Cláudio Messias*
Pelo segundo ano consecutivo o Osvaldo Cruz termina de forma vexaminosa a disputa da Segunda Divisão do Campeonato Paulista. E da mesma forma: perda de pontos no Tribunal de Justiça Desportiva, o TJD. Dessa vez, porém, a situação é tão crítica que a cada sessão plenária do tribunal o clube do Oeste Paulista vê sua pontuação construída na competição sendo gradativamente esgotada.
Os motivos que levam o Osvaldo Cruz a perder pontos no TJD são relacionados a inscrição irregular de jogadores. Em crise financeira tornada pública justamente no dia de sua principal vitória, dentro de campo, nessa temporada (3x1 no líder Grêmio Prudente, dia , no encerramento do primeiro turno da Primeira Fase), o Azulão perdeu comissão técnica e parte do elenco logo em seguida, devido a pendências salariais. Até mesmo a rádio Difusora 1440 AM, local, interrompeu as transmissões dos jogos realizados no estádio Breno Ribeiro do Val, diante de um cenário amplamente criticado como sendo fruto de gestão longe do perfil profissional esperado.
No TJD a primeira punição aconteceu na sessão plenária do dia 13 de julho. O Osvaldo Cruz foi enquadrado no artigo 214 do Código Brasileiro Disciplinar, justamente relacionado a escalação de atletas não devidamente registrado na instituição competente, no caso, a Federação Paulista de Futebol. Isso, no jogo do dia 5 de julho, contra o Tanabi. Na ocasião, derrota pelo placar de 4x0 e o Osvaldo Cruz entrando em campo com exatos 11 jogadores, sem opção de banco de reservas. Desses, dois, apenas, foram listados com número de matrícula profissional na temporada 2015. Perda de 3 pontos do ativo, o que eliminou o clube de qualquer possibilidade de classificação para a Segunda Fase.
A última partida realizada pelo Osvaldo Cruz com a formação profissional inscrita na Federação ocorreu contra o Vocem, no empate em 1x1, dia 28 de junho, no estádio Breno Ribeiro do Val. Foi o encerramento do comando do técnico Gilmar Tadeu da Silva, que deixou o Azulão na sexta colocação do Grupo 1, então com 11 pontos, quatro atrás do Fernandópolis e a 8 pontos do Atlético Assisense, à época do primeiro a compor o G-4, em ordem crescente.
Com a perda de pontos do dia 13 de julho, no TJD, o Osvaldo Cruz caiu para de 12 para 9 pontos, mas manteve a oitava colocação na chave, à frente de José Bonifácio e Bandeirante.
No entanto, nessa segunda-feira, 27 de julho, veio mais uma punição. Agora, o TJD analisou os jogos realizados dias 12 e 19 de julho, respectivamente nas goleadas sofridas ante Atlético Assisense (6x1) e América (5x0). Mais atletas irregulares, novo enquadramento no artigo 214 do CBJD e, então, seis pontos abatidos na classificação. Ou seja, tudo o que o técnico Gilmar Tadeu construiu dignamente, o clube está perdendo vergonhosamente no tapetão. E, pior, vem mais punição pela frente.
Agora o Osvaldo Cruz é o lanterna do Grupo 1, com apenas 3 pontos que ainda lhe restam. De todos os 30 clubes, é o pior em pontuação, mas não em desempenho. Antes da sessão plenária dessa segunda-feira o Azulão, com os 9 pontos que lhe sobravam, era o vigésimo sexto em produtividade. Agora, é o último.
Domingo passado o Osvaldo Cruz perdeu mais um jogo, dessa vez com placar reduzido de 2x0, para o José Bonifácio. Novamente, apenas 3 jogadores foram listados como portadores de registro profissional. Na comissão técnica um nome novo: Marco Antônio Ciriaco, que substituiu Alexandre Narbal de Souza após a derrota para o Tanabi (4x0), que resultou na primeira punição. Ciriaco deve, ainda, testemunhar a perda de mais três pontos, desse jogo do domingo passado, assim como, pela tendência, dos três confrontos que ainda restam ao Azulão até o encerramento da Primeira Fase.
* Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA-USP.
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