Cláudio Messias*
A reta final da Primeira Fase da Segundona 2015 mostra altos e baixos. Clubes que começaram o certame com média baixa de público apresentaram campanhas de reação no desfecho do primeiro turno e, assim, levaram mais torcedores aos estádios. Já aqueles que começaram com boa média de público caíram concomitantemente, nesse quesito, com as campanhas.
O Jabaquara, que destaca-se no Grupo 3, registrou o melhor público da nona rodada, realizada no final de semana passado. Com ingressos comercializados a R$ 20, o time que leva o nome de bairro da cidade de São Paulo colocou 1.418 torcedores pagantes no estádio Espanha. Arrecadação de R$ 18.360,00, para despesas de R$ 4.053,60, o que dá renda de R$ 14.306,55. Termina o primeiro turno como o sexto clube em desempenho de bilheteria.
Afora o Jabaquara, ninguém mais se destacou em venda de ingressos. O Atlético Assisense fez história ao vencer o América, de São José do Rio Preto, mas somente 110 pessoas poderão replicar essa história como testemunho direto. Arrecadação de R$ 1.140,00, para despesas de R$ 1.750,00 e prejuízo no bolso de R$ 669,75. Assis precisa, definitivamente, adotar uma política de apoio ao esporte local, uma vez que dois grupos trabalham seriamente para levar honrosamente o nome da cidade para todas as regiões do Estado, mas a cidade como um todo não retribui. Cidade que bate no peito e brada ter 100 mil habitantes manda 0,1% desse contingente para o estádio numa manhã de domingo. E que não venham os bocudos vociferar, pois os dois clubes da cidade estão entre os quatro melhores do Grupo 1 e, hoje, disputariam diretamente o acesso à Série A-3.
Mas, engana-se quem pensa que o cenário de esvaziamento dos estádios não pode ficar pior. Sim, tem cidade pior que Assis no quesito prestígio ao futebol profissional. O badalado São Bernardo, que disputa diretamente com Olímpia e Grêmio Prudente o status de melhor time da Segundona, colocou o pífio número de 44 torcedores pagantes no estádio Baetão. E olha que o jogo teve 9 gols, com vitória do time da casa por 6x3 sobre o Suzano. Dezoito ingressos inteiros vendidos a R$ 10 e 26 meias entradas, com arrecadação de R$ 310, uma estranha declaração de despesas de R$ 16,60 e renda de R$ 293,40.
O São Bernardo, mesmo assim, não conseguiu ser pior, em público, que o Diadema. Mas, emprestou as instalações ao time do Grande ABCD, que levou 16 torcedores ao estádio Baetão, em São Bernardo do Campo, para o empate sem gols, domingo, com o Taboão da Serra. Dezesseis pagantes, arrecadação de R$ 260, despesas de R$ 13,40 e renda final de R$ 246,60. Que os demais 29 clubes inscritos na Segundona façam uma visita ao estádio Baetão para verificar a fórmula milagrosa de ser sede de jogos oficiais a custo tão baixo.
No geral, a Segundona registrou público de 33.881 pagantes no primeiro turno da Primeira Fase, encerrada domingo. A média é de 384,31 pagantes por jogo. Foram disputadas 135 partidas, mas em uma delas houve w.o., na segunda rodada, com mando do Suzano (a Federação Paulista de Futebol,não autorizou a realização do jogo pelo fato de o Suzano não ter comunicado o local de realização do confronto dentro do prazo especificado pelo Regulamento).
O Grêmio Prudente é o clube com melhor público da Segundona. Sozinho, levou mais de 10% do público total do torneio a seus jogos como mandante. O time de Presidente Prudente mandou um jogo em Tupã e os demais, no estádio Prudentão. Foram quatro jogos e 3.707 pagantes.
A Inter de Bebedouro, com as boas médias de público registradas na reta final do primeiro turno, ficou com a segunda média de público da Segundona: 3.651 pagantes, em quatro jogos como mandante.
O Vocem, que no início do torneio destacou-se como dono do melhor púbico, termina o primeiro turno como terceiro em prestígio junto a torcedores pagantes. Levou 3.486 pagantes ao estádio Tonicão nos 4 jogos em que foi mandante. Desses, em duas rodadas registrou o melhor público e até a quinta rodada era a agremiação com melhor desempenho em bilheteria.
O Atlético Assisense é o décimo quinto no ranking das bilheterias. Levou, em 5 jogos como mandante, 896 pagantes ao Tonicão.
* Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA-USP.
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