Cláudio Messias*
Em questão de horas a chuva chega a Assis. Nesse momento já chove na região de Presidente Prudente. Por lá, há relatos, nas redes sociais, de trovões e raios, fenômenos normais em tempos de ar seco e estiagem prolongada. Segundo a meteorologia, contudo, os maiores índices de precipitação pluviométrica, também conhecida como chuva, estão programados para essa terça-feira.
A semana começou ainda mais quente na capital do Médio Vale. Como é típico em véspera de chegada de frente fria o ar ficou mais quente, dando sensação de abafamento. Sem sol, baixou o marmaço em Assis, que logo pela manhã já registrava 22 graus, às 8 horas. Essa temperatura subiu para 33 graus às 15 horas, com sensação térmica de 35 graus. Isso, favorecido pela umidade relativa do ar, que apesar de atingir patamares melhores se comparada aos últimos 15 dias, continua abaixo do mínimo ideal: 32%, em média, nessa segunda.
Segundo o Inpe/CPTEC, o que ocorre por esses dias é a primeira descida de uma zona de convergência que traz espessa camada de umidade da Amazônia, na região Norte, entrando em impacto com uma frente fria de baixa densidade que está subindo desde a Patagônia argentina. O choque entre ar frio, ar quente/seco e ar úmido deixa o céu escuro, carregado, passível de formações de pancadas de chuvas antecedidas de ventania e trovoadas. O alerta, pois, fica centrado na incidência de faíscas.
Para o final dessa segunda-feira são especulados 25 milímetros de chuva, ao risco de 80% de probabilidade. Para amanhã, no entanto, a possibilidade de chuva é total, aproximando-se de 100%, para um índice superior a 35 milímetros. Não deve, contudo, compensar a deficiência hídrica do solo, que é superior a 80 milímetros em todo em todo o Médio Vale.
Já na quarta-feira o tempo volta a abrir, reconfigurando o clima regional para as características típicas de primavera, e não mais inverno. Assim, umidade relativa dentro dos parâmetros considerados mais próximos da normalidade e chuvas ocasionais aos finais de tarde.
Imagem: Inpe
Image mostra o deslocamento da frente fria, em tom esverdeado,
e a descida da massa de ar quente, em azul
*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.
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