Mc Donald's sem McShake em Assis

Cláudio Messias*

Hoje, durante a tarde, levei meus dois filhos para resolver algumas situações burocráticas relacionadas aos documentos pessoais de ambos. Fotografias 3x4 tiradas, lá fomos fazer a via sacra que envolvia posto do Ministério do Trabalho, Cartório Eleitoral, entre outros destinos. No desfecho da tarde, a ideia de, enfim, visitar a loja do Mc Donald's, inaugurada algumas semanas atrás. Do cardápio inteiro só um item nos interessa: o McShake. Não temos preferência pelos lanches dessa franquia, exceção, aqui em casa, somente da esposa, que prefere o McChicken.

Deu um upa! danado definir se para estacionar o carro poderíamos fazê-lo cruzando a Rui Barbosa (íamos sentido bairro>centro) ou se teríamos que fazer a já conhecida e problemática peregrinação por ruas laterais, resultado das alterações de tráfego implantadas a partir de 2010. Claro que com uma fila de carros atrás, a mais de 40km/h, preferi não parar para conferir se poderia acessar o estacionamento "pela frente". Fui, passei ao lado do Hospital e Maternidade, voltei e, então, entrei pelos fundos. Lá, na loja, dei conta de que dá, sim, para entrar pela frente, desde que o trânsito assim permita e não te colidam a traseira.

Entramos na loja, aguardamos na fila, comemos bronha com o chamamento sonoro, no painel, para o caixa 1, liberado mas com consumidores ali prostrados, no aguardo do que encomendaram, e quando ao balcão chegamos, pedimos McShake. Ficamos empatados em 1x1 no fator ironia com a funcionária do caixa/atendimento, que havia acionado o chamamento sonoro por nós ignorado, pois ela entendeu McChicken. Quando corrigimos e ela, enfim, entendeu McShake, a ótima notícia: justo hoje não tem McShake. A máquina está quebrada.

Corta-brisa dado, não quisemos as opções lançadas, com sorvetes de nomes estranhos e fotos mais estranhas ainda. Queríamos Mcshake, preferencialmente, de chocolate. De volta ao carro, a melhor experiência naquele espaço do Mc Donald's foi reencontrar meu amigo Portella, que mora nos arredores e recupera-se de cirurgia cardíaca emergencial feita em dezembro. Fiquei mais tempo e foi muito mais prazerosa a conversa que tive com Portella do que a experiência de debutar, em Assis, indo ao Mc Donald's.

Terminamos nosso dia, sim, tomando um delicioso milk shake de chocolate. Mas, em Chiquinho Sorvetes, que não tem aquela estrutura toda do McDonald's, carece de ar condicionado que refrigere o ambiente, mas diferencia-se em um fator essencial: tem uma máquina de sorvetes que não falha. E quem se propõe a vender sorvetes, em um mês de janeiro de tardes de 34 graus como o nosso, não pode quebrar a máquina. Porque senão, meu amigo., quebra é a cara. De minha parte, o Mc Donald's perdeu, em Assis, o cliente que nunca teve.

*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.