AUSÊNCIA
Viagem de última hora a Palotina/PR retirou-me da rotina por três dias, na semana passada. Com serviços acumulados, consequência desse imprevisto, as postagem no Blog ficaram em prioridade secundária. Nada, obviamente, relacionado a qualquer tipo de circunstância que envolva o teor das postagens dos últimos 30 dias. Isso ser bom ou ruim depende da perspectiva de cada um.
AUSÊNCIA II
Recebi sugestão e admito estar analisando a reunião de todas as minhas postagens em única publicação, que pode ser digital ou impressa. Selecionados, os textos publicáveis seriam aqueles em gênero crônica, marcando minhas passagens pelos sites Assiscity e JSOL, além da reativação desse Blog, há pouco mais de um ano. Nos três casos, publicações autônomas, sem vínculos e à base, somente, da amizade com seus idealizadores.
AUSÊNCIA III
Alguns amigos estranharam a ausência de publicações, minhas, no Jornal da Segunda Online nas últimas semanas. Como os textos publicados ora são pinçados por meu amigo Reinaldo Nunes, o Português, ora são por mim enviados a ele, não faço a verificação das publicações, mesmo sendo leitor assíduo daquele portal. A resposta a esses amigos dada e que consta é que semanalmente envio uma sugestão de publicação. Considerar o texto publicável, por parte de Português, já são outros quinhentos. Nada, contudo, que altere uma parceria que se estende já por algumas décadas desde os tempos em que, vejam só!, eu me metia a chargista, no início da década de 1990.
CENSURA
Três contatos de minha pesquisa de doutorado interromperam diálogo, repentinamente, na semana passada. Pesquisadores e jornalistas, eles acompanhavam de perto os protestos pelas ruas de Caracas, na Venezuela, questionando o governo de Nicolás Maduro. A preocupação deu lugar ao alívio quando soubemos que os comunicadores e comunicólogos venezuelanos sofreram, na realidade, com o golpe de Maduro e suas forças políticas e militares, que bloquearam as redes sociais via Twiter e Facebook. O serviço de internet na Venezuela é estatal e com o impasse desse fevereiro de 2014 até mesmo os serviços de e-mail foram bloqueados no país vizinho.
BOLHA
O mercado imobiliário de Assis, que teve um biênio 2012/2013 inigualável na história, dá mostras de desaquecimento. Com o prenúncio de que a crise das economias européia e norte-americana foi resolvida e, com isso, sobrará para as instáveis economias dos países emergentes, em especial ao BRICS, ainda há quem tenha bala na agulha para investir em imóveis. Em vez de gastar na planta, porém, preferem-se áreas consolidadas. Em suma, a moral da história passa a ser "melhor um barraco erguido do que uma mansão no projeto". Traduzindo: barraco é receita, mansão é sonho.
SERÁ?
A rede Havan faz pesquisa de mercado na região de Assis. Com a duplicação da SP-333, agentes do mercado imobiliário falam em dois megaempreendimentos muito próximos: Havan e Carrefour. O segundo-, sabe-se, montaria prioritariamente um centro de distribuição para abastecer as lojas de Londrina e Prudente, além das novas unidades previstas para Marília e Assis.
ÊXODO
Os defensores de uma Assis com 100 mil habitantes estão revirando nos túmulos do anonimato. Dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado, que controla registros de nascimentos e óbitos para, então, trabalhar com o coeficiente de segurança de cada localidade paulista, tem disparidade estatística em relação à projeção da Fundação Seade. Logo, se a Seade falava em uma Assis com 97 mil habitantes, para a Segurança somos 95.908 habitantes. Para o IBGE, podemos ter ultrapassado os 100 mil habitantes em 2012.
ÊXODO II
Da área da Seccional de Assis, que compreende a região administrativa de Ourinhos, Cruzália é o município com menor concentração de habitantes: 2.246. Ourinhos confirma a elevação de sua população, com 103.930 habitantes. De todas as localidades, contudo, Paraguaçu Paulista é a que mais avança demograficamente> 42.535 habitantes.
PENTE FINO
O Departamento de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) multou a Fundação São Francisco de Assis, daqui de Assis, em R$ 4.083,82. A autuação foi tornada pública em portaria do dia 21 de fevereiro, lançada no Diário Oficial da União. Além da concessionária de Assis, outras quatro receberam a mesma punição, situadas em estados como Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul. O maior valor das multas é justamente aplicado à entidade assisense.
