quarta-feira, 9 de outubro de 2013

EU, DA ARQUIBANCADA - Estádio dividido por segurança

LOTAÇÃO

Somente um ônibus da torcida organizada Aquáticos, do Água Santa, veio a Assis para o confronto com o Assisense. Os visitantes eram apenas um grupo de 40 pessoas, mas ficaram com 50% da arquibancada do Tonicão e o privilégio de um bar sem congestionamento. A Polícia Militar separou os setores logo na entrada, impedindo o acesso da caravana vinda de Diadema pela portaria principal. Como em clássicos entre clubes da capital, não houve contato entre as duas torcidas.

LOTAÇÃO II

No entanto, um vacilo na segurança fez com que o portão que dá acesso, pelo fosso, à arquibancada do setor B, ficasse apenas encostado, sem cadeado. E isso levou um torcedor que é conhecida figura das vilas Tênis Clube e Operária, a ir até a torcida rival e fazer provocações frente a frente. 

LOTAÇÃO III

O princípio de confusão, foi rapidamente contornado, mas quem apartou a situação não foi a Polícia, nem funcionários do estádio. Foi o famoso gandula que tradicionalmente faz provocações ao banco de reservas de equipes rivais visitantes. Quando viu que grupo considerável de torcedores do Assisense dirigia-se para dar apoio ao solitário provocador, o gandula, mesmo estando do lado de dentro do campo intimidou o grupo pelo alambrado. Todos retornaram.

CRITÉRIOS

Um policial feminino reforçou a equipe que trabalhou na revista de torcedores que adentravam ao Tonicão. Na portaria, a policial impediu que uma mãe entrasse com um copo de bico, usado para dar água à filha, pequena. A mãe foi a um bar em frente ao estádio, pediu para que guardassem o objeto e quando retornou e adentrou ao Tonicão, viu que copos de água eram comercializados no bar e levados à arquibancada normalmente. Nem aquela mãe, nem eu e, talvez, nem a policial militar saibam explicam a diferença entre um copo pequeno, próprio para dar água para criança, e um copo de água mineral que, por sinal, é maior que o primeiro aqui citado.

REVISÃO

O Clube Atlético Assisense vai precisar rever alguns pontos relacionados à organização de jogos na Segundona de 2014. Hoje, por exemplo, na súmula online disponibilizada à noite, o fraco árbitro Flávio Rodrigues de Sousa registrou duas ocorrências disciplinares relacionadas a agentes que não estavam formalmente em campo no jogo contra o Água Santa. Uma contra um gandula, que agrediu um jogador do Água Santa, e novamente contra um massagista do time. Tais ocorrências podem implicar em sanções ao clube nos próximos jogos em que for mandante.

AFLIÇÃO

Muitos torcedores apelaram para o aparelho de telefonia celular para acompanhar o resultado do jogo Cotia  4 x 1 Inter. Sem rádios de Assis transmitindo a partida, muitos conectaram à internet, acessaram o site da STI Esporte, de São Bernardo do Campo, que transmitiu o jogo direto do estádio da Rua Javari, e repassaram o resultado parcial para os vizinhos de arquibancada. Democratização da comunicação é isso.

AFLIÇÃO II

Muitos torcedores sintonizaram, no celular, via internet, também, a Rádio Bebedouro AM, que mandou equipe a São Paulo para cobrir o time da cidade. Antes de o jogo começar os radialistas de Bebedouro lascaram indiretas secando o Assisense. Eles tiveram problemas em Assis quando vieram transmitir Assisense 2x1 Inter, na primeira rodada da quarta fase. Naquela ocasião, torcedores não gostaram do que entenderam como provocações e , na confusão, equipamentos da emissora foram danificados. Saíram de São Paulo hoje, contudo, com a Inter já eliminada do torneio.

BURACO

A direção desfavorável do vento, assim como a posição em que ficam caminhão de som e arquibancadas, no Tonicão, provocaram situação de constrangimento antes do início do jogo dessa tarde. Sem ouvir o que saía no sistema de som, a bateria que anima a torcida do Assisense continuou normalmente no batuque. A percussão rodou solta durante a execução do hino de Assis e só foi interrompida, ainda assim parcialmente, quando da execução do Hino Nacional. Lá embaixo, na arquibancada, era praticamente impossível ouvir o som ambiente comandado, hoje, por meu amigo Marcos Paiva, que estava vestido à John Lennon, com direito a óculos redondo escuro.

FAMÍLIAS

Chamou atenção a quantidade de crianças e adolescentes que foram ao estádio para ver o jogo. Muitos deles, como três garotinhos que sentaram ao meu lado e não tiraram o olho da prancheta, das anotações e das fotos feitas na máquina digital, conheceram o Tonicão no evento dessa quarta-feira. Prenúncio de uma temporada 2014 tão boa quanto foi o encerramento dessa, hoje.

ESTREIA

Quem também foi ao estádio local pela primeira vez, hoje, é Wellington Amarante, meu amigo historiador e professor universitário. Paulistano acostumado a ver o seu Flamengo em grandes estádios, ele, que é doutorando em História na Unesp/Assis, estranhou alguns fatores: péssima qualidade do gramado, falta de cobertura das arquibancadas e ausência de sistema de iluminação. Mais um a engrossar a fila dos indignados com a incompletude do querido Tonicão, carinhosamente chamado na Vila Operária de "Fonte dos Amores".

