Cláudio Messias*
As máscaras continuam a cair na Segunda Fase da Segundona 2015. Dos quatro clubes cotados para subir à Série A-3 de 2016, só o Olímpia ainda respira a vaga. E, ainda assim, ao que parece, não por muito tempo.
Nos Grupos 4 e 5 da Segunda Fase as maiores surpresas, no momento, são o São Carlos e o Fernandópolis, que na fase anterior garantiram classificação somente na última rodada. O irregular Fefecê venceu, ontem, o Noroeste e assumiu momentaneamente a liderança do Grupo 4, com 10 pontos. Pode, ainda, ser superado pela Inter de Bebedouro, que nesse domingo visita o fraco Lemense, mas continuaria na vice-liderança, lugar hoje ocupado pelo igualmente surpreendente Manthiqueira, que fez 4x2 no favorito São Bernardo, agora, terceiro colocado. É a primeira vez no ano que o São Bernardo fica fora da zona de classificação.
No Grupo 5, do Atlético Assisense, o Grêmio Prudente foi a Santos e fez 2x0 no Taboão da Serra nessa tarde de sábado. O resultado mais interessante para o time de Assis, nesse confronto, era um empate, mas, com a vitória do visitante prudentino, a estratégia contia sendo somar 3 pontos de cada vez. Isso porque, na atual conjuntura, Olímpia e Grêmio Prudente empatam em 7 pontos, dois a mais que o Taboão. Mas o Olímpia ainda entra em campo amanhã pela manhã, fazendo o jogo mais interessante desse primeiro turno da Segunda Fase, em confronto direto com o até aqui invicto, na fase, São Carlos. Jogo na casa do líder da chave.
O Atlético Assisense entra em campo na mesma manhã de domingo, no Tonicão, com um olho no gato e outro no peixe. Precisa, por obrigação, vencer o Jabaquara e secar o Olímpia em São Carlos. Torcida, pois, que o São Carlos merecidamente dispare na liderança e deixe a briga pela segunda vaga da chave entre Olímpia, Grêmio Prudente, Taboão e, milagrosa mais viavelmente, Atlético Assisense. O único tropeço que o São Carlos precisa ter é daqui a uma semana, quando recebe o time de Assis, na abertura do returno da Segunda Fase.
Os comandados de Carlos Alberto Seixas dependem, não se pode esconder, de um desses milagres que só o futebol proporciona. Milagre esse nada relacionado a vitória sobre o Jabaquara, no Tonicão, nesse domingo. Vencer esse jogo é obrigação, uma vez que o empate praticamente elimina, moralmente, as chances de classificação. O milagre, no sentido figurado da palavra, está na difícil tarefa de ainda vencer, em casa, o Grêmio Prudente e tirar pontos de Olímpia e São Carlos, fora. Vencer o Taboão, em Assis, é outra obrigação moral que nem se discute.
A vitória desse domingo, sobre o Jabaquara, colocaria o Atlético Assisense com os mesmos 5 pontos do Taboão, e a dois do Grêmio Prudente. Na sequência, a pior das hipóteses mostra a necessidade de ao menos um empate com o São Carlos, fora, de maneira a receber o Taboão, daqui a 15 dias, podendo somar 9 pontos e decidir tudo no confronto com o Olímpia, fora. Esse, pois, tende a ser o jogo da vaga do Falcão do Vale, pois, caso vença - e isso é possível, tendo em vista o declínio do adversário no momento -, certamente estará na briga direta pela vice-liderança com o mesmo Olímpia e o Grêmio Prudente.
Alguns raros e excetos leitores ora duvidam, ora se entusiasmam com a matemática que, prognóstico puro, ainda dá chances de classificação ao Atlético Assisense. O blogueiro limita-se a reafirmar que são projeções de resultados, passíveis de cumprimento desde que o time de Assis assuma sua condição, desde a Primeira Fase, de juma das 12 forças da Segundona 2015. Equipe que começou a Segunda Fase mal, tropeçando, fruto da desnecessária mudança, logo de cara, com as 4 contratações permitidas pelo Regulamento. Corrigidas as falhas, aparentemente o time ganhou condições de reação. A hora de reagir chegou, e é amanhã, contra o Jabaquara. Depois, uma vitória por vez, ao ponto de resgatar aquele Atlético Assisense que somou mais pontos fora do que dentro de casa, no returno da fase anterior.
Aos mais céticos, uma lembrança do blogueiro: em 2005, ou seja, exatamente 10 anos atrás, a Santacruzense tomou uma piaba do Atlético Assisense no primeiro turno e virou para o returno na lanterna do grupo. Time de Assis na zona de classificação. Jogo de volta: 2x0 para a Santacruzense e, ao final do torneio, o time de Santa Cruz do Rio Pardo com reação histórica e vaga na Série A-3 de 2006, e o Atlético Assisense eliminado em mais um projeto forte que não deu certo em Assis.
A Segunda Divisão é o fundo do poço do futebol paulista exatamente por isso: falta de regularidade das equipes que disputam. Já temos, hoje, clubes com dificuldade para pagar salários na Segunda Fase, equipes em crise interna, de gestão, e projetos esmoronando. É a chance de o Atlético Assisense, com sua política pés-no-chão implantada por Carlos Alberto Seixas, tirar proveito das intempéries alheias e chegar. Nem que esse seja um desses milagres que acontecem a cada dez anos na mais varziana das divisões do Campeonato Paulista.
Ausência - Compromissos com a pesquisa de doutorado impedem o blogueiro de ir ao jogo Atlético Assisense x Jabaquara, nesse domingo. Coleta de dados envolvendo pesquisadores parceiros em outros seis países exige presença, nesse domingo, à frente do computador. A torcida, contudo, é por uma vitória do Falcão do Vale, que tem, sim, condições de continuar na briga pela vaga. Ao final da tarde, na postagem, do Blog, com os resultados consolidados, a expectativa é que o Olímpia tropece frente ao São Carlos e o time de Assis esteja a 2 pontos do G-2. Se isso se confirmar, será difícil segurar o voo do Falcão. Eu acredito, pois o trabalho é honesto e equilibrado, do bem.
* Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA-USP.
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