Cláudio Messias*
Na saída do estádio Tonicão, minutos atrás, procurei ouvir os comentários feitos nos arredores, para ver se a impressão que eu tinha do jogo Assisense 1x2 Cotia correspondia ao sábio olhar popular. Da raiva lançada sobre a arbitragem, péssima, eu precisava sustentar um argumento que, temia, podia ser só meu. Refiro-me à errônea estratégia de substituições procedidas pelo técnico Venâncio no primeiro tempo, que anularam a criação de jogadas ofensivas do time da casa.
Estranho começar uma postagem falando logo de cara o resultado. Mas, ele está lá, no título, e não tem mistério algum. O Assisense, passados os 90 minutos, colheu algo que ainda não havia experimentado nesse campeonato da Segundona paulista. Conheceu a segunda derrota consecutiva e fez sua torcida saber o que é vê-lo sair derrotado do Tonicão. Para contemporizar isso, só o reconhecimento de que o Cotia é, realmente, uma equipe com nível compatível ao Água Santa, no grupo 20, e merece estar na vice-liderança nessa virada de turnos.
Retomo postagem que fiz aqui, no Blog, anteriormente. Quero entender por que a comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol coloca no sorteio de árbitro alguém que pouco apitou jogos decisivos nessa temporada, enquanto escala um quarto árbitro com melhor histórico. Tudo bem, é sorteio. O Assisense, portanto, começou sem sorte a rodada, pois o senhor Vinícius Gonçalves Dias Araújo deu provas, hoje, do por quê de ter sido escalado, em junho, para o "importante" jogo amador Seleção de São José dos Campos x Seleção de Taubaté. Árbitro ruim, confuso e que deve terminar a temporada na geladeira, apitando jogos entre solteiros x casados ou peladas de final de ano.
Em campo o Assisense encontrou uma torcida que apesar do mau tempo estava lá, com batuque e tudo. Chegou a abrir 1x0 com gol de Jaílton, de pênalti, aos 21 minutos, mas viu o importante volante Fernando ser expulso por um lance que merece ser detalhado. Aos 31 minutos o Cotia vai ao ataque, a bola é espalhada pela zaga do Assisense rumo à lateral direita e um jogador do time visitante tromba nas costas de Fernando, que estava à frente e deslocando-se para apoiar o ataque. O atacante do Cotia cai, coloca as mãos no rosto e o péssimo árbitro Vinícius Araújo, que estava de costas para o lance inicial, nem consulta seus auxiliares, aplicando direto o cartão vermelho a Fernando. E, então, fica a pergunta: se ele deu lateral para o Cotia e viu o que diz ser uma agressão ao atacante do time visitante, então por que não aplicou penalidade máxima? Ainda, como ele pode ter visto a agressão se estava de costas para Fernando e o atacante do Cotia, já na intermediária e observando a bola? Pior, por que não consultou os auxiliares para confirmar a suposta agressão, uma vez que os dois jogadores estavam bem à frente do auxiliar 2?
No decorrer da partida o senhor Vinícius Araújo foi só contradição. Deixou de marcar faltas e permitiu que o jogo se tornasse violento. O saldo disso tudo é um Assisense que além de um jogador a menos, expulso, teve de fazer duas substituições ainda no primeiro tempo, pois perdeu atleta com suspeita de fratura, dada a violência das divididas em campo. Pior, testemunhou, em sua frente, cotovelada de zagueiro do Cotia no lateral esquerdo do Assisense e sequer falta assinalou. Na hora da revolta do banco de reservas do Assisense por esse lance, aí sim, expulsou o massagista do clube, tentando impor algum tipo e autoridade que, se existe, não é exatamente a ele que pertence.
O jogo - Com a bola rolando o Cotia mostrou por que jogou de igual para igual com o Água Santa, abrindo a quarta fase. O time visitante confirmou-se forte no físico e na altura. Comprovação disso é que mesmo com o gramado pesado correu os 90 minutos sem perder o ritmo e explorou permanentemente os contra-ataques. Não fossem as intervenções do goleiro Carlão e o Assisense teria saído de campo com uma derrota ainda mais elástica.
Retomo, então, o que busquei no olhar geral da torcida que saía do estádio Tonicão. É que eu havia entendido que o meia Kairo não deveria ser sacrificado quando da expulsão do volante Fernando. Aquela substituição, a 34 minutos do primeiro tempo, colocou um volante defensivo no lugar do homem que mais cria e dá velocidade ao ataque do Assisense. Recuamos demais, terminamos o primeiro tempo na frente, mas abdicamos do ataque na etapa complementar. Logo, é como se sentássemos e esperássemos o Cotia bater, dificultando a reação.
Não pensei isso sozinho. Os demais colegas de torcida também reclamavam da substituição de Kairo, um jogador que junto com Carlão e Jaílton entra em campo com o nome ecoado pela torcida. Ligeiro, faz inversão de laterais com perfeição e sabe marcar. Ainda, sofredor de faltas, é o homem responsável pelas bolas paradas, procurando quase sempre com perfeição a finalização de Jaílton na grande área adversária ou, ainda, levando perigo nas cobranças diretas que surgem nas proximidades da grande área. Sem Kairo, Jaílton ficou sozinho na frente e o Assisense apagou.