COMPETÊNCIA
Patrícia Dias, formada em Jornalismo pela Fema, é a mais nova contratada da RadiAtiva FM, de Paraguaçu Paulista. Uma das profissionais mais competentes que meu testemunho presenciou. Com certeza, mais uma profissional de comunicação que logo estará nos grandes grupos de comunicação - não menosprezando, claro, o pode formador da RadiAtiva.
TERRAS PARAGUAIAS
Meu amigo André Dorini, com quem estudei na época de Clybas e trabalhei, na Unip/Assis, experimentou parte de seu sonho nessa semana. Competente docente das biológicas, ele começou a dar aulas em um curso de Medicina, na fronteira Ponta Porã/Pedro Juan Caballero.
PRENÚNCIO
Assis aparece entre as cidades listadas pelo Instituto Federal de São Paulo no portal da instituição na internet. Anteriormente, para encontrar o pólo avançado local, que funciona na Fema, era necessário entrar no campus de Birigui, ao qual é vinculado. Lideranças políticas locais e regionais aguardam o anúncio da condição autônoma do campus de Assis do IFSP, que já em 2015 incorporaria dois cursos superiores de formação de tecnólogos.
RESPALDO
A parceria entre o Clube Atlético Assisense e a Multi-Ar tem rendido marketing em nível nacional ao Falcão do Vale. Garoto-propaganda da patrocinadora, o ex-jogador e atualmente comentarista e apresentador Neto, da TV Bandeirantes, tem feito menções à parceria. O cronista esportivo tem amigos na cidade e não descarta a possibilidade de comparecer à Sucupira do Vale para novas ações relacionadas ao time que disputará a Segunda Divisão em 2014.
RESPALDO II
O acordo firmado entre a Multi-Ar e o Atlético Assisense prevê apoio gradativo à equipe, com o avanço do campeonato da Segundona. Caso o clube repita a campanha de 2013, por exemplo, jogadores e comissão técnica serão retribuídos proporcionalmente, uma vez que a exposição da marca do patrocinador abrangerá maior número de cidades e de veiculação nas mídias, principalmente a televisiva. A meta de ambos os lados, ou seja, de clube e patrocinador, é gerar condições de acesso à Série A-3 de 2015 e, principalmente, iniciar um trabalho que permita, no mínimo, a manutenção naquela divisão.
RESPALDO III
É visível e palpável a mudança na forma de gestão do Atlético Assisense em 2014. Descentralizado, o comando do Falcão do Vale abre-se para a participação direta da torcida e dos seguidores do clube nas redes sociais. Essa forma solidária de contato e respeito com o público pode ser comprovada na votação aberta pelo presidente Carlos Antunes Boi para a escolha do uniforme do time. Primeira e segunda camisa, assim como calções e meiões, serão confeccionados conforme apontar o público via Facebook. Há cinco opções de uniforme completo.
SEM DÚVIDA
Tenho sido cobrado, nas últimas semanas, sobre minha postura enquanto torcedor de clubes de futebol em 2014. A dúvida de meus interlocutores é se torcerei por Atlético Assisense ou por Vocem na disputa da Segunda Divisão. Como não costumo responder comentários e ignoro provocações que partem para o cunho pessoal, ratifico minha posição: torço pelo Falcão do Vale, em primeiro lugar, mas ficarei igualmente feliz caso o Vocem consiga a difícil missão de sair das cinzas e logo de cara conseguir o acesso à Série A-3.
SEM DÚVIDA II
Não sou mais ou menos amigo de diretores do Atlético Assisense ou do Vocem. Defendo, apenas, a continuidade de um trabalho que delonga tempo razoável, como no caso do Assisense, que há mais de uma década disputa as divisões inferiores do futebol paulista, de forma ininterrupta. E entendo que o projeto do Falcão do Vale demanda um profissionalismo que, por enquanto, me convence. O que não significa que do outro lado não haja profissionalismo.
ESTRANHO
Algumas postagens nas redes sociais geraram dúvidas nos últimos dias. Ao ponto de, nessa terça-feira, sair a "notícia" de que a diretoria do Vocem confirmou, direto da Federação Paulista de Futebol, que o time está inscrito e irá disputar a Segundona. Ora, se a inscrição havia sido feita, o técnico estava anunciado e a casa dos jogadores alugada, que confirmação é essa? E fica a pergunta: o que ocorreu, não foi divulgado e, assim, não chegou ao conhecimento público por esses dias?
