento cirúrgico para retirada de uma hérnia de umbigo. Hiperativo (definição do blogueiro), ele terá de esforçar-se para manter o repouso absoluto que esse tipo de cirurgia exige.

LICENÇA II
Padre Vicente termina 2017 tendo completado 25 anos de dedicação ao sacerdócio. Como ele próprio definiu em seu programa na Difusora nessa manhã de Natal, ser padre é a realização de um sonho de infância. Um sonho que, praticado, arrebanha fieis e admiradores pelas paróquias por onde é escalado a atuar pela Diocese de Assis.

RESTO
A "devolução" de verba não utilizada pelo Poder Legislativo de Assis no exercício de 2017 será utilizada pela Prefeitura para a milésima reforma do Centro Social Urbano. Propagada como resultado de eficiente gestão dos recursos públicos pela atual mesa diretora da Câmara, essa sobra, na realidade, é fruto de um planejamento de orçamento fora da realidade.

RESTO II
O correto, conforme o blogueiro já ratificou cá nesse espaço virtual, é que a Câmara, ao lançar o orçamento de 2018, considere que deverá solicitar ao Executivo a reserva de verba que corresponda a valor resultante entre o que planejou para 2017 e o que está 'devolvendo' ao município nesse final do ano. Muita maquiagem na cara da hipocrisia esse barulho todo feito em torno da 'sobra'. E não é de hoje, pois isso está incorporado na pobre cultura da política local.

SEM-NOÇÃO
Quem faz com frequência o trânsito entre Assis e Marília sabe bem o que tem sido, nas últimas semanas, pela rodovia Rachid Reyes. A concessionária que está 'reformando' trechos da pista aparenta ser marinheiro de primeira viagem nesse tipo de negócio. Sinalização péssima nos trechos em obras e, muitas vezes, trabalhadores que atuam como se estivessem em ruas de bairros sem movimento.

SEM-NOÇÃO II
O usuário que quiser reclamar desse tipo de situação só tem a alternativa de ligar para um 0800 da Artesp, que é a agência reguladora dos serviços de transportes terrestres, vinculada ao governo do Estado (o mesmo que está fechando o cerco de pedágios por todo o Médio Vale do Paranapanema). Esperar encontrar uma viatura com policiais rodoviários nesse trecho é pura utopia, dada a escassez de efetivo humano da Companhia de Policiamento Rodoviário local.

VAI QUE...
Mais uma virada de ano e a especulação de que a filial local da rede Americanas pode não chegar a 2019. A exemplo do Walmart, no entanto, clientes que compram ali consideram o local um dos melhores da cidade para daquirir chocolates e produtos de cama, mesa e banho.


CÁ ENTRE NÓS...
... onde estão as reportagens 'imparciais' do Assiscity sobre a buraqueira em que se encontram as ruas da cidade? Basta sair pela cidade e flagrar os galhos de árvores colocados por moradores (leiam-se pagadores de impostos) para alertar motoristas e evitar danos nos veículos. Atirar pedras é uma coisa, ser vidraça é outra...

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA

À ATIVA
Blogueiro esteve ausente nesse espaço virtual por meses. Conclusão do doutorado e tropeços de saúde forçaram a parada. Somado a isso, um quadro cada vez mais decepcionante relacionado à forma, hostil, com que pessoas têm se atacado via redes sociais. Daí, inclusive, a opção por distanciar do Facebook e sair de grupos de whatsapp.

À ATIVA II
O doutorado foi defendido, no Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em 20 de fevereiro último. A vinda, desde Campina Grande, para a retirada do documento, em agosto passado, foi somada a um susto: começo de enfarto no domingo de Dia dos Pais e, desde então, um acarretar de problemas.

À ATIVA III
Os sinais de que a relação corpo-mente não vinha boa foram dados nos meses que antecederam agosto, em Campina Grande. A desconfiança sempre esteve relacionada a alguns alertas identificados em exames urológicos, como obstrução da ureter, aumento no tamanho da próstata e dois cistos no rim esquerdo. Nada, contudo, procedia. Na realidade, o entupimento de safenas aplicadas em cirurgia cardíaca de 2015 era o motivo de todo o desequilíbrio.

À ATIVA IV
A saga começou no Dia dos Pais, com passagem pela emergência do HMA, em Assis. Depois, exame ecodopler com estresse, no Centrocor, apontou para a possibilidade de obstrução nas coronárias. Cateterismo feito nos dias seguintes, no Centro Cardiológico da Santa Casa de Marília, mostrou que, na realidade, três das quatro safenas aplicadas estavam com obstrução superior a 90%. Duas delas foram desobstruídas durante o procedimento, mas uma continua bloqueada.

À ATIVA V
Como em 2015, uma úlcera voltou a manifestar e fez o blogueiro perder muito sangue. Sob os cuidados de Paulo Teixeira, gastro, o sangramento foi controlado, tratado e, em endoscopia, resultado de biópsia será conhecido nesse dia 21 de dezembro. Antes, cirurgia nos dois olhos, sob o comando de Eduardo Andreghetti, oftalmologista, e as mãos médicas precisas de Vitor Coronado.

À ATIVA VI
Como disse Rubens Tofano, cardiologista que comandou a cirurgia cardíaca do blogueiro em 2015, o corpo humano funciona tal qual um veículo automotivo: depois da primeira retífica estouram problemas cotidianos. O desejável, é uma pena, seria uma incidência menor de problemas e a possibilidade de restabelecimento por um período mais duradouro. Até porque o quadro atual mostra a chegada de um novo procedimento cirúrgico que desobstrua a safena afetada.

FATO
Como o blogueiro anunciou em 2014, o grupo Bordignon, da região Sul, está desembarcando em Assis com uma filial. Há algumas semanas o prédio que acolherá a bandeira ConstruCasa, no Parque das Flores, recebeu a fachada com o logo da empresa. Previsão de inauguração em fevereiro.

FATO II
De início havia a possibilidade de o Grupo Bordignon trazer para Assis a bandeira Telhanorte, associada à empresa desde 2005. No entanto, o perfil de consumo de materiais de construção do Médio Vale mostrou vocação maior e melhor para as fases iniciais de obra, e não somente de acabamento. Perfil, pois, da bandeira ConstruCasa.

FATO III
A vultuosidade do prédio da ConstruCasa, em Assis, impressiona. Mas, não é para menos. O prédio terá algo em torno de 70% de sua área reservados para Centro de Distribuição. A cidade ganha com esse perfil, uma vez que o CD implica em giro direto de arrecadação de ICMS e outros tributos resultantes as negociações das mercadorias aqui estocadas.