Com o Cotia empatando o jogo aos 21 minutos da etapa completar, em cobrança de falta que gerou confusão e bate-rebate na área do Assisense, o quadro mudou. O Assisense avançou a marcação e passou a pressionar o adversário a partir do meio-campo. Perdeu duas chances claras de ficar à frente do placar novamente, aproveitando-se da ânsia do Cotia de fazer o necessário segundo gol. Foi dessa determinação do Cotia de sair de Assis com 3 pontos que veio o lance que definiu a partida. Com velocidade o visitante virou para 2x1 aos 35 minutos, passando, a partir de então, a fazer com que seus jogadores caíssem no gramado simulando contusões e, assim, impossibilitando qualquer jogo de reação para os donos da casa, visivelmente nervosos e ansiosos.
A revolta maior da torcida ficou centrada no trio de arbitragem, a quem sonoramente chamava de "ladrão". Nada, porém, que desmereça a determinação do Cotia, que foi superior e comprovou que é o mais sério candidato à segunda vaga do grupo 20 para o acesso à Série A-3 de 2014. Isso porque na mesma rodada o Água Santa venceu a Inter em Bebedouro, por 3x2, e já está com uma das vagas praticamente garantida, uma vez que chega a 7 pontos, dois à frente do Cotia, e faz dois de 3 jogos em seus domínios.
Ao Assisense competem os 3 pontos da vitória, na estreia, sobre a praticamente eliminada Inter e a obrigação, agora, de jogar por uma vitória em Cotia, domingo que vem, abrindo o returno. Com um empate em Cotia nesse jogo, o Assisense passa a ter a obrigação de vencer o Água Santa na penúltima rodada, no Tonicão, e ainda torcer para que a Inter de Bebedouro tire pontos do Cotia no outro confronto. Daí, portanto, a importância de vencer o Cotia, fazer a revanche no confronto direto e passar a administrar a possibilidade de empatar com o Água Santa, em casa, e depois comprovar a classificação frente à Inter, em Bebedouro, na última rodada.
Infelizmente, essa manhã chuvosa de domingo fez lembrar aquele Assisense 4x2 Campinas, em 2004, quando o time de Assis deu adeus à Série A-3 por causa de 1 gol a menos de saldo. Essa derrota, hoje, pode igualmente representar nova despedida, uma vez que o Cotia está, reconheçamos, um patamar acima do Assisense nos quesitos técnica e tática, e muita coisa terá de ser mudada para que não fique com a vaga que até o início dessa terceira rodada da quarta fase estava nas nossas mãos.
No saldo geral do torneio até aqui o Assisense sabe que caiu no grupo da morte, o mais difícil entre os 8 clubes que disputam a quarta fase. A essa altura do campeonato não ocorre o acaso. Basta ver que o time de Assis perdeu exatamente para os dois atuais líderes da chave, que viram os turnos com uma vaga, cada um, em uma das vagas na Série A-3. Tudo bem, o Assisense também tem chances de mostrar que está no mesmo parâmetro? Pois bem. Para que isso ocorra, então, terá de voltar de Cotia com vitória sobre o algoz desse domingo e, na rodada seguinte, tirar pontos do Água Santa, nem que seja com um empate. E, enfim, liquidar a Inter em Bebedouro.
Comecemos a rezar, pois apenas fazer as contas não está sendo suficiente.
No saldo geral do torneio até aqui o Assisense sabe que caiu no grupo da morte, o mais difícil entre os 8 clubes que disputam a quarta fase. A essa altura do campeonato não ocorre o acaso. Basta ver que o time de Assis perdeu exatamente para os dois atuais líderes da chave, que viram os turnos com uma vaga, cada um, em uma das vagas na Série A-3. Tudo bem, o Assisense também tem chances de mostrar que está no mesmo parâmetro? Pois bem. Para que isso ocorra, então, terá de voltar de Cotia com vitória sobre o algoz desse domingo e, na rodada seguinte, tirar pontos do Água Santa, nem que seja com um empate. E, enfim, liquidar a Inter em Bebedouro.
Comecemos a rezar, pois apenas fazer as contas não está sendo suficiente.
Estádio - Se no domingo passado, frente à Inter de Bebedouro, a torcida do Assisense queimou a cabeça debaixo de sol, hoje, no Tonicão, saiu com a roupa molhada. Vergonhosa a situação desse estádio, inacabado, que submete famílias inteiras à vexamitosa situação de não ter para onde correr quando a chuva aperta. Que fique claro, para o prefeito dos 15 mil votos, que se a cidade tem planos de colocar um time na Série A-3, primeiro ofereça um estádio decente. Até mesmo a Ferroviária tem estrutura básica melhor que o Tonicão.
Fotos: Blog do Messias
Número reduzido de PMs na vistoria fez formar longa fila
Hoje, sim, foram executados os hinos de Assis e Nacional
Esse trio de arbitragem é péssimo; o pior que vi atuar em 2013
Jaílton fez o 13º no campeonato, de pênalti, aos 22 minutos iniciais
Ambulância em campo, suspeita de fratura
a perna do zagueiro assisense
No final do primeiro tempo muita chuva
e muitos erros do péssimo árbitro
O senhor Vinícius Araújo mostrou-se com 'expulsador':
até o massagista foi embora mais cedo
Árbitro não conseguiu agradar jogadores dos
dois lados; que vá embora para a geladeira da FPF
*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.
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