FORA DO AR
Uma semana de apartamento novo
aqui em Campina Grande e continuo sem internet. A GVT não tem como passar o
cabeamento nos dutos do prédio, já superlotados. Assinei, nesse ínterim, os
serviços de modem da Tim e da Claro, mas como moro no térreo e há dezenas de
blocos de prédios no condomínio, o sinal chega insuficiente. Uma loteria, pois,
saber em que horário, em qual local do
apartamento e por quanto tempo haverá conexão.
MORRER NA PRAIA
Acordos feitos com outros
blogueiros que cobrem futebol aqui, no Blogger do Google, e com parceiros de
grupos de comunicação não puderam ser cumpridos, exatamente no momento mais
crucial da coluna “Eu, da poltrona”. Escrevi, porém não consegui postar as
análises dos jogos de Brasil, Holanda e Itália, escolhidos para assistir, na
íntegra, dentro das minhas possibilidades profissionais.
AVANTE
Meu Campinense está no
quadrangular final do Paraibano 2014. Nesse domingo recebe, no estádio Amigão, às
17 horas, o Auto Esporte, de João Pessoa. Campeonato bagunçado, vindo de uma
Federação cuja presidente teve o ‘eterno’ mandado de décadas quebrado pela Justiça
Comum. Um dos únicos do mundo que continuam concomitante à Copa. Estranho.
LIMPEZA
E para quem acha que campeonato
estadual não tem peso, o Treze, daqui de Campina, provou o contrário. Foi
eliminado pela combinação de resultados, na quarta-feira passada, e agora
continua somente na Série C do Brasileirão 2014. No dia seguinte à eliminação,
o clube dispensou 14 jogadores. E já anunciou reforços. Além do Paraibano, o
Treze começou 2014 disputando a Copa do Brasil e a Série C.
BEICINHO
O ‘off’ que caracteriza dropes
como esse, do Fiscalização Eletrônica, vem de informações oficiosas, que
comprovam-se ou não enquanto fatos. No antagonismo da comunicação, agradam uma
parte, desagradam outra. Inegável, contudo, que mostram um tipo de realidade
que, fora das pautas, atrai a atenção da audiência. Há dropes que jamais
tornar-se-ão notícia, da mesma forma que outros, com o tempo, ganharão
manchetes na mídia.
BEIÇÃO
Nos dropes da coluna “Eu, da
escuta” houve, na semana passada, quem reclamasse dos dois lados dos clubes de
Assis. Como somente o Atlético Assisense manteve, desde o início do ano, feedback
comigo, novamente o pedido de esclarecimento foi feito pela diretoria do Falcão
do Vale. Mé, da equipe de gestão, garantiu não haver nenhum tipo de negociação
com a cervejaria Malta, em respeito ao contrato mantido com a Ambev, que
estampa uma marca de refrigerante no uniforme do time. Sobre as demais
postagens, nenhuma contestação feita.
PROJETO
Para a Segunda Fase da Segundona
2014 o Atlético Assisense planeja manter a base do time que, no tapetão,
conseguiu a classificação. De novo, como foi feito em 2013, contato com
jogadores que se destacaram em clubes já eliminados no torneio. E, agora, com o
apoio garantido do patrocinador máster. Basta relembrar que o volante Fernando,
destaque na reta final do Falcão do Vale no ano passado, disputou a Primeira
Fase no Osvaldo Cruz e, depois de passado o campeonato, acertou contrato com o
Atlético Sorocaba e disputou a A-1.
PROJETO II
A classificação via tapetão, do
Atlético Assisense, frustrou os planos de assédio de dirigentes que queriam ver
jogadores que antes vestiam azul e branco passando a trajar outras duas cores
na Segunda Fase. Cartolas que falam em ética e transparência ignoram os valores
que só encostam nas pontas de suas línguas e, nas últimas semanas, fizeram
propostas faraônicas para que atletas do Falcão do Vale assinassem a transferência.
Vã tentativa de melhorar buscando o que há de melhor.
DESCRÉDITO
Sobre minha desconfiança com a
Federação Paulista de Futebol, ela jamais deixou de existir. Sempre fui
reticente com a instituição, por situações obscuras que marcaram os torneios
que acompanhei como jornalista em quase três décadas. Nada, porém, contra
canais que detêm a minha credibilidade na mesma instituição. Um deles é a
Ouvidoria, que sempre me atendeu, na medida do possível, dentro daquilo que
solicitei de informação.