MACRO NEGÓCIO
O mercado imobiliário local especula sobre a possibilidade de batida de martelo em um negócio do setor supermercadista. Uma rede atacadista estaria interessada na compra do prédio do Walmart. Caso concretizado, o negócio traria a Assis a primeira loja de uma rede essencialmente atacadista. Negócio para desenrolar nos primeiros meses de 2018, implicando no fechamento do prédio por 60 dias, para adequação que permita o funcionamento de restaurante nas novas instalações.

FECHA
A indústria de balcões refrigerados Incomar, de Chavantes, SP, pode estar fechando as portas. Vinda de uma crise ao longo dos últimos 10 anos, a empresa da família Martins foi pauta de especulações sobre um fechamento em 2017, mas manteve a política de recuperação. No entanto, dispensa de funcionários que surpreendeu o mercado sinaliza para a possibilidade de encerramento das linhas de produção.

SUPERMAU
Repetidas ocasiões de mau atendimento no setor de caixas fez, nos últimos anos, o blogueiro abrir mão da reconhecida qualidade do supermercado Superbom, em Assis, nos setores de açougue e padaria. O lema é: pagar bem para ser bem atendido. Uma exceção, no entanto, foi aberta em novembro, quando o blogueiro levou a matriarca da família para compras naquele estabelecimento.

SUPERMAU II
A matriarca passou mais de 10 anos fora de Assis e, viúva do segundo casamento, retornou para a casa de sua propriedade no Parque das Acácias. Fez as compras e, na hora de passar no caixa, pedimos para colocar CPF na nota fiscal. Eis que a funcionária afirma: "ah, tinha que ter pedido para colocar antes de eu fechar a compra". Respondemos que geralmente somos perguntados sobre a preferência por colocar ou não o CPF antes ou ao final das compras. E eis que a resposta veio ainda mais arrogante: "ah, não perguntei e também não dá mais para colocar. Paciência".

SUPERMAU III
Além de enfatizar para a matriarca a não preferência por aquele estabelecimento o blogueiro, antes de sair, passou no setor de gerência e relembrou que havia anos não fazia mais compras ali, por mau atendimento; e que aquela experiência ao pedir CPF na nota havia convencido de que definitivamente ali não mais haverá compras. Um consumidor a menos talvez não faça falta para o Superbom. Mas, se todos que forem maltratados ali resolverem, como o blogueiro, deixar o dinheiro somente em locais em que prevaleça o respeito ao consumidor...

CULTURA
Mas, mau atendimento não é exclusividade desse ou daquele supermercado de Assis. No Avenida Premium, antigo Vitória, blogueiro passou, por volta de 19h30, para comprar massa de tapíoca e peito de peru fatiado. No setor de frios a primeira funcionária, simpática, atendeu com delicadeza. Quando foi fatiar o peito de peru, no entanto, ouviu o esbravejar da segunda funcionária: "ah, a máquina de fatiar já está lavada".

CULTURA II
A primeira funcionária, simpática, ainda tentou convencer o blogueiro de que o peito de peru fatiado e disponibilizado em bandejas, nas gôndolas refrigeradas, era o mesmo. No entanto, os 300 gramas solicitados resultariam em seis ou sete bandejas, volume que atrapalha o espaço interno de qualquer geladeira doméstica. Sob o olhar de desdém da segunda funcionária o blogueiro agradeceu à simpática atendente e optou por não levar nem o peito de peru, nem a muzarela fatiada que pretendia.

CULTURA III
Blogueiro não deixou de frequentar o Avenida Premium, filial da Rede Avenida que, convenhamos, dota de boa estrutura e localização estratégica para compras principalmente aos finais de tarde. Tem as mesmas mercadorias que Plus e Max, por exemplo, mas, maior agilidade na concretização das relações estacionamento>compra>pagamento>saída. Como forma de evitar novos e futuros estresses, a estratégia: no setor de frios, esperar pelo atendimento da simpática. Quando a vez de ser atendido coincida com a não-simpática, educadamente ocorre o comunicado de que o blogueiro irá esperar a liberação da simpática.

SECA
Somente nesse dia 18 choveu em volume suficiente para que as lavouras correspondentes à safra de verão, na região de Assis, comecem a aliviar a possibilidade de perdas reais. Na primeira quinzena de dezembro choveu somente 0,3 milímetro, em média, nos municípios monitorados pelo Ciiagro, órgão da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado.

SECA II
Na safra 2017/2018 a prevalência é de lavouras de soja, com 55% da área cultivada no Médio Vale. O milho corresponde a 40% da área. Nessa estimativa não é considerada a monocultura da cana-de-açúcar, que se colocada no cenário de produção regional abocanha 97 mil hectares, ou 43% do total (soja ficaria, nessa perspectiva, com 26,2% e o milho, 24,8%).

SECA III
De acordo com o IPEADATA, ao contrário do que muitos pensam, plantar soja e milho ou, então, arrendar terra para cana-de-açúcar não é a alternativa de produção mais lucrativa na região de Assis. Cultivar tomate rende ao produtor  R$ 55,1 mil por hectare, liderando o ranking regional de lucratividade. A segunda cultura mais rentável por aqui é a uva, com R$ 13,8 mil por hectare produzido. A cana-de-açúcar é a sexta cultura em lucratividade na região. A soja, com R$ 780/ha, é somente a nona e o milho, a 12ª lavoura mais rentável, com R$ 444/ha. Até quem planta bananas tem mais lucro por hectare do que quem cultiva soja e milho.

MATURAÇÃO
O assisense Mauro Júnior está, discretamente, delimitando o território que o levará à consagração no cenário internacional do milionário mundo do futebol. Revelado n a escolinha do técnico Corina, o meia ganhou visibilidade passando pelo Desportivo Brasil, na Segunda Divisão do Campeonato Paulista, período em que o clube era administrado pelo empresário J. Hávilla.

MATURAÇÃO II
Atuando pelo Desportivo Brasil, que hoje pertence a um grupo chinês, Mauro Júnior chegou à Seleção Brasileira Sub-15. Hoje com 18 anos, o atleta assisense está atuando na Europa. É destaque no PSV, de Eindhoven, na Holanda. É o camisa 10 do mesmo pelo time por onde passaram, um dia, Romário, Rivaldo e Ronaldo Fenômeno.

Mauro Júnior assinou com o PSV até 2020.

