Cláudio Messias*
Em junho de 2010 abri uma frente de pesquisa, enquanto investigador científico vinculado ao Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (NCE/ECA/USP), que colocou-me no interior da Paraíba. Mais precisamente, em Campina Grande. O terreno de exploração era a Universidade Federal de Campina Grande. Foi amor à primeira vista. Apaixonei por aquela terra, aquele povo, aquela cultura, mas, principalmente, amei descobrir outra vertente de um campo do conhecimento ainda em legitimação: o bacharelado em Educomunicação.
De lá para cá foram realizadas outras viagens, assim como interagi, na USP, com docentes vinculados àquela Universidade Federal que cá, ao Sudeste, vieram dialogar sobre os preceitos educomunicativos. Fiquei amigo de estudantes, de professores e da comunidade campinense. Já relatei, cá no Blog, a maravilhosa experiência de frequentar, aos finais de tarde, o bar de seo Avacir, um torcedor fanático pelo campinense, instalado ao lado do Hotel Getúlio Vargas, próximo ao Parque do Povo, recinto do Maior (e melhor) São João do Mundo. Sentia-me um quase paraibano, tamanho o vínculo com aquele território.
Em setembro passado fiz o derradeiro retorno a Campina Grande. Prestei concurso para professor na disciplina Epistemologia da Educomunicação, no curso de Comunicação Social. Éramos em trinta e poucos candidatos, de quase todas as regiões do país. Classificamos em 4, no final. Minha chamada saiu dia 11 de março passado e minha posse ocorre nesse dia 3 de abril. Despeço-me, pois, da Sucupira do Vale que acolheu-me por esses 44 anos. Dedicação exclusiva, literal e formalmente falando, a partir de agora, ao cargo docente que escolhi, como profissão, quando decidi trocar a práxis de jornalista pela práxis de educador.
A Educomunicação de Campina Grande deu-me parte dos dados coletados na pesquisa de mestrado na ECA/USP. E é lá que está, também, o território de constituição epistemológica de meu doutorado, também na USP. Há, pois, uma tese em construção, assinada com o meu nome, um pesquisador/profissional que desde 1985 inter-relaciona os campos da comunicação e da educação. Um pai de família que abdica do conforto de um lar estabelecido e sólido para assumir o desafio de continuar contribuindo pela legitimação da Educomunicação. É como se uma desafiadora pauta tivesse sido passada por meu editor, o orientador Ismar de Oliveira Soares, e eu, agora, estivesse partindo para cumpri-la, como diferencial de que não há data para retorno.
Uma fase de transição me aguarda nas próximas semanas, ou meses. Não abrirei mão do Blog, um canal de comunicação que mantenho com conhecidos, colegas, amigos e parentes que estão em Assis e no restante do planeta. As informações continuam chegando e precisam ser repassadas, havendo quem goste, ou não. Hoje, elas são, em maioria, de Assis, mas tendem a prevalecer, em origem, de Campina Grande.
Bobagens, claro, surgem e surgirão, como as que dão conta de que saio de Assis por determinados motivos ou circunstâncias. Tão sem fundamento como o desconhecimento, por parte dos autores dessas teorias, de que aguardei esse concurso, na Universidade, desde dezembro de 2012 e, aprovado em outubro passado, somente agora fui nomeado. Uma coincidência que tira-me da Sucupira do Vale, mas não desliga-me dela.
Minha próxima postagem será feita de lá, do maior pólo tecnológico do Nordeste. Amanhã, exatamente a essa hora, já serei cidadão campinense. E com muito orgulho.
*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.
2 comentários :
Boa sorte e sucessos, Assis perde momentaneamente uma de suas "mentes" mais brilhantes. "Que DEUS continue o abençoando.
Que fique por aí e NUNCA mais volte para Assis ! Só dizendo que seu assisense já SUJOU o nome de assis, não tinha goleiro reserva e nem camisa pra trocar em prudente. QUE amadorzão....
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