CRÉDITO
O feedback, tão necessário nos processos
comunicacionais formais, sempre existiu entre mim e a Ouvidoria da FPF. Basta
ver o processo em que o Atlético Assisense foi punido – e multado – por ter
produzido os tais ingressos ‘brancos’ no derby contra o outro time de Assis. O
TJD só soube e julgou o caso porque a caracterização da produção paralela de
bilhetes foi configurada em postagem feita cá, no Blog. Alguns mais ou menos
beiçudos vão dizer que eu prejudiquei meu próprio time, uma vez que não escondo
de ninguém que em Assis sou Falcão do Vale. Na leitura do TJD, porém, quem
errou foi, exatamente, aquele que considerou normal mandar confeccionar
ingressos em gráfica sem autorização da Federação.
ENFIM
Encerrando assuntos relacionados
ao futebol de Assis, é consenso entre mim e meus canais na Federação que
eventual postagem comprovando situação de jogador irregular do outro time de
Assis, no jogo inaugural do campeonato da Segundona, seria suficiente para,
igualmente, haver formalização do caso e, assim, a pauta chegar ao TJD. E como
eu soube do caso através de fontes vindas de outros clubes da mesma chave, ou
seja, do Grupo 1, entendi a circunstância como ‘plantio’ de denúncia e,
vacinado, não fiz a postagem no Blog.
ENFIM II
Segundo fontes na Federação, ao
contrário do que se especulou, na realidade não houve denúncia alguma
relacionada ao caso. Ou seja, enquanto dirigentes choravam na tentativa de
haver um defunto no episódio, ninguém, na prática, teve a coragem de abraçar o
caso. O motivo: tendência de haver, mesmo, a eliminação só do Osvaldo Cruz no
grupo, pelo tapetão. Com isso, as únicas modificações possíveis ocorreriam na
posição dos três classificados que somavam-se ao Grêmio Prudente na passagem
para a Segunda Fase. Para bom entendedor, mesmo sabendo da existência da
irregularidade e tendo todos os elementos para, igual ao caso do ingresso branco,
evidenciar os elementos de uma denúncia no TJD, optei por não fazê-lo. Torcer
para o Falcão do Vale não significa que eu queira o mal para o outro clube.
Afinal, clube é dedo, dirigentes são anéis.
PÉ FRIO
Estou participando de um Bolão da
Copa com amigos de Assis. Fiz as apostas e enviei ao amigo que está fazendo a
gestão. De 9 jogos realizados até esse momento só acertei 2 resultados, ainda
assim errando o placar exato. Danado esse Mundial de seleções, que surpreende
pela quantia de gols marcados (média acima de 3 gols por jogo). Há pouco o
Equador salvava-me do vexame pior, mas numa dessas lições que o futebol dá, não
marcou o gol claro que surgiu nos acréscimos finais e tomou o contra-ataque no
mesmo lance para sofrer o tento da derrota por 2x1, intervendo o placar que eu
havia apostado para o confronto.
ANÁLISE
Primeira rodada de Copa do Mundo
não representa muita coisa, todos sabemos. Mas, dentro das perspectivas que
tracei para esse Mundial um prognóstico se confirma. Vejo a Holanda avançando
no grupo de elite das seleções mundiais desde 1994. E se a Espanha já
comprovadamente deixou o estandarte de melhor do mundo, não tenho dúvidas de
que a Holanda assume esse patamar. Azar do Brasil cruzar com eles antes de
chegar à Final.
ANÁLISE II
Dos países sul-americanos, a meu
ver, somente a Argentina duela com o Brasil em condições de avançar. E isso
tudo ainda dependerá mais do sucesso de DiMaria do que necessariamente do
badalado Messi. Esses dois jogadores atuando na plenitude de seu futebol
colocam a Argentina como favorita a uma final, que pode, inclusive, ser contra o
Brasil. Vejo, antes da Argentina, futebol na já comentada Holanda e, também, na
Alemanha e na Inglaterra. Espanha, França e Itália ficam em um grupo somente
intermediário.
FESTA
Começou no dia 6 o Maior São João
do Mundo, aqui em Campina Grande. A festa estende-se até o dia 6 de julho no
Parque do Povo. Algumas noites podem atrair, na média geral do dia, até 200 mil
visitantes. Acompanhei a instalação de todo o circo do festejo que para a
Princesa da Borborema, denominação carinhosa que a Paraíba dá a Campina. E
fiquei impressionado com os relatos que recebi dos ‘homens de baixo’, ou seja,
sujeitos sócio-históricos que participam da instalação da imensa estrutura que
viabiliza a festa.
FESTA II
Foram instalados 120 quiosques na
área externa da estrutura de shows. Nesses espaços são comercializadas bebidas,
espetinhos, lanches e outros tipos de comida típica. Engana-se quem pensa que
essa área externa fique fora do Parque do Povo. Não. Fica dentro do recinto. E
no ‘interior’ da infraestrutura ficam outros 300 pontos comerciais, esses sim
autorizados a vender comida com acomodação em mesas e cadeiras. Esses, pois,
são os barraqueiros, enquanto os outros, de fora, são ambulantes.