O jogador brasileiro recebeu a camisa 10 do time holandês


MAIS LEVE
O médico Luis Marquezine, de Assis, continua sendo pauta aos domingos à noite no programa Câmera Record. Internado em um SPA na cidade de Sorocaba, ele saiu dos 292 quilos que apresentava três meses atrás e chegou aos 252 quilos. Portador de obesidade mórbida, o assisense caminha firme rumo à meta de, mediante perda acentuada de massa corporal, ser submetido a cirurgia bariátrica. A assistência é da ONG Renovando como a Águia.

TALENTO
As tardes de Assis e região ficam mais leves e alegres sob a voz de Regiane Santos, que ocupa o microfone da rádio Difusora AM, das 13h00 às 17h00. A locutora assume com competência o posto um dia ocupado por Márcia Gianazzi. E, convenhamos, nem é justo comparar. Regiane tem uma simpatia cativante e, sob interação da rede social Whatsapp, dá espaço para que todos participem. Blogueiro já participou, foi atendido e há meses sintoniza os 1.140 AM, estando em Assis ou Campina Grande, através do site difusoraassis.com.br.

INCÓGNITA
Assinantes da TV Cabo e da Cabonnet têm sido informados, nos últimos meses, sobre a posição de que uma empresa é uma empresa, a outra empresa é outra empresa. Ou seja, ser assinante da TV a cabo em nada está, mais, vinculado ou condicionado à assinatura da internet banda larga.

INCÓGNITA II
Blogueiro é assinante do serviço desde a chegada a Assis, nos anos 1990, antes de a família Rapchan assumir a gestão da TV Cabo Assis. E estranhou ao ser informado, por telefone, de que a Cabonnet não está maios vinculada à operadora de TV a cabo.

INCÓGNITA III
Seja qual for a fusão ou cisão que esteja ou tenha ocorrido, Assis não dispõe dos mesmos canais que a empresa de TV a cabo oferece, por exemplo, em Ourinhos. Na vizinha cidade o site tvmap.com.br mostra grade da Cabonnet que tem canais vinculados à Globosat, como Sportv, GNT , GloboNews e Multishow. Tais opções não são oferecidas aos assinantes de Assis.

Grade exibida pelo site TVmap.com.br mostra canais, em Ourinhos,
não disponibilizados em Assis


EXPANSÃO
Sócios do Assis Tênis Clube terão outras duas opções de quiosques para confraternizações em 2018. O primeiro será instalado ao final da pista de cooper/atletismo e o outro, ao lado do espaço reservado a modalidades como jiu-jitsu, judô e caratê.

DESPEDIDA
Os associados do ATC despediram-se, no dia 7, de um dos funcionários mais queridos do clube. Nei, que coordenava a sauna, não resistiu à agressividade de um tumor no cérebro. Torcedor fanático do Corinthians e do Vocem, ele afastou-se das funções no primeiro semestre de 2017, quando iniciou tratamento.

CÁ ENTRE NÓS...
... quem foi consultado sobre a retomada de mão dupla na Avenida Rui Barbosa?


sábado, 21 de outubro de 2017

PRENÚNCIO - E se for agora?

Cláudio Messias*

Dia desses, na solidão que me tem sido peculiar desde que optei por empregar-me a 2.800km de meu lar, fiquei a refletir sobre (a) o que fiz nesses passados 47 anos e meio de vida e (b) se compensou ter feito o que fiz.

Meu primeiro sonho, na infância, conforme está registrado em meu memorial circunstanciado, que faz parte de meu projeto trienal na Universidade Federal de Campina Grande, era desmaterializar-me na condição de um dos agentes que, na  minha infância, faziam o meu imaginário de ouvinte infantil de rádio. Por mais de duas décadas fui radialista, jornalista, comentarista de TV, enfim, exerci o mercado da comunicação.

A mulher que mudou minha vida e deu-me apoio em tudo o que fiz também foi o norte para que eu chegasse onde estou hoje. Minha esposa, com quem convivo desde os 19 anos, sempre foi meu parâmetro para superar as adversidades. Também nasceu na pobreza da zona rural, cresceu sob a dificuldade de não ter tudo o que comer, roupas a vestir e, muitas vezes, condições mínimas para estudar e seguir em busca dos objetivos principais.

De jornalista a professor, transitei por esses caminhos profissionais segurando as mãos de Rozana. Uma negra que formou-se no ensino superior, lecionou na rede pública do Estado de São Paulo, fez mestrado e doutorado, tudo em instituições públicas e sem precisar ser beneficiada por cotização. Agora, nesse momento, encontra-se na Georgetown University, em Washington DC, em pós-doutoramento com bolsa Fapesp. Não é qualquer pessoal, não é qualquer educadora, não é qualquer pesquisadora e, digo com propriedade, não é qualquer esposa ou qualquer mãe de familia.

Iniciei a saída do jornalismo aos 33 anos, quando fui demitido em derrota na afronta a um editor de jornal na cidade de Marília. De marido desempregado, que para alguns parentes era folgado e vagabundo, sustentado pela esposa, formei-me em História na mesma Unesp-Assis que a esposa. Seis anos como professor na rede pública do Estado de São Paulo, uma especialização (ainda não concluída) em Comunicação Popular e Comunitária na UEL-Londrina, docência no ensino superior privado, mestrado e doutorado na USP e, nesse ínterim, aprovação em concurso público na Universidade Federal de Campina Grande.

Um casal com história de vida correlata. Uma vida a dois que está completando 28 anos em 2017. Dois filhos maravilhosos. E, claro, uma vida familiar como todas as demais, com seus conflitos, suas incoerências, suas baixarias. Coisa de gente normal.

Mas, o que me fez parar para pensar se compensou chegar até aqui da forma como estou chegando está relacionado a saúde. À minha saúde. Como registrei cá, nesse blog, já cheguei aos meus 104 quilos, resultado de uma vida sem controle alimentar adequado. Somado a isso, um histórico familiar de cardiopatia que só descobri em 2010, quando meu pai, José, foi submetido a cirurgia na Santa Casa de Presidente Prudente. E, sim, por ser congênita, a doença denominada isquemia miocárdica grave escolhe a esse filho de José, que aqui escreve, para iniciar uma fase interminável de sofrimentos.

O cardiologista Lisandro, que fez a cirurgia em meu pai, alertou-nos, em família, em 2010, sobre o fato de aquela cardiopatia ser congênita. E que os 4 filhos de José deveriam precaver-se. Desde então, iniciei monitoramento com cardiologista em Assis e iniciei controle alimentar que tirou-me 10% do peso. Nada, contudo, que alterasse o quadro de portador da isquemia miocárdica grave.

Já relatei, cá no blog, a cirurgia cardíaca a que fui submetido em 2015, na Santa Casa de Marília. O que não relatei e não tenho relatado são as sequelas desse procedimento.