PREOCUPAÇÃO

Na fila, saindo do estádio, ouvi mais de uma vez de preocupação com o futuro do Clube Atlético Assisense. Os torcedores sabem reconhecer o esforço de Carlos Antunes, o Boi, como presidente da agremiação, mas entendem que sozinho ele não consegue tocar projeto igual ao de 2013. Ou seja, todos querem que o Assisense continue, persevere em 2014, na Segundona, porém temem que as parcerias que viabilizaram o clube na temporada acabem.

PREOCUPAÇÃO II

Entre aqueles que vivem e convivem rotineiramente no clube a preocupação é outra. Gílson Zenon, chamado de presidente de honra do Assisense, tem dado sinais de cansaço nessa reta final. Experimentou, todos sabem, o fardo que é fazer a gestão de um clube de futebol profissional. A continuidade do projeto em 2014, todos reconhecem, dependem de Zenon aceitar ou não mais um ano desse martírio em sua vida profissional e familiar, uma vez que o clube exige investimentos além do considerado possível e tempo que normalmente dedica-se ao lar.

PREOCUPAÇÃO III

Febre em Assis, o Clube Atlético Assisense conseguiu o feito inédito. O balanço final ainda não foi fechado, mas a Sapattu Mania pode ter no clube da cidade o recorde de venda de camisas oficiais do ano. O resultado desse fenômeno de vendas pode ser visto no estádio e pelas ruas da cidade, com diversos torcedores usando modelos 1 e 2 da camisa durante a semana, em dias úteis, ou mesmo em locais de lazer. É daí que sai o fator principal que dá esperança de continuidade do trabalho da atual diretoria para 2014, pois as empresas que expuseram suas marcas no uniforme tendem a renovar os contratos.

REVOADA

Seis jogadores que entraram como titulares do Assisense hoje, ante ao Água Santa, tendem a fechar contratos com um mesmo empresário agenciador. Receberão, depois do jogo contra a Inter, propostas para começar 2014 disputando a Série A-3.

TEMOR

Alex Caligaris, o Guaíra, da TV Fema, passou momentos de terror com torcidas adversárias quando foi cobrir o Assisense em jogos fora de Assis. Provocações e xingamentos, normais para quem trabalha na cobertura de eventos esportivos, foram relevados, mas as ameaças que saíam da torcida do Água Santa o desequilibraram, lá em São Bernardo, na ocasião da derrota por 4 a 0. Quando soube da vinda da torcida ao jogo de hoje, Alex fez cara de paisagem. E com razão, claro, pois a todo momento a turma vinda de Diadema rasgava palavrões e gestos para o lado oposto da arquibancada.

CLIMA

A quarta-feira teve uma tarde agradável para ir ao estádio. No Tonicão fez 25 graus quando a bola rolou e 26 quando a partida terminou. A umidade relativa do ar estava baixa: 47%, às 15 horas, voltando a patamares mais aceitáveis ao final. Já o índice de radiação solar atingiu o ápice do dia exatamente às 15 horas: 895. Duas horas depois era de 610.


IMAGEM DO DIA

FORMATURA - Essa foi a última foto de 2013 para a equipe do Clube Atlético Assisense. Uma família de garotos que cá trouxeram seus sonhos e materializaram isso na forma de paixão de uma torcida. Ainda não saiu o boletim financeiro do jogo, liberado pela Federação Paulista de Futebol, mas é possível que algo em torno de mil pessoas tenha ido ao Tonicão. e se lá foram em plena tarde de quarta-feira é porque davam crédito ao trabalho desses jovens, ainda meninos, a maioria na flor da idade, abaixo de 23 anos. Jovens que seguem seus rumos e de Assis se despedem hoje, pisando oficialmente no gramado do Tonicão pela derradeira vez testemunhados pela multidão. A pose para foto, no registro acima, tinha acabado de ser desfeita. Fiz questão de registrar o momento após o clique dos fotógrafos. Começava, ali, a despedida, in dependentemente do resultado que viria 90 minutos depois. Que aquela alegria e esperança presente no coração de cada jogador que suou em campo, registradas na foto, seja a repetição da trajetória de cada um. Aos que ficarem para 2014, a casa é da família. E em casa de família unida as portas estão permanentemente abertas.

3 comentários :

Ike disse...

Acompanhei do trabalho , via internet, o jogo de hoje. Uma pena para o Assisense, deixar escapar o acesso nos 2 jogos em casa, mas o futebol tem dessas coisas. Parabens a todos de Assis, e aos jornalistas que cobriram a trajetória do Clube nesse campeonato.

Carlos Antunes do Rosário disse...

Acredito que com a união de todos, dirigentes, empresariado, imprensa, torcedores, foi possível sonhar e acreditar no Clube Atlético Assisense forte e promissor. É possível prosseguir em busca do Acesso no ano de 2014. Atualmente os torcedores estão esperançosos e confiantes que, enfim, temos futebol competitivo e a prova disso foi perceber a presença maciça durante os jogos em Assis. O prosseguimento do projeto deverá ocorrer e todos ganham com essa continuidade...

Wellington Amarante disse...

Grande, Cláudio! Fiquei muito feliz por ser citado em seu blog, como dizem por aí, "isso já valeu o preço do ingresso". Quanto ao jogo em questão, apesar do péssimo resultado, ir ao Estádio é sempre uma experiência agradável. Alternativa de lazer que poderia se tornar uma rotina em nossa cidade, desde que em condições adequadas para a utilização do equipamento público pelas famílias assisenses. No mais vibrar com a torcida de Assis me fez lembrar dos tempos áureos de nosso basquete pelos campeonatos paulista e NBB.