quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Assisense conhece hoje o adversário de domingo na Segundona

Cláudio Messias*

A Federação Paulista de Futebol convocou para reunião os representantes dos 8 clubes classificados para a quarta e penúltima fase da Segundona do Campeonato Paulista 2013. Em nota lançada no site oficial da instituição no dia 12, quinta-feira da semana passada, foi informado publicamente que o encontro formal acontecerá às 14 horas de hoje, quarta-feira. É o que a FPF define como conselho técnico.

O encontro de hoje servirá para uma série de formalidades. Uma delas é ouvir dos dirigentes uma análise da competição como um todo, assim como distribuir as diretrizes sobre como o campeonato deve ser conduzido por mandantes e visitantes nessa reta final. Não haverá alterações na composição dos grupos 19 e 20, uma vez que tais formações resultam das normas de competição decididas no conselho arbitral realizado com a participação de todos os 45 clubes inscritos no início do ano.

Já há, também, critérios pré-estabelecidos para a composição dos seis confrontos que cada um dos 8 clubes têm pela frente na quarta fase da Segundona. A melhor campanha da fase anterior, por exemplo, dá o privilégio de cada líder de grupo decidir o último jogo de returno jogando em seus domínios. No entanto, como agora são apenas dois grupos e há quatro líderes de grupos da terceira fase, é preciso haver consenso entre os participantes sobre os critérios que levarão a estabelecer quem, por campanha, gozará desse que pode ser um privilégio, uma vez que há tendência de equilíbrio maior na disputa pelas 4 vagas que dão direito, no dia 13 de outubro, data da última rodada da fase, ao acesso à Série A-3.

No caso de Assis, o time local, o Assisense, está no grupo 20, ao lado de Água Santa, Inter de Bebedouro e Cotia. Tende, portanto, a fazer o jogo do dia 13 de outubro em Assis, assim como o Água Santa faria em Diadema, sua cidade-sede. Se mantidos os critérios de composição de chaves das duas fases anteriores a Federação Paulista de Futebol tende a anunciar o jogo do próximo domingo como sendo Inter de Bebedouro x Assisense, com a sequência Assisense x Água Santa, na quarta, dia 25, e Cotia x Assisense no domingo, dia 29. Os times ganham uma semana inteira de trabalho e abrem o returno no domingo, dia 6 de outubro, data em que, caso seja mantida essa projeção (que fique bem claro, isso é uma projeção, uma possibilidade e, portanto, não há nada formalizado no momento), o Assisense receberia o Cotia. Na quarta, dia 9, iria a Diadema enfrentar o Água Santa e encerraria a briga pela vaga na Série A-3 recebendo a Inter de Bebedouro, no Tonicão, dia 13.

Essas minhas especulações serão ou não confirmadas até o final da tarde, quando a Federação Paulista de Futebol divulgar a tabela de confrontos da quarta fase, assim como as comissões de arbitragem dos confrontos da primeira rodada. É certo, contudo, que o Assisense terá de travar a sua mais acirrada briga nesse campeonato até aqui, uma vez que enfrentará dois adversários cujos aproveitamentos são, disparado, superiores. Chegam até aqui, na frente, o Água Santa e a Inter de Bebedouro, clubes sobre os quais o Assisense precisa, obrigatoriamente, tirar pontos quando jogar fora de casa. E dentro de um cenário equânime, nunca é demais lembrar que o Cotia, mesmo sendo o time de pior campanha entre os 8 que disputam a quarta fase, tende a oferecer resistência e não ceder facilmente pontos como o foram, nas fases anteriores, União Suzano e Taboão da Serra. É, inclusive, na minha opinião, candidato sério a uma das vagas.

Meu prognóstico continua apontando para a possibilidade, sim, de o Assisense chegar à Série A-3. Para isso, terá de somar 10 pontos que, na minha projeção, viriam de três empates nos jogos fora de casa, duas vitórias e um empate no Tonicão. Esse empate em Assis, dentro de casa, poderia estrategicamente ser lançado para o confronto com o Água Santa, de maneira a ser um resultado carta-na-manga. Aliás, esse confronto com o time vindo de Diadema é capital, nos meus cálculos, para buscar a vaga. Vencer o Água Santa, aqui, significa abater o primeiro grande confronto direto, o que abre ampla vantagem na garantia, já no início do returno, pelo menos da segunda vaga do grupo para a quinta fase. Portanto, um empate contra o melhor time do campeonato, mesmo jogando no Tonicão, é um ótimo resultado, mas, uma vitória representaria uma excelente conquista, com direito à comemoração moral, antecipada, do próprio acesso. É como um título antecipado.

Continuando o raciocínio, vitórias sobre Inter e Cotia, em Assis, com no mínimo um empate frente ao Água Santa e o retorno dos jogos fora sem derrota. Essa é a receita para o Assisense não só garantir a classificação para a quinta fase, como parar a cidade, festejar o inédito acesso à Série A-3 e começar a cobrar o inócuo prefeito Ricardo Pinheiro pelo cumprimento das promessas de investimento no Tonicão feitas no início do ano, uma vez que para conseguir liberar o estádio para a Série A-3 a cidade precisa de confortáveis 10 mil lugares. E digo mais: com uma classificação nessas condições o time de Assis vai para a última fase em situação de brigar pelo título, dada a regularidade de sua campanha. Ressaltemos, pois, que o Assisense é o único entre os 8 clubes em disputa que ainda não perdeu jogando em casa.

A cidade de Assis aguarda com ansiedade o resultado da reunião de logo mais às 14h00, em São Paulo. De minha parte, o foco está, apenas, na confirmação se o Assisense enfrentará o Água Santa, no primeiro turno, em Assis ou Diadema. Faço força positiva para que esse confronto direto ocorra, primeiro, aqui, mesmo sabendo que a campanha do adversário pode dar-lhe o 'privilégio' de fazer esse jogo em Diadema. Digo isso porque uma vitória do time de Assis nesse primeiro cruzamento inverte qualquer favoritismo e dá nova atribuição de responsabilidade, pois o Água Santa é que passará a ter a obrigação de nos vencer no jogo de volta. O mesmo vale, contudo, para a situação inversa, caso o Assisense é que perca a primeira partida.




*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.

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