Recebi quatro pontes de safena e uma ligação de mamária em 13 de fevereiro de 2015, depois de dois enfartos. Naquela data eu encontrava-me ocupando o cargo de docente na Universidade Federal de Campina Grande e com doutoramento em andamento na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Somado a isso, fazia o acompanhamento da saúde de meu pai, que desenvolvera a doença miastenia gravis pseudo paralítica como decorrência da cirurgia cardíaca.

Resumindo, cuidei de meu pai, mantive como pude as atividades na Universidade e concluí meu doutorado, na USP, com um ano e dois meses de antecedência ao prazo regular. Defendi minha tese em 20 de fevereiro de 2017. E, então, tudo caminhava para uma tranquila condução de minha vida profissional, conciliada à minha vida pessoal, familiar.

Meu diploma de doutorado ficou pronto, na USP, na última semana de julho passado. Pedi, pois, afastamento na Universidade e cá vim buscar o documento que almejei em 2003, quando saí de Marília e decidi trocar o jornalismo pela sala de aula. As datas de retirada do diploma coincidiram com (a) a ida da esposa aos EUA, para período de seis meses de pós-doutorado, e (b)o Dia dos Pais.

Acompanhei a esposa até Guarulhos, para embarque rumo a Washington, na mesma data em que retirei meu diploma de doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. Na segunda-feira seguinte eu retornaria a Campina Grande, mas, antes, no domingo, passaria o Dia dos Pais com meu pai, José, e, claro, meus irmãos e meus dois filhos.

Só que às4h50 do segundo domingo de agosto fui acordado por uma dor aguda, igual ou mais forte do que dores que havia sentido em duas ocasiões anteriores e que levaram-me, na ocasião, à mesa de cirurgia. Antes das 7h00 meu filho Vitor, acompanhado de minha maravilhosa nora Júlia, estava comigo no Hospital e Maternidade de Assis. Sim, era o terceiro enfarto. O primeiro após a cirurgia de 2015.

Alguns sinais foram dados, pelo meu organismo, de que as coisas não estavam bem. De fevereiro até agosto por diversas vezes passei mal na universidade, algumas delas dentro de sala de aula. E na solidão de quem vive e convive sozinho, perturbações que nos fazem fugir do controle da razão, chegando a especular o pior de todos os fins.

Com esse terceiro enfarto o coração, que já nao estava bom, ficou ainda pior. Enfraqueceu. Descobri, pelos cardiologistas, o que é a bradicardia. O bichão não bombeia sangue como deveria, a todos os órgão vitais, e em algumas circunstâncias isso provoca panes. Em síntese, quando estou em prática de atividades físicas o coração corresponde, sem problemas. Mas, quando em repouso, vem a angina, que é a dor provocada justamente pelo fato de o bombeamento de sangue não ser suficiente.

O que vejo, hoje, é um Cláudio Messias que aos 47 anos de vida ouve dos médicos que não compensa abrir novamente o peito e mexer no coração, passados apenas dois anos e meio após a cirurgia. O que resta é administrar o quadro com medicamentos e, dia após dia, vivenciar eventos diversos, como madrugadas de sono interrompidas sempre às 4h00, com o coração dando o recado de que, sim, tem muita coisa errada acontecendo.

De todas as lições que tiro disso tudo, a melhor é aquela que ouvi de Francisco Faro, psiquiatra que desde o ano passado ajuda-me, em tratamento, a administrar minha vida emocional. Aprendi a dizer "não". Se não estou bem, não faço. E não estou bem.

Depois da cirurgia de 2015 perdi a confiança no futuro vindouro. Mas, com o pai em situação de saúde que exigia a minha presença contínua, um doutorado que exigia-me madrugadas de produção textual e leituras de livros e um emprego que revelou-me com quem poder e não poder contar, não tive outra alternativa a não ser colocar essa incerteza de vida vindoura em segundo plano.

Agora, do dia dos pais para cá, com o susto do terceiro enfarto, voltei à estava zero da incerteza sobre o que vem pela frente. Continuo e não arredo pé de minha disposição por dizer "não" quando não puder fazer. Mas, não sei planejar o amanhã.

Agora mesmo o relógio marca 1h10 de uma madrugada de domingo. Venho de uma noite anterior interrompida às 4h30, pela dor aguda no peito. Tomo meus remédios, aguardo o efeito e confio que não será necessário, de novo, meu filho correr comigo para o hospital.

Nessas madrugadas de sono interrompido pela cardiopatia fico a pensar. Um doutor, docente em universidade pública, talvez prestes a enfartar pela última vez, perambulando pela casa, enquanto aqueles que o criticavam e criticam, sem ter feito metade do que fez, repousam na tranquilidade.

Ver o sol raiar, como fiz hoje, soa como alívio, pois a alvorada coincide com o efeito do medicamento que controla o bichão dentro do peito. Reforço minhas orações a Nossa Senhora de Fátima e ao deus como defino como Força Criadora, e confirmo que não, não foi dessa vez que parti.


Poucas vezes arrependo de algo que tenha feito. Talvez saiba contar nos dedos eventos dessa natureza. Não, não ser agora que irei relatar um arrependimento. Contudo, a sensação de prenúncio de fim me faz querer pedir mais tempo. Tempo de concluir o que comecei. Tempo de ver o que ainda não vi. Tempo de não dar a meus pais aquela que talvez seja a pior das amarguras, que é inverter a ordem e despedir-se de um filho.


* Professor universitário e jornalista, é doutor em Ciências da Comunicação pela ECA-USP.

terça-feira, 20 de junho de 2017

INTROSPEÇÃO - A boa conversa como remédio, nem que seja com desconhecidos

Como definiu um dos cardiologistas que em 13 de fevereiro de 2015 implantaram-me quatro safenas e uma mamária, nosso organismo funciona tal qual um veículo automotor: depois da primeira retífica, haja manutenção periódica!

Por esses dias de São João no Nordeste cá estou, novamente, reparando a carcaça, em manutenção. Algumas alterações daqui, dores dali, mas a vontade continuar vendo nascente e poente do astro maior, de preferência com os pés no chão, sobressai.

Entre um agendamento e outro, nas clínicas da vida, fui, ontem, levar Júlio, o caçula, a Cornélio Procópio, para a derradeira semana de aulas antes do recesso julino. Faço o caminho por Palmital>Andirá>Bandeirante>Santa Mariana>Cornélio. Não só por recusar-me a pagar 40 reais em um único pedágio, em Sertanópolis, no caminho por Sertaneja. Sim, por sentir-me mais em casa no trajeto que passa pelo distrito de Nossa Senhora Aparecida.