ESTRANHO II
De acordo com meu amigo Márcio Grilli, da Banca Bandeira, o que correu por trás das cortinas, por esses dias, envolveu um eventual falso e-mail, em que se anunciou que o Vocem não disputaria o campeonato. De minha parte, estou ansioso para que essa mensagem eletrônica apareça, principalmente pelo fato de, hoje, ser possível identificar, via caminho inverso, o IP (identidade virtual) do autor da tramoia. Daí, contudo, a precisar ir à Federação e, de lá, esclarecer que o Esquadrão da Fé realmente irá disputar o torneio já parece outra história. Aguardemos.
SEM FAIXA
Faltando menos de dois meses para o início do campeonato da Segundona o estádio Tonicão é mantido em reforma. Seria bom que o Departamento Municipal de Trânsito aproveitasse o movimento no estádio e aplicasse sinalização de solo para a travessia de pedestres na ampla quadra em que estão as instalações esportivas. Assim, mães e estudantes que transitam por ali diariamente ganhariam uma alternativa de travessia da via Antônio Zuardi todos os dias úteis, sem correr risco de atropelamentos nos horários de pico, quais sejam, antes do início das aulas e após o encerramento das mesmas.
CASA NOVA
Os moradores das adjacências da Santa Cecília acabam de ganhar uma alternativa para a compra de rações e suprimentos para animais domésticos. O ponto comercial onde por décadas funcionou o tradicional Pilão Mercearia, do saudoso seo Silva, deu lugar, há duas semanas, à Ramos Rações. Pintura e fachada novas, a loja atende em horário comercial tradicional.
BREQUE
Condutores de veículos que algum dia renovaram suas CNHs no estado do Paraná estão enfrentando problemas sérios em Assis. O Denatran está fazendo conferência de cada uma das solicitações de renovação. O objetivo é verificar se os titulares das CNHs renovadas naquele estado vizinho fizeram o curso preparatório obrigatório, exigido em todo o país desde o final da década passada.
BREQUE II
A culpa, óbvio, não é da Ciretran de Assis. E nem dos condutores. Trata-se, pois, de um processo que sai do sistema online do Denatran e entra na seleção manual de cada uma das CNHs cujo histórico mostra ao menos uma renovação no Paraná. Há casos de condutores que estão há mais de 30 dias sem receber a CNH e, inclusive, encontram-se impedidos de dirigir porque o documento de habilitação expirou até mesmo os 30 dias de tolerância reservados para a renovação.
BREQUE III
Para quem não sabe, no início da década de 2000 muitos condutores de veículos se dirigiram a municípios parananenses em busca da renovação de suas CNHs. Entre as 'vantagens' estavam custo menor com as tarifas, centralização dos serviços de renovação em um só local e entrega praticamente imediata do documento. E no final da década passada, quando o curso de formação de condutores , exigido por lei nacional, passou a ser condicionado na renovação em municípios paulistas, no Paraná uma medida cautelar garantia a renovação sem a necessidade de frequentar (e pagar) por 30 horas de curso. Acontece, porém, que essa medida cautelar foi derrubada e, assim, o único estado que oferecia 'vantagem' passou, agora, a ser o único a dar dor de cabeça a quem um dia achou que ficaria livre do tal CFC.
PIADA PRONTA
O prédio onde seria a sede administrativa da extinta Construtora Melior, no centrão de Assis (esquina entre as ruas Barão do Rio Branco e J.V), tornou-se moradia de indigentes. Alguns deles ficam na calçada, sentados, durante parte do dia, Nessa terça, passando por ali, fui chamado por uma mulher ali instalada, que pediu-me R$ 5. Assustado com o valor solicitado, recebi como complemento: "claro, é para comprar marmitex é pedra, né?!". Então tá.
SANTO DA CASA
Um grupo de professoras dos departamentos de Educação e de Letras Modernas da Unesp/Assis encontra-se em Miami, Estados Unidos. Lá, organizam, em parceria com a Miami University, o I International Meeting on Language Learning in Tandem: Past, Present and Future. Trata-se da consolidação de uma parceria que nasceu naquele que é reconhecido como um dos projetos mais bem sucedidos de ensino de segunda língua no mundo: o Teletandem Brasil, que, por sinal, começou na Unesp/Assis.
