Cláudio Messias*
Os primeiros trinta dias de inverno foram atípicos para a estação mais fria do ano na região de Assis. Praticamente não fez frio e houve registro de períodos de chuva, o que tornou a umidade relativa do ar razoável. Inverno, contudo, é uma estação que dura três meses. E o segundo mês já começará legitimamente frio. Explico.
Radares meteorológicos instalados no estado de São Paulo pela Unesp mostram o deslocamento de uma frente fria, seguida por uma massa de ar polar. As informações são confirmadas pelos campi de Bauru e de Presidente Prudente e prenunciam longo período de muito frio no Vale do Paranapanema. É preciso, ainda, aguardar o passar dos dias para confirmar o risco de fortes geadas nas regiões de baixada.
O clima começou a mudar na região na última segunda-feira. Ventos fortes sopram a grandes altitudes no sudeste e no sul do país, influenciados pelo deslocamento de massar vindas ora do Pacífico, ora do Atlântico. É esse fenômeno, por exemplo, que tem provocado frio e chuva na capital São Paulo, bem como em parte dos estados do Sul.
Por aqui as chuvas chegam depois de amanhã, sexta-feira. Mas o tempo começa a mudar já na quinta-feira, com aumento da nebulosidade no período da noite. Para a sexta há previsão de chuva intensa, podendo atingir 35 milímetros. Como é típico do inverno, o tempo fica cinza no sábado e volta a fechar no domingo, para quando há previsão de chuva ainda mais intensa, na casa dos 50 milímetros. Domingo, dia 21, completamos o primeiro mês de inverno.
Na segunda-feira, dia 22, a chuva cessa e a temperatura despenca. Da mínima de 17 graus prevista para depois de amanhã (hoje a mínima foi de 11 graus) os termômetros caem para 10 graus na segunda e para 4 graus na terça, para quando já há a primeira previsão de geada. A sensação térmica bate o recorde do ano e com termômetros a 1 grau na quarta, dia 24, podem implicar em marcas negativas nas várzeas.
Os registros de geada, como já afirmado, têm previsão dependente do avançar dos dias, mas já há alerta para repetição do fenômeno na quinta e na sexta-feira da semana que vem. Nesses dias os termômetros não passam dos 3 graus.
Não houve, ainda, emissão de alerta formal, oficial, por parte dos meteorologistas. Mas, se a probabilidade se confirmar, será a onda de frio mais intensa dos últimos 19 anos, ou seja, desde a geada negra de 25 de junho de 1994, que afetou principalmente as lavouras de milho da região do Médio Vale do Paranapanema.
Foto: Agência Climatempo
Foto feita no período da manhã mostra formação à esquerda,
sobre o Pacífico, que trará chuva e frio à região
*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.
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