Essa localidade é mais um vilarejo do que necessariamente o que as políticas públicas denominam como distrito. Passo, ali, desde os anos 1990, logo após a construção da ponte que, parte das obras de compensação ambiental do complexo hidrelétrico de Canoas, liga os estados de São Paulo e Paraná. Caminho, nosso, para as viagens rumo às praias do litoral Sul.

'Aparecida', como resumidamente é chamada a localidade, é cortada pela rodovia. Um obstáculo faz com que os expressos visitantes a percebam. Não fosse esse redutor de velocidade e as aproximadamente cinco quadras com residências e comércio se resumiriam a uma visualização feita em menos de 10 segundos.

Júlio, o caçula, estuda em Cornélio Procópio desde 2015. Há dois anos, portanto, sempre que posso, o levo por esse trajeto. Sem, contudo, jamais ter parado em Aparecida, apesar de esse desejo sempre ser manifestado a meus acompanhantes de viagem. 

Apreciador que sou, com moderação, de uma cerveja (a única bebida alcoólica que consumo, ainda assim misturada, quando possível, com cerveja sem álcool, preferência que explico em outra postagem), sempre imaginei parar em um dos botecos de Aparecida. Não exatamente para beber, pois o compromisso ao volante exige o contrário. Mas, para prosear.

Nas incontáveis vezes por que passei em Aparecida sempre tive a sensação de que os frequentadores de boteco, ali, são diferentes. Ninguém com aspecto de "beber, cair, levantar". O oposto: pessoas que encontram-se mais para comunicar-se do que para beber. Aquelas circunstâncias em que se tiver algo para comer e para beber, ótimo, pois, se não tiver, falta não fará.

Ontem, Júlio estava com tosse e dores no corpo, prenunciando gripe. Em vez de colocá-lo no ônibus, resolvi levá-lo a Cornélio. Saímos de Assis por volta de 17h15, a tempo de ele pegar o início da aula às 19h30. Passamos por Aparecida 35 minutos depois, com a noite já predominando. Avistei, então, os botecos com seus frequentadores, e logo imaginei que, no retorno, se o movimento continuasse aquele, eu enfim pararia em um dos bares.

Viagem tranquila até Cornélio, as malas do filho deixadas no apartamento em que mora, o próprio ficando na universidade e... estrada de volta. Passei por Aparecida por volta de 20h10. Os botecos estavam esvaziados. Com a velocidade bem reduzida fui desistindo da parada, convencido de que ficaria para uma próxima ocasião. Até que o último bar à direita tinha dois senhores ao balcão, sendo atendidos pelo casal proprietário do ponto comercial.

Estacionei o carro, desci e, quando entrei, pairou aquele silêncio que faz lembrar os filmes de faroeste. A conversa cessou e logo um dos clientes já anunciou que tinha esgotado a cota do dia e precisava ir embora. Foi quando pedi um refrigerante e logo anunciei que estava, ali, realizando uma vontade, de parar em Aparecida e dialogar com pessoas daquela localidade. Pedindo, claro, desculpas por interromper a conversa em andamento.

Sentado em uma banqueta, ao balcão, peguei o celular e atualizei a visualização de conversas no whatsapp, tentando garantir a privacidade de quem ali já estava. Olhos no aparelho celular mas ouvido nas conversas, que continuaram. Soube, por exemplo, que ali um frango caipira sai por 20 reais, o quilo da linguiça de porco, "das boas', sai por 12 reais e que é possível encomendar de milho verde a mandioca e banana, desde que passando para pegar um dia depois.

Intrometi na conversa e perguntei se ali havia, também, o hábito que se tem no Nordeste de distinguir galinhas de granja, caipira e de capoeira. Logo meus (novos) colegas de bar já disseram que galinha de capoeira era um costume que se tinha, vindo de Minas Gerais, de definir galinha caipira criada solta. Foi, então, que pontuei que em Campina Grande a galinha de capoeira é aquela que, selvagem, é criada sem qualquer intervenção humana ou urbana. E tive de explicar melhor.

Àquela altura, o colega que dizia estar na hora de ir embora pediu mais uma lata de cerveja. Seu interlocutor, também colega, pediu mais uma dose de Contini. Até o proprietário do bar abriu uma latinha de Skol. Estava, pois, consolidada uma roda de conversa.

Ficar sentado naquela banqueta fazia com que a compressão do meu canal da ureter, que tantas dores tem me provocado nas últimas semanas, tornasse o quadro agudo. Mas, eu insistia naquela tarefa de suportar a dor, mas curtir a conversa. Que meus interlocutores são trabalhadores do campo eu não tinha dúvidas. Mas, eles não sabiam que eu era, o que faço da vida. Não que, claro, eu não visse nos olhos de cada um a curiosidade para perguntar: "o que você faz da vida?".

Esclareci sobre minha profissão, de professor paulista que dá aulas na Paraíba, sob olhares atentos cujos donos repetiram uma pergunta frequente a meus ouvidos há mais de quatro anos: e como faz pra ficar tanto tempo fora de casa sem, sem... você entende, né?! Expliquei, claro, que minha família ora vai a Campina Grande, oras me recebe aqui, como agora, e que levamos muito bem essa vida de cada parte estar num canto desse país continental.

Aquela prosa toda avançou pela noite. Já passava das 21h30 quando a senhora, esposa do proprietário do bar, aproximou-se dele, transparecendo o código de linguagem não-verbal que 'diz' mais ou menos assim: "chega". Minutos antes, um dos colegas que estavam na conversa havia se despedido, dizendo ter um compromisso na casa de um parente. Foi e voltou em questão de 10 minutos, reclamando que haviam combinado algo com ele e 'furado'.

Tomei a iniciativa de ser o primeiro a encerrar aquela deliciosa conversa, constrangido com o fato de a esposa do dono do bar querer o fechamento do ponto. Foi quando esse colega de boteco, que havia ido embora e retornado, assim definiu aquele primeiro encontro com o colega paulista-paraibano: "quando eu vi que meu compromisso em família havia furado, peguei a bicicleta e corri de volta pra cá, pra gente continuar a conversa".

São presentes assim, em forma de amizade, que fazem os botecos ambientes de socialização que remetem ao que a minha prática de professor pesquisador contextualiza como ecossistema comunicativo. O que prevalece, ali, é a comunicação popular, circunstância em que as relações inter-pessoais são baseadas no pertencimento, ou seja, aqueles colegas que lá se encontravam bebendo e conversando tinham e têm a sua própria rotina e seus códigos de vivência, e não abrem isso a qualquer intruso ou estranho. Foi necessário uma ação de intervenção, de gestão da comunicação, para que eu me aproximasse, me apresentasse, tornasse parte do diálogo, comprovasse meus interesses em nada conflituosos com o que aspirava o grupo e, assim, fosse incluído como parte comum daquele coletivo.

