AS MÃOS DE ARTISTAS SOBRE... A ARTE - Em algum dos janeiros passados, retornando do Sul, ouvi de um morador de Castro, no Paraná, durante parada com a família para pernoite, que os tropeiros, nossos mais legítimos desbravadores da época do colonialismo, por lá passavam vindos da Paraíba, mais precisamente de Campina Grande. Mais adiante, no tempo, interagindo com professores de uma universidade de Sorocaba, durante evento da educação realizado no Recife, ouvi novamente que tropeiros, no lombo de mulas, passavam, séculos atrás, por Sorocaba, vindos de... Campina Grande, mercadores que eram de artigos nordestinos vendidos no Sudeste e no Sul e artigos sulistas e sudestinos vendidos no Nordeste. Hoje, fazendo minha primeira caminhada no entorno do Açude Velho, em Campina, deparei com a quase conclusa obra de um polêmico museu que está sendo erguido no preservado espaço do Açude Velho, em meio a processo judicial que o paralisou algumas vezes nesses últimos meses. A cena que vi está captada na câmera de meu celular. Eis, pois, o registro da figura dos tropeiros e suas mulas, que tamanha importância tiveram nas rotas comerciais que fizeram um eixo de desenvolvimento onde, via de regra, nada existiria. É dessa reflexão que sai minha concordância com o que ouvi de um campinense, ano passado: o Brasil aprendeu a dizer, ano a ano, que pararia se não tivesse a ferrovia e, agora, as rodovias, esquecendo-se de registrar que não fossem os tropeiros e suas mulas, cruzando trecho onde o trem não chega e o caminhão sonha passar, esse Brasil que conhecemos não passaria de um pedaço de terra rico em natureza e beleza, porém farto em dureza.
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