Cláudio Messias*
Finalizo, com essa postagem, os parâmetros sobre o desempenho dos preços de derivados de petróleo praticados por revendedores a um raio de 120 km de Assis, dentro do estado de São Paulo. Hoje, mostro o comportamento dos valores cobrados pelo botijão de gás de cozinha, tecnicamente chamado de GLP, ou gás liquefeito de petróleo. De novo, o consumidor de Assis foi o que pagou mais caro, também pelo gás.
Exatamente um ano atrás, ou seja, janeiro de 2013, o botijão de gás tinha preço médio de R$ 40,90 no estado de São Paulo, conforme levantamento feito em 9.917 pontos de revenda. Em nível nacional, o preço mais caro era cobrado no Acre: R$ 46,49. O mais barato era vendido na Paraíba: R$ 35,30. O preço médio nos 39.597 pontos de revenda pesquisados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) era de R$ 40,16.
Esse parâmetro sobre o que era praticado em nível nacional é importante por um detalhe: em Assis, o preço do botijão de gás, um ano atrás, era mais caro do que a média do país inteiro. Aqui, a unidade do GLP era vendida a R$ 41,69, ante os R$ 40,16 da média nacional. Das cinco cidades que consultei no levantamento de preços mensal da ANP, Ourinhos, um ano atrás, era a localidade que mais barato vendia o gás de cozinha: R$ 39,01.
Durante o ano comercial de 2013 o comportamento do preço do botijão de GLP foi instável. Na realidade, no comparativo entre janeiro e dezembro houve deságio no preço final. Em Assis, os 68 pontos de revenda consultados pela ANP chegaram ao piso de R$ 36,90 em outubro, o que valeu, naquele mês, a condição de cidade com menor preço em relação a Ourinhos, Marília, Paraguaçu Paulista e Presidente Prudente. De janeiro a setembro passados, contudo, Assis foi a cidade que mais caro vendeu a mesma mercadoria.
Assis só não fechou o ano com a condição de cidade onde o gás de cozinha é mais caro porque, como informado no parágrafo anterior, surpreendeu e passou outubro com o preço mais baixo entre todas as cinco localidades. Além disso, Paraguaçu Paulista ficou, no trimestre outubro/novembro/dezembro, com o status de vendedora do botijão de GLP mais caro em um raio de 120 km ao redor de Assis.
No último levantamento publicado pela ANP Paraguaçu Paulista aparece com o botijão de gás vendido, em dezembro passado, a R$ 43,00. Assis comercializava o produto a R$ 40,14. Ourinhos, que só ficou um mês (outubro) fora da condição de melhor vendedor, fechou o ano na condição de revendedor da unidade mais barata: R$ 39,95.
Em nível nacional, em dezembro o preço médio do GLP era de R$ 43,44. No estado de São Paulo, R$ 42,12.
Balanço - Morar em Assis,a dita 28ª melhor cidade do Brasil para se viver, segundo a ONU, tem um preço. E caro. Aqui, conforme mostrei nas três últimas postagens, é mais caro abastecer o carro com gasolina, com álcool e, pasmem, até para cozinhar.
Agora, fico no aguardo das críticas que um ano atrás diziam que nós, jornalistas, na falta de pauta, inventamos índices negativos na tentativa de conquistar audiência. Fiz questão de mostrar, mês a mês, que os números relacionadas a preços, em Assis, nos colocam como pólo comercial bom, porém extremamente caro. E nada como um mês após o outro, com algumas semanas no meio, para mostrar que quem critica ou pensa que Assis é uma rua Oscar Freire ou engrossa o cordão daqueles que compram fora e, assim, não percebem o quão caro é viver nessa Sucupira do Vale.
Minhas próximas postagens vão mexer novamente no vespeiro. Como um ano atrás, vou entrar no ranking negro das empresas listadas pelo Procon por problemas ao atender o bem mais preciso: você, consumidor. Primeiro, o ranking do Estado, depois, o de Assis. Afinal, quais são as 10 empresas que mais geram reclamações, na Sucupira do Vale, no quesito atendimento ao cliente? Veremos.
*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.
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