As sequelas de episódios anteriores à minha cirurgia cardíaca me impedem, hoje, de guardar alguns dados na memória. É dessa forma que os nomes dos colegas que conheci ontem não foram arquivados na minha cabeça. Importância subjetiva, pois na minha próxima vinda por essas terras lá estarei, novamente, para uma passagem em prosa.

Agora, em vez de forasteiro, chego a Aparecida como convidado desses colegas. Um ofereceu-me almoço com carne de porco, enquanto o outro afirmou que frango caipira igual ao de sua esposa não se encontra nos arredores. Longe, óbvio, essa intenção em meus planos, pois passei em Aparecida, mesmo, para dialogar com pessoas que, sabia, são humildes e encontram-se fora de meu universo de trabalho.

Às vezes (para não dizer 'sempre'), precisamos sair do ninho, romper a cerca ou deixar a zona de conforto para conhecer o novo. O mundo lá fora não é diferente do nosso, é igual. As pessoas têm problemas, choram, lamentam perdas, decepcionam-se com a política, têm desejos diferentes e buscam compensar as frustrações de alguma forma. Nós é que nos auto isolamos do mundo, muitas vezes sob uma arrogância que nos torna desumanos, enquanto entendemos ser o suprassumo da humanidade.

No reino da hipocrisia. boteco é lugar de perdição, por conter bebida e pessoas que as consomem. Mas, não. Boteco é uma empresa como outra qualquer, recolhedora de impostos, empregadora formal. Quem por ali passa faz parte da engrenagem que movimenta o mundo, ou seja, é parte de um sistema a que denominamos capitalismo. Basta olhar para os arredores e, visualizando de cima, entender que há, na sua cidade, mais botecos do que igrejas, supermercados, escolas e restaurantes de luxo. Com o diferencial de que o público, ali, frequenta escolas, igrejas, supermercados e restaurantes de luxo, sem, contudo, a convenção social de que frequentadores de igrejas, escolas, supermercados e restaurantes de luxo admitirem ou conceberem-se enquanto frequentadores de botecos.

E é exatamente isso que faz do boteco um ambiente ímpar. Por mais que você ali adentre e beba um refrigerante, a maior parte da sociedade hipócrita o olhará de esgueio, como se tu fosses um imperfeito. E imperfeitos todos somos, desde que nascemos. O que nos diferencia é que alguns lidam com a imperfeição sob a harmonia da conversa, das relações inter-pessoais, enquanto outros, sob a égide da pseudo busca pela perfeição, isolam-se na amargura que é dialogar com o próprio ego.


terça-feira, 28 de março de 2017

CIDADE DO ROMBO - Quando no país da carne fraca a cultura e o esporte são cutículas

Cláudio Messias*

Nos anos 1990 o município de Paraguaçu Paulista deu algumas lições, políticas, sobre como fazer a gestão pública que contemple as necessidades básicas da população, previstas utopicamente na Constituição Federal e, concomitante, necessidades que a maioria absoluta dos prefeitos e vereadores concebe como não tão básicas assim. Não citarei nomes para não evidenciar que esses próximos parágrafos tenham qualquer encomenda partidária, como pré-definem, nas últimas semanas, cabeças porosas que a partir de 2017 assumiram o pseudo poder na Sucupira do Vale.

Mas o assunto inicial aqui é Paraguaçu Paulista, que apesar de figurativamente ser sobrenome de Odorico, serve apenas de parâmetro para o que o blogueiro quer expor em se tratando de conflito de interesses. Pois foi Paraguaçu, com pouco mais de 30 mil habitantes à época, que duas décadas atrás, apesar do perfil socioeconômico essencialmente agrícola e pecuário, protagonizou uma verdadeira revolução social entre os municípios vinculados ao então Cierga, hoje Civap (nomes diferentes para um consórcio que reúne prefeitos e vereadores do denominado Médio Vale do Paranapanema).

Fazendo um recorte histórico, temporal, temos nos anos 1990 um planeta que via-se ante ao fim da Guerra Fria, um Brasil com índices de inflação que faziam, em dinheiro de hoje, 1 real valer 10 centavos depois de trinta dias e um caos na educação que mostrava 3 a cada 10 brasileiros sem saber sequer assinar o próprio nome. No esporte, nosso único orgulho era um  personagem da elite, Ayrton Senna, que estourava motores, brigava literalmente no braço por seus objetivos e subia ao pódio da Fórmula 1 com certa regularidade.

Nesse cenário desfavorável Paraguaçu Paulista não aquietou-se. Fora da zona de conforto, estruturou a rede municipal de ensino, investiu pesado em cultura e criou condições público-privadas para que o estádio municipal Carlos Affini recebesse jogos profissionais no gramado, e público (pessoas) nas arquibancadas. A tríade educação-cultura-esporte funcionaria, pois, a pleno vapor.

Naqueles anos 1990 o blogueiro que cá escreve transitou, profissionalmente, do meio rádio para o meio impresso. E foram dez anos de uma rotina permanente deslocando-se de Assis a Paraguaçu Paulista. Por exemplo, em 1990, mesmo Assis dispondo do recém-reformado teatro municipal Padre Enzo Ticcinelli, era o teatro Lucila Nascimento, em Paraguaçu, que recebia os mais importantes espetáculos. E foi lá, no camarim daquele espaço, que o blogueiro entrevistou, por exemplo, Fernanda Montenegro, antes do monólogo 'Dona Doida". Diálogo, por sinal, inesquecível, por fatores já aqui expostos, nessas páginas do Blog.

Nos mesmos anos 1990 o Esporte Clube Paraguaçuense, o Azulão da Sorocabana, fez uma trajetória que na época era comum entre clubes como Novorizontino, São Caetano e Matonense. Saiu da Série B-2, em que estava o Vocem, e chegou à Série A-2, conquistando o acesso ano a ano, sucessivamente. O estádio Carlos Affini não tinha a capacidade do recém-inaugurado Tonicão de Assis, mas dispunha do básico, ou seja, setor de arquibancadas coberto, gramado excelente e sistema de iluminação para jogos noturnos.