AFASTAMENTO
Por falar em Unesp, o reitor da universidade, Júlio Cezar Durigan, está em tratamento de saúde. Em seu lugar responde a vice-reitora Marina Rudge. Pessoas ligadas diretamente a Durigam têm pedido orações pelo restabelecimento da saúde do reitor, que assumiu em 2013. Engenheiro agrônomo formado pela Unesp/Jaboticabal, Durigan tem cargo docente na mesma faculdade que o formou.
DESPEDIDA
Tive, nesse 25 de fevereiro, uma baixa na família. Despedi de Eurico Messias, irmão de meu pai, José Messias. Nascido em Assis, tio Eurico sofreu um AVC em outubro passado e aos 84 anos não resistiu à desestabilização provocada com as sequelas. Casado com tia Nica cá, na cidade, participou do avante de colonização que o desbravador Nasário de Oliveira, também assisense, fez nos arredores de Barbosa Ferra/PR. Isso, há exatos 60 anos atrás. Meu mais recente reencontro com tio Eurico ocorreu em 25 de janeiro passado, em Barbosa, quando levei meu pai para rever o irmão que, sentíamos, estava prestes a partir.
QUASE
A realização da Fapi 2014, em Ourinhos, está confirmada. Com a morte do usineiro Fernando Quagliato, principal gestor do projeto envolvendo a feira agropecuária, um grupo denominado G Fapi assumiu a administração e começa a viabilizar o evento. A organização da edição desse ano conta com apoio de orientação de gestão do Sebrae. Duas contratações de shows são consideradas certas pelos jornalistas que consultei naquela cidade: Luan Santana, que faria a abertura, e Aline Barros. As demais especulações giram em torno de Sérgio Reis, César Menotti e Fabiano, Almir Sater, Renato Teixeira, Lucas Lucco, Chitãozinho & Xororó, Lucas Ferreira e Henrique e Diego. A feira deve ocorrer em junho.
XEQUE
A postagem de videos e fotos nas redes sociais tem provocado barrigas jornalísticas impressionantes. Depois do garotinho que teria cruzado um deserto da Jordânia sozinho (somente dois dias depois a fotografia original foi revelada, mostrando o garotinho em meio a um grupo que, sim, avançou pelas areias quentes buscando refúgio) a imprensa internacional tomou o caso como lição e passou a precaver-se com o que é lançado em postagens como sendo conteúdo original.
XEQUE II
O caso da paciente que foi levada em uma maca desde o Hospital Regional até a Santa Casa, em Assis, merece uma criteriosa análise. Claro, quem fez o registro da imagem estava indignado, pois havia uma paciente que, doente, requeria atenção especial. A grande questão, contudo, é que o portal G1, da Globo, apropriou-se da imagem e noticiou que a paciente foi transferida de hospital pela rua.
XEQUE III
Ora, Santa Casa e Hospital Regional estão separados exatamente por uma rua. Trata-se de um complexo hospitalar único, de maneira que transferências entre um e outro ocorram via maca, a céu aberto,desde que as condições meteorológicas assim permitam. E quem recebeu a imagem, no portal de notícias do maior grupo de comunicação do país (eu disse 'maior' e não 'melhor'), desconhecedor dessa realidade logística, fez barulho demasiado. Não desprezando, claro, a indignação dos parentes da paciente, pois o que estava envolvido ali não era exatamente o transporte, mas o atendimento dado àquela cidadã.
XEQUE IV
É bom ressaltar que o texto do G1 citava que o transporte da paciente deveria ser feito em uma ambulância. Como esse tipo de viatura não tem plantão no hospital, seria necessário acionar o serviço de emergência, fazer o deslocamento do veículo até o Regional e, com a paciente dentro, fazer o deslocamento de menos de 100 metros até a Santa Casa. E como tempo, em casos relacionados a urgência no atendimento de saúde, é sinônimo de vida, talvez a solução mais rápida seja, mesmo, o transporte via maca.
XEQUE V
Uma boa dica para a equipe da Fundação Getúlio Vargas que prepara um plano de gestão para a Prefeitura de Assis. Com certeza, a instalação de um corredor de transporte comum para pacientes do complexo Regional/Santa Casa custe bem menos do que a mensalidade dos contratos assinados com aquela instituição de ensino paulistana.
