01 Março 2013
Cláudio Messias*
E o Parque Buracão volta a ser pauta aqui, neste espaço de elucubrações. E, de novo, em cena flagrada por mim durante caminhada matinal. Caso, agora, para Ministério Público resolver.
Não fiz foto do flagrante porque, pasmem, meu cartão de memória do celular ficou "espetado" neste computador de onde saem esses enunciados digitados, e quando fui fotografar não havia espaço para novas imagens. É fato, contudo, que eu, Rozana e os demais frequentadores daquela reserva ecológica testemunhamos o despejo de esgoto puro no Parque.
Recordo-me de, em 1998, o promotor de Justiça Carlos Henrique Aparecido Rinard ter acionado a Sabesp sobre a responsabilidade por uma água de cor cinza, fétida, que escorria pela rede de águas pluviais que, como o próprio nome define, deveria servir apenas para escoar águas das chuvas. À época, o argumento formalmente apresentado era que alguma ligação clandestina estaria responsável por aquele despejo.
A irregularidade de minha presença em Assis nos últimos 15 anos impede que eu diga que desde então não vi mais despejo de esgoto ali no Parque Buracão, mais precisamente na nascente da Fortuninha. Claro, você, raro e exceto leitor, deve estar pensando: mas há, sim, despejo de esgoto ali, bem ao lado da área rebaixada, onde fica o campo de futebol de areia. E tem razão. Mas, neste caso de hoje, me refiro a outra rede de galeria, exclusivamente - ao menos assim é apresentada - para o escoamento da água das chuvas.
O esgoto que corre a céu aberto no Parque Buracão vem da rede de galerias que, centralizada no subterrâneo da rua André Perine, passa, dentro da reserva ecológica, atrás do Museu de Arte Primitiva, debaixo da ponte pênsil da entrada pela rua Antônio Zuardi, faz curva à esquerda nos jabuticabais e desemboca, lá adiante, no Fortuninha. O fedor exalado não tira a beleza da nossa mais preciosa joia urbana, mas a compromete no todo.
Alguma providência precisa ser tomada, e isso não envolve diretamente a responsabilidade da Prefeitura. Para uma concessionária que está sem contratado com a cidade de Assis, a dona Sabesp precisa, urgente, identificar esse vazamento e, se atribuir a responsabilidade a terceiros, torná-los públicos. Se não tiver jornal, rádio, TV a cabo ou site que saia da auto-mordaça e divulgue os nomes de pessoas físicas ou jurídicas "donas da arte", que envie aqui para o Blog, pois as divulgaremos.
E que o Ministério Público saia das salas com ar condicionado, continue tendo condições de, ao ar livre, onde estão as reais dificuldades do público em seu sentido literal, flagrar abusos como o desta manhã no Buracão.
Atualização 1 - 10h45: Tentei acionar o atendimento online da Sabesp para pedir esclarecimentos sobre o vazamento e, qual foi a minha surpresa, não aparece a cidade de Assis entre as localidades atendidas pela companhia de saneamento. Você, raro e exceto leitor, pode estar pensando que pelo porte de Assis, que tem menos de 100 mil habitantes, a Sabesp só foca o atendimento presencial no escritório aberto ao público. O que dizer, então, de municípios como Biritiba Mirim, Piracaia e Joanópolis estarem na lista de "atendíveis" on line? Continuo atrás de um posicionamento formal sobre o esgoto no Parque Buracão.
Atualização 1 - 10h45: Tentei acionar o atendimento online da Sabesp para pedir esclarecimentos sobre o vazamento e, qual foi a minha surpresa, não aparece a cidade de Assis entre as localidades atendidas pela companhia de saneamento. Você, raro e exceto leitor, pode estar pensando que pelo porte de Assis, que tem menos de 100 mil habitantes, a Sabesp só foca o atendimento presencial no escritório aberto ao público. O que dizer, então, de municípios como Biritiba Mirim, Piracaia e Joanópolis estarem na lista de