Domingo de jogo no Carlos Affini tinha uma cena peculiar na rodovia Assis-Paraguaçu. Principalmente por volta das 17h30 (sim, os jogos naquela época começavam 15h30, quando não às 15h00), formavam-se filas de automóveis no sentido Assis. Assisenses que não tinham futebol profissional para ver na cidade se deslocavam para ver o Paraguaçuense na A-2. E eram jogos que valiam o esforço, considerando a rivalidade existente entre o Azulão e clubes como Noroeste, Francana e Sãocarlense.

Na educação, a estruturação do plano de carreiras dos professores municipais, anterior à desastrosa municipalização do ensino implantada na mesma década, fez movimento semelhante de migração. Se para assistir espetáculo teatral ou musical de qualidade e ver jogo de futebol da qualidade da Série A-2 o assisense ia a Paraguaçu, para trabalhar na educação o mesmo ocorria. E foram muitos os professores da educação básica que preteriram o Estado e preferiram o vínculo com a Prefeitura de Paraguaçu.

Nessas últimas duas décadas a população de Paraguaçu aumentou em torno de 50%. Parte das políticas de investimento em cultura, esporte e educação foi mantida, não necessariamente na proporção do que foi visto nos anos 1990. Hoje estância turística, a localidade é, indiscutivelmente, um referencial. Cidade simpática, limpa, com estrutura urbana elogiável, respeitando-se os limites de investimento público para uma localidade de pequeno porte. Sim, claro, problemas com violência urbana também atípicas para um município do porte prevalecem.

O circuito gastronômico de Paraguaçu coloca qualquer cidade de maior porte do Civap para trás. Logo, quem hoje investe e tem retorno em restaurantes e bares cujos preços, acima da média, são compatíveis à qualidade do cardápio, do menu, é sabedor que o público, ali, não é qualquer um. Seguindo o cerne do raciocínio aqui colocado nesse texto, o público adulto que justifica a manutenção de pizzarias, barzinhos, sorveterias e restaurantes era, em Paraguaçu, jovem, adolescente ou mesmo criança nos anos 1990. Acesso a educação, cultura e esporte de qualidade, pois, dá resultado a longo e médio prazos.

Ser gestor público, outrossim, não é olhar para o próprio umbigo, mensurando a pseudo popularidade que o cargo hipoteticamente representa. Alguns dos gestores que passaram pelo gabinete da Prefeitura de Paraguaçu Paulista não estão vivos, hoje, para ver esse igualmente hipotético exemplo que o blogueiro elenca. Aliás, a própria política pública de educação daquele município já não é mais a mesma, submetendo o professorado a uma vexamitosa desvalorização. Mas, os resultados são mensurados, sim, com elementos de vínculo entre a cultura do presente e os investimentos do passado.

Blogueiro assiste, à distância, o debate em torno da possível fusão entre a Autarquia Municipal de Esportes de Assis e a Fundação Assisense de Cultura. Duas autarquias cujos custos, pelo argumento de quem está na gestão do município, oneram os cofres públicos em meio a um momento em que há buraco para tudo na cidade: buraco aberto pela chuva na avenida Otto Ribeiro, buraco de 60 milhões nos cofres da Prefeitura, buraco por quase todas as ruas 'transitáveis' e buraco na base desse discurso todo.

Necessário voltar aos anos 1990 e recordar em que circunstâncias as duas autarquias foram criadas e, nessa linha do tempo, mensurar parte do que cada pasta trouxe de conquistas. Antes da Autarquia havia a Comissão Central de Esportes, à qual era vinculada a Liga Assisense de Esportes. A cidade tinha torneios que lotavam o Gema e, depois, o Jairão. A Copa Assis de Futsal parava a cidade em suas decisões. O Tonicão, eternamente inacabado, assim como o Marcelino de Souza, recebiam a Taça Prefeitura e o Torneio Ademir Marcelo. A lenda, à época, era que jogos do varzeano e do futebol amador levavam mais público do que o Vocem em sua fase de crise extrema.

Na cultura o antigo Cine Pedutti, que depois chamou-se Cine Regina, foi assumido pela FAC, que por sua vez representou, em sua criação, a junção de serviços de cultura popular como o Semear e o Semearte. Um espaço (o cinema) não muito aproveitado e que, não prioritário nos investimentos, sucateou-se. Igual destino o teatro Enzo Ticcinelli só não teve porque passou a ser a sede da própria FAC. Um espaço, contudo, mais ocioso do que aproveitado, considerando a baixa frequência com que espetáculos do circuito nacional passam por Assis. Teatro com a fama de uma das melhores acústicas do circuito teatral brasileiro, com gestão não tão compatível a essa condição.

Juntas, FAC e Autarquia de Esportes já proporcionaram, sim, emoções coletivas que ficam na memória da população hoje jovem ou adulta precoce. Jogos memoráveis do Conti Assis, no Jairão, como na final do Torneio Novo Milênio, e os festivais Cristal in Concert, no teatro. Dois exemplos muito significativos, pois o que mais deu certo, em sucesso de público, no esporte e na cultura de Assis nesses últimos 20 anos, advém de parceria com a iniciativa privada. Trata-se, nesse ínterim, da tal parceria público privada, a PPP, que muitos criticam ou criticaram no passado.

Desnecessário, mas necessário, referir ao incalculável número de pessoas formadas nas escolinhas mantidas pelas duas autarquias, quais sejam, AMEA e FAC. Muitos profissionais liberais hoje consagrados pela micro-economia do município aprenderam ou desenvolveram suas habilidades culinárias ou artesanais em cursos mantidos pela FAC, realidade igual à de inúmeros jovens e adultos que um dia ocuparam vagas nas escolinhas de esportes da AMEA.

Blogueiro confessa não saber, ao certo, o que há de ruim ou o que pode haver de bom na junção de FAC e Autarquia de Esportes em um departamento da Secretaria Municipal da Educação. Misturar verbas de educação e cultura não dá certo, todos sabemos. No orçamento, acaba sendo como o vale-alimentação que é pago em dinheiro no holerite: em questão de meses é incorporado na receita e, quando usado em despesa, desaparece. E comprovação pragmática disso foi o que obrigou Temer, o ilegítimo, a juntar e logo depois separar os ministérios da Cultura e da Educação, no ano passado.

Educação, esporte e cultura são tão básicos quanto necessários nas políticas públicas que contemplem acesso da população aos direitos que lhe são garantidos pela Constituição desde 1988. Trata-se de uma tríade indissociável enquanto ações de governo que busquem a formação de cidadãos autônomos e conscientes, com acesso ao belo em seu estado de arte. Juntá-las sob uma única cabeça que decide, porém, significará uma decisão cruel ao gestor que está à frente da Prefeitura: trocar, menos de 100 dias após a posse, quem está no comando da secretaria municipal da Educação. Afinal, quando da escolha desse nome, a fusão não era factível.