CÁ ENTRE NÓS...
... teremos, novamente, sete candidatos locais nas próximas eleições?
IMAGEM DA SEMANA
Foto: Cinara Rosa/Facebook
CUIDAR PARA TER SEMPRE? - Passados dois meses do segundo ano do prefeito dos 15 mil votos a cidade está bem diferente daquela anunciada na campanha eleitoral de 2012. No horário eleitoral gratuito o texto dizia "cuidar para ter sempre", referindo-se à coisa pública como um bem coletivo que precisa estar permanentemente em trato. Ruas esburacadas e um patrimônio de uso coletivo abanado como jamais visto preocupam. Aliás, preocupam e enfurecem. As redes sociais tornam-se, então, palco para despejo da revolta popular contra uma administração municipal que pouco engrenou e tem sérios problemas de relação dialógica com a municipalidade. Uma das cenas mostradas por essa população raivosa e que realmente revolta é a que registra o abandono do sistema poliesportivo do Parque das Acácias, entre os blocos de prédios da CDHU. As quadras foram construídas pelo ex-prefeito Romeu Bolfarini, melhoradas em estrutura pelo ex-vice-prefeito João Rosa e abandonadas por Ricardo Pinheiro. Ressalte-se que os funcionários que executam os serviços pela Prefeitura são bons e trabalham conforme as condições oferecidas. Parece haver, definitivamente, uma incapacidade de gestão que mantenha o já existente e planeje o que será realizado.
IMAGEM DA HISTÓRIA
TUDO "BI" - Essa foto foi feita por Lúcio Coelho em 1987 e registra, em estúdio, aquele que foi um dos mais respeitados nomes do rádio do Brasil. Nelson Fernandes, o Bentinho, reinou nos inícios de manhãs e finais de tardes na rádio Cultura AM. Recordo-me de ocasiões em que entrevistava artistas como Chitãozinho & Xororó, Sérgio Reis, Roberta Miranda, ou mesmo em diálogo informal como o que mantive, por duas vezes, com Tião Carreiro, na barranca do Paranapanema, e sempre vinha a pergunta: "como está Bentinho?". O baixinho era conhecido e reconhecido por muitos, principalmente por sua capacidade de identificar, na primeira audição, quais músicas de um determinado disco fariam sucesso. Cito como exemplo desse dom de Bentinho o disco intitulado "Planeta Coração", da dupla João Paulo e Daniel, gravado em 1985. Magui, o discotecário, fez, na capa do LP, um círculo sobre o nome da música que dava nome ao disco, pois assim recomendava a gravadora e já tocavam emissoras paulistanas como a Bandeirantes AM. Bentinho, a seu jeito peculiar, chegou à mesa de sonoplastia e definiu: "essa música é uma bosta". Pegou a minha caneta e fez um risco sobre outra música, que deveria, sim, ser tocada em seu programa. Tratava-se de "Paloma" (Ouça aqui), uma adaptação de gravação paraguaia anterior (La Paloma). É claro que Paloma fez muito mais sucesso que Planeta Coração, não só em Assis, mas em todo o Brasil, configurando um dos primeiros sucessos daquela dupla que em 1998 seria golpeada com a fatalidade da morte, trágica, de João Paulo. Assim, Bentinho escreveu uma de muitas páginas da história do rádio brasileiro, acompanhado de seu mascote virtual "Chulipa", que tanto brincou com a imaginação de gerações inteiras no Médio Vale. Sãopaulino, o locutor apoderava-se dos jornais que eu recebia na redação, logo cedo, folheando principalmente o 'pinga-sangue' Notícias Populares. Chegava com seu jeito carismático, bigodinho sempre aparado, e com aquelas minúsculas mãos sentava-se ao lado de minha pesa, volta e meia soltando um ou outro som, resultado dos gases intestinais que, dizia e reconhecia, eram fruto da efervescência provocada durante a madrugada pela pinga que tomaram para encerrar a noite anterior. Terminada a leitura, ali por volta das 9h30 colocava os jornais de qualquer jeito em cima da mesa, cobrava para que eu guardasse os cadernos que tratavam de assuntos relacionados às novelas que tanto curtia, material que leria à tarde, no retorno à emissora, e saía em direção ao final da rua Capitão Francisco Rodrigues Garcia, onde morava. Não sem antes dar aquela piscada e dizer tchau em forma de "Tudo bi, maninho!".