sábado, 3 de agosto de 2013

Assisense sai na frente, cede empate e permite virada do Diadema

Cláudio Messias*

As coisas começaram a complicar nos planos do Clube Atlético Assisense de terminar o primeiro turno da segunda fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão em condições de classificar para a terceira fase. O Falcão do Vale conheceu a primeira derrota e, para piorar a situação, pode terminar o turno na última colocação, dependendo do resultado do confronto entre Taboão x Fernandópolis, às 19h00, em Taboão da Serra.

O Assisense foi a Diadema e, no estádio do Inamar, neste sábado, abriu o placar aos 15 minutos do primeiro tempo com Volpini. Dominou a primeira etapa, mas, no segundo tempo, cedeu ao domínio do Diadema e em dez minutos sofreu dois gols. Com a derrota, continua na terceira colocação, a um ponto do lanterna Taboão, que ainda hoje recebe o Fernandópolis e, caso vença, manda o Falcão do Vale para a última colocação.

Hoje está sendo encerrado, no grupo 9, o primeiro turno da segunda fase da Segundona. O Assisense empatou, em casa, com o Fernadópolis, e em Jundiaí, com o Taboão. Hoje, no terceiro jogo, repetiu o desempenho dos dois confrontos anteriores e de um time de ataque nos primeiros 45 minutos passou a uma equipe defensiva nos 45 minutos finais. Soma apenas 2 pontos de 9 disputados e corre o risco de, caso mantenha-se na terceira colocação, terminar o primeiro turno não figurando entre os 4 melhores terceiros colocados entre os 6 grupos em disputa.

Independentemente do resultado do jogo entre Taboão x Fernandópolis, logo mais às 19h00, o Assisense vai precisar de duas vitórias sobre Diadema e Taboão, jogando no Tonicão, e não poderá perder o último jogo contra o Fernandópolis. Tem, portanto, de somar 7 pontos no returno e, assim, totalizar 9 pontos ao final da segunda fase, caso queira brigar por uma vaga direta com a segunda colocação, ou com uma das 4 vagas de terceiro melhor colocado entre os 6 grupos em disputa.

Nas redes sociais, logo após o jogo, já surgiram as primeiras manifestações favoráveis à saída do técnico Venâncio, que visivelmente não consegue manter o time em produção no segundo tempo dos jogos em que disputa. Será necessário, portanto, um planejamento para o returno, por parte da diretoria, caso não queira-se perder o projeto feito para 2014.

Na rodada de quarta-feira eu resolvi, aqui, não posicionar-me sobre o trabalho feito até então nessa segunda fase, pois haviam passado somente dois jogos. Agora, não. Foram-se três jogos, um turno inteiro e, daqui por diante, há necessidade de um planejamento claro. Um empate contra o Diadema, domingo que vem, no Tonicão, e a situação do Assisense estará complicadíssima. E bota "íssima" nisso, pois agora, no meu entender, o caos já está estabelecido. Só um trabalho muito sólido reverte o que há hoje nesse time.

O Falcão do Vale tinha, a meu ver, que ter vencido o Taboão, quarta-feira, em Jundiaí. O estímulo por parte da diretoria veio, no meu entender, no planejamento. O time ficou concentrado em Paulínia, ou seja, não retornou a Assis e foi direto para Diadema. Clube nenhum da Segunda Divisão faz isso, pois os custos são elevados. Investimento demais por parte da equipe de gestão, retorno de menos dentro de campo. E se for traçar como parâmetro o que vi contra o Fernandópolis, domingo passado, não tenho dúvidas de que os jogadores fazem a sua parte. A sensação é de que do banco de reservas não vem a orientação mais adequada.

Seja qual for o problema existente, a solução tem uma semana para vir. O returno começa somente no próximo final de semana. De hoje a domingo (11) são 8 dias, tempo suficiente para trocar técnico se for o caso, ajustar a equipe, se for outro caso, ou então deixar o barco rolar do jeito como está. Se a opção for trocar de técnico o nome do substituto tem de estar certo desde ontem, de maneira que o substituto já comece a trabalhar na segunda-feira. Demitir Venâncio e aguardar por um novo nome seria uma piada pior do que foi a classificação sofrida da primeira fase, dependendo do tropeço dos outros.

Preciso, ainda, ver o Diadema jogar, para então tirar conclusões mais sólidas. Pela campanha que mostrou na primeira fase é um time, sim, carne-de-pescoço. Mas, um empate lá, hoje, era o placar ideal. Imagino, pois, um Assisense recuado, cedendo-se em exposição à pressão do time da casa, o que não pode ocorrer. Isso sem contar que tivemos, novamente, um jogador expulso, critério que nos prejudica como fator técnico de desempate caso assim decidamos, novamente, a classificação como melhor terceiro colocado entre os 6 grupos em disputa.

Trocar de técnico não é novidade em casos como o do Assisense, que não rende integralmente nos 90 minutos. O Grêmio Prudente perdeu uma partida e empatou outra nessa segunda fase e mandou passear o treinador que fez uma das melhores campanhas da primeira fase da competição. Se haverá ou não reação dos jogadores veremos amanhã, quando o time volta a campo contra o Paulistinha, de São Carlos, no estádio Prudentão. Mas, com certeza, algo foi feito a tempo, para que o trabalho de um semestre inteiro, que vale pelo ano, não seja comprometido.

Meu amigo, torcedor, guarde mais emoções para esse returno. Agora temos a obrigação de vencer dois jogos em nosso domínio. É isso ou nada. Pena que a meu ver, como crítico que não acompanha o Falcão do Vale no dia a dia, estamos mais para nos despedir do que para comemorar o avanço para a terceira fase. Torço, claro, para que muita coisa mude na cabeça do técnico e, assim, os jogadores sejam orientados de maneira a segurar as vitórias que honradamente são abertas, porém lamentavelmente não são mantidas.

A isso você chama de pessimismo, pois então eu assumo meu lado pessimista. Prefiro isso a ficar acreditando que não segurar as vitórias dos últimos três jogos sejam coisas do acaso, não correspondendo à realidade das disputas em 90 minutos. Se for considerar isso, levarei minhas conclusões ao universo da sorte e do azar. E para mim, futebol é competência ou in competência. Fala quem pode, obedece quem tem juízo. Juízo, a meu ver, não tem faltado.





*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.

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