Sou contra mudanças radicais como a que mexe na cultura e nos esportes usando como discurso crise financeira ou situação de momento do país e do mundo. Foi investindo em educação e cultura que nações como Japão e Alemanha ressurgiram no pós-guerra e hoje figuram como as economias mais sólidas dos continentes asiático e europeu, respectivamente. Não sabemos, aqui nesse país, o que seja uma revolução. Não experimentamos a guerra. Mas, em contrapartida, nos especializamos em adotar discursos pobres que, em sua essência, sepultam cada vez mais a nossa maior riqueza, que é a cultura popular.

Os olhos que hoje enxergam a realidade de Assis norteiam as bocas que falam meias verdades sobre a cidade. Assis não está um caos político-administrativo porque o ex-prefeito foi péssimo. Está assim porque houve uma série sucessiva de maus gestores nesses últimos 20 anos, cada qual com seus defeitos e virtudes. Alguns com mais defeitos do que virtudes, outros com mais virtudes do que defeitos. Fico, cá sentado, esperando a chegada do gestor que não assuma o complexo de vira-lata e diga que está fazendo o que dá. Se for para assim discursar, que o próximo gestor que se proponha a administrar nem se candidate. Aliás, que a cidade tenha 2 candidatos, que seja; com propostas efetivas em forma de plano de governo, e não sete candidatos com palavras bonitas que em nada são relacionadas à realidade da relação receitas/despesas.

Estamos no sexto mandato de prefeito em que no primeiro trimestre de gestão a imprensa é chamada para mediar o choro político do caos financeiro e a aspiração da população que colocou tais figuras no poder. O atual e o ex-prefeito trocam acusações, mas são os que menos podem reclamar. Precisam saber o momento de fechar a boca. Afinal, eram vereadores quando dos dois mandatos do ex-prefeito Ezio Spera, período em que começaram a estourar os saldos negativos da gestão do município. Tiveram a oportunidade de ser oposição e articular para que o caos não fosse estabelecido. Uma parte consentiu, a outra até mesmo aderiu ao governo daquele prefeito em sua reta final. Blogueiro não vê, pois, leite nem lágrimas para derramar.

Fica a sensação de que nesses vinte anos Assis desaprendeu a fazer política. Uma Câmara Municipal apática, com poucas vozes que não falam amém para quem está no poder. O descrédito da parte representada é tamanho que falta pouco para metade da população habilitada para o voto simplesmente não ir votar, ou quando for votar, abrir mão de escolher alguém. Cidade com mais de 100 mil habitantes, para alegria dos quantitativistas, que elege um prefeito com pouco mais de 15 mil votos, para desespero de quem espera uma cidade melhor.

Aparentemente, nesse cenário todo, a tal fusão cultura e esportes vai mesmo ser vinculada à educação. Quem sabe, depois de 100 dias, seja iniciativa única que vá dar realmente certo e sair só do discurso choroso relacionado ao passado recente. Nessa utopia, quem sabe as políticas educacionais locais, enriquecidas por um esporte e uma cultura pujantes, ajudem a formar cidadãos que daqui a 20 anos cheguem aos cargos políticos e, com um pouco mais de discernimento da vida real, assumam suas candidaturas com plano de governo que considere, primeiro, a real situação do município, e, depois, ações efetivas que sejam legitimamente próprias, corajosas, e não embasadas em faz de contas.

* Professor universitário e jornalista, é mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela ECA-USP.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

ASSIS TÊNIS CLUBE - Primeiro jantar da turma da hidro em 2017

Cláudio Messias*

Na noite dessa quinta-feira, 26, foi realizado o primeiro jantar de confraternização entre os frequentares das aulas de hidroginástica - também denominadas hidro-musculação -, no Assis Tênis Clube. Sob o comando do professor Paulo, 26 marmanjos repuseram todas as calorias que perderam nas últimas semanas, em "esforços" imensuráveis nas quentes águas da piscina coberta.

No piloto da churrasqueira encontrava-se Cardoso, a lenda. Seu auxiliar de cozinha era o incansável Alfeu Volpini, cuja mandioca, como ele próprio diz, é eternamente mole. Brincadeiras à parte, seo Alfeu prepara tudo com muita dedicação, fatiando pães, temperando salada e fazendo um vinagrete que é inigualável. Além, claro, de ser um excelente companheiro de prosa.

No cardápio "saudável" havia linguiça de porco, contra-filé e panceta. Os dois primeiros assados na churrasqueira por Cardoso e o último, frito na cozinha, por Amarildo. Para beber, uma remessa de cerveja bujãozinho Skol e latinhas de Brahma Zero Álcool, terminando com uma caixa extra de garrafas de 600 ml de Skol. Sobraram latinhas de Brahma Zero.

Segundo professor Paulo havia 26 pessoas no total, consumindo 28 quilos de carne, entre bovino e suino. Isso, além de vinagrete, pães, mandioca, salada de rúcula, farofa e pimenta, como acompanhamentos. Isso dá 1,07 kg de comida para cada membro do grupo, ou seja, bem acima dos 350 gramas que universalmente se calcula para almoços ou jantares à base de churrasco como cardápio principal.

Garrido, ao saber da média, disse a professor Paulo que precisa levar essa turma para comer em um de seus restaurantes. Afinal, com cada um comendo mais de um quilo o lucro é mais que certo!

A festança registrou presença da maioria do grupo que tradicionalmente comparece aos jantares da hidro. Ausências percebidas e sentidas de seo Boquembuzo, que recupera-se de probleminha de saúde, de Carlão, o falador sincero, e Rubinho, cuja esposa enfrenta estado de saúde instável. E presenças percebidas e comemoradas de Delacasa, que recupera-se de cirurgia no braço, e de Robertinho, o homem do carneiro, cuja conversa é das mais agradáveis.

Fevereiro vem aí e, segundo projeção de professor Paulo, o reencontro de confraternização pode ocorrer na semana anterior ao Carnaval. Blogueiro comemora, pois faz aniversário em 9 de fevereiro e, coincidindo com a semana de defesa de seu doutorado, emendando com exames de saúde pós-dois anos de cirurgia cardíaca, poderá estar em Assis para participar.

Em uma semana em que o Blog destaca o sentido das amizades sólidas, verdadeiras, essa é uma excelente oportunidade para ratificar o quão unido é esse grupo da hidro. Pouca ou nenhuma desavença e festanças regadas a músicas das boas, sertanejas de preferência. Melhor que isso, só a certeza de que mês que vem haverá outro reencontro, e depois outro, e depois outro...