FESTA III
Um ambulante paga, para a
Prefeitura, taxa de R$ 70 para vender na área externa durante os 30 dias de São
João. Na área interna, dependendo do tamanho do ponto comercial, essa taxa de
concessão varia de R$ 300 a até R$ 10 mil. Por meio de licitação são feitas
concessões maiores, como a que dá à Ambev a exclusividade de comercialização de
bebidas alcoólicas e não-alcoólicas. Nesses casos, as empresas vencedoras
comprometem-se a pagar o cachê cobrado pelas principais atrações artísticas.
FESTA IV
Nem tudo, porém, é aceito pela
comissão formada pelos patrocinadores cuja concessão é vencida em licitação.
Fala-se em um pedido de R$ 250 mil por uma noite de apresentação da banda
Calcinha Preta. Não passou. Artistas de renome equivalente como Léo Marques,
Elba Ramalho, Fágner e Skank cobram pouco mais da metade disso.
HEGEMONIA
O músico Luan, que levou o nome
de Campina Grande ao circuito nacional através do programa Superstar, da Globo,
era anônimo somente fora daqui. Cá, na cidade, ele era visto, somente, como
filho de um dos mais tradicionais fabricantes de sanfona do país. Bom menino,
cantor razoável, mas nada além disso. Volta para a terrinha, depois da
participação no programa, com uma fama que precisa condizer, ainda, à sua
condição de músico popular em formação. Tem feito mais de um show por dia nas últimas
semanas, ou seja, tem agenda lotada.
CONTRA-HEGEMONIA
Aqui, no São João, Luan ainda é
um nome a ser consagrado. Já tocou no ForróFest, evento organizado pela TV
Paraíba, afiliada da Globo para a Paraíba, preliminar ao Maior São João do
Mundo. Nesse evento, várias etapas classificatórias são realizadas em cidades
do interior, reunindo cantores e bandas de forró anônimos. A final acontece no
Parque do Povo, na véspera da abertura do São João. Luan tocou nessa noite,
ocasião em que há mais torcida para os grupos finalistas do que necessariamente
quem esteja interessado no artista convidado.
EXEMPLOS
Não há cobrança de ingressos para
entrar no Maior São João do Mundo. Impossível, porém, entrar no recinto sem
passar pelas três portarias oficiais. Ali, são feitas revistas por equipes de
segurança terceirizadas, sob fiscalização da Polícia Militar. Mesmo o setor de
camarotes, mais uma fonte geradora de receitas para a Prefeitura, tem o acesso
controlado por intermédio dessas três portarias principais. Ou seja, é
possível, sim, organizar um evento e não cobrar ingressos de acesso.
EXCEÇÕES
Apesar da rigidez na fiscalização
a violência dentro do Parque do Povo durante o Maior São João do Mundo faz
gerar, diariamente, manchetes nos noticiários policiais. Há pelo menos uma
ocorrência por noite envolvendo esfaqueamento. Na noite de quinta, dia 12, uma
das vítimas não resistiu aos ferimentos e chegou ao Hospital de Traumas já
morto. Não há sequer suspeito para o crime.
PRECAUÇÃO
Acompanhei por dois meses os
preparativos para o Maior São João do Mundo. É que o Parque do Povo ficava no
meio do trajeto entre o apartamento onde eu residia, no bairro Monte Santo, e o
Açude Velho, principal ponto turístico de Campina Grande e local que, numa
espécie de Parque Buracão, é apropriado para a prática de exercícios físicos
leves. E, claro, ir à maior festa popular da Paraíba estava nos meus planos.
Porém, mudei de apartamento exatamente no dia de abertura do São João.
PRECAUÇÃO II
Agora, estou morando no bairro
Bodocongó, que fica no sentido anverso ao do Açude Velho. A logística de locomoção
mudou totalmente e, assim, ao passo em que fiquei mais próximo da Universidade
Federal de Campina Grande, dobrei a distância em relação ao Parque do Povo.
Resultado: deixei para visitar a festa do forró, à noite, quando retornar de
minha viagem a Assis. Ficarei fora, pois, durante o ápice dos festejos, daqui a
duas semanas, quando Campina Grande decreta feriado municipal no dia 24 de
junho, dia de São João, mas praticamente para durante a semana inteira.
PRECAUÇÃO III
Temendo essas situações iniciais
de violência tenho ido ao Maior São João do Mundo durante o dia. Não é a mesma
coisa, claro, pois as cores da festa são mais nítidas à noite. Diria que 30% do
recinto funcionam enquanto há sol, aos finais de semana, aguardando a chegada
da noite para a plenitude. E se não há buchada de bode, cabeça-de-galo,
escondidinho ou arrumadinho de carne-de-sol para comer, não faltam espetinhos
que, na ampla variedade de carnes disponível, só não trazem, literalmente, o
gato no cardápio. Ao menos pelo se saiba.
NO AR
O serviço de atendimento ao
cliente da Azul confirmou que na viagem de retorno a Presidente Prudente nós,
passageiros que embarcamos em Campina Grande com destino a Viracopos, em
Campinas, poderemos acompanhar, pela operadora Sky, o jogo Brasil x México. É
que as aeronaves Embraer, da companhia, passaram por completa revisão do
sistema de recepção via satélite, justamente visando à Copa do Mundo. Assim,
verei ao segundo jogo da Seleção no trajeto entre Petrolina e Belo Horizonte.
No aeroporto de Confins assistirei ao segundo tempo.
SOBE E DESCE
A Azul está sendo a companhia
aérea mais procurada pelos passageiros que estão em trânsito pela Copa do Mundo
de 2014. E Campina Grande, o ponto de cruzamento de rotas mais acionado do
país. Mais de 20 voos extras têm passado
pelo aeroporto João Suassuna todos os dias. É o maior volume do país nesse
Mundial, pois Campina acaba tornando-se rota de passagem tanto para torcedores
estrangeiros ou brasileiros como para turistas que querem aproveitar dois
eventos concomitantemente: Copa e São João.
OUTRO BRASIL
Muitos amigos e parentes têm
perguntado como é viver em Campina Grande. Minha resposta tem mudado muito.
Aqui cheguei, em finais de março, com temperatura de 35 graus durante o dia e a
tradicional queda de temperatura à noite, características que alguns
pesquisadores definem como ‘desertificação’ do sertão. E a noite começa a
aparecer depois das 16 horas, quando o sol, digamos, ‘esfria’. Sim, o anoitecer
vem muito rápido nessa parte extrema do leste brasileiro.
OUTRO BRASIL II
Com um mês de moradia em Campina
já percebi mudança no clima. A chuvarada que se inicia em maio trouxe uma
sensação térmica interessante. Abafamento dentro de casa e uma garoa que
lembra, em muitos detalhes, a paulistana de verão. Termômetros sempre acima dos
30 graus durante o dia, só que as noites cada vez mais frias. E o mais
interessante nisso: o dia começa antes das 5h00 aqui, o que faz com que às 7h00
já haja calor. Usar lençol e manta fina, portanto, só entre meia-noite e no
máximo 6h00, a partir de quando o dia esquenta, literalmente.
OUTRO BRASIL III
Nesse cenário de contrastes o que
vejo são paraibanos não sentindo o calor que me atinge durante o dia, e eu, não
sentindo o frio que eles sentem durante a noite. Professor totalmente suado
logo às 8h00 e alunos com blusas nas aulas da noite. O frio que eles sentem eu
não sinto, e o calor que me afeta não os atinge.
OUTRO BRASIL IV
Hoje, domingo, o dia amanheceu
chuvoso, como estava ontem. Termômetro nos 30 graus, mas vindo de uma madrugada
em que pela primeira vez precisei colocar uma manta fina para proteger do frio.
Fez 15 graus dentro do apartamento, mas a brisa da madrugada proporcionava
sensação térmica de pelo menos 12 graus.
CÁ ENTRE NÓS...
... por que não forma-se uma
comissão de políticos e empresários de Assis para vir a Campina Grande e
conhecer a estrutura de gestão do Maior São João do Mundo¿ Aqui, a identidade
cultural prevalece, em detrimento da cada vez mais hegemônica marca do evento.
De minha parte, entendo que o evento promovido pela Aprumar esteja o mais
próximo da proposta que há 3 décadas dá certo aqui, na capital nacional do
forró.
IMAGEM(NS) DA SEMANA
FESTANÇA – O Maior São João do
Mundo remete a uma festa que é realizada há 31 anos consecutivos. Aqui, mais
importante do que destacar XXXI é dar foco à manifestação popular presente nos
festejos. Torneios de quadrilha junina são realizados semanalmente, ao passo em
que os frequentadores do Parque do Povo, recinto de realização do evento,
podem, sim, consumir o que há de mais tradicional na comida paraibana, enfim,
no vasto cardápio nordestino. As ilhas de forró distribuídas pelas vilas
internas fazem com que se dance o quanto quiser. Há informação sobre ilha de
forró que amanhece o dia, principalmente aos finais de semana. Aqueles que não
são adeptos de dançar forró podem, além de consumir em bares e restaurantes,
assistir aos shows que ocorrem no palco principal e, também, na pirâmide, grandiosa
estrutura fixa que recebe as competições entre quadrilhas juninas mas, também,
acolhe shows musicais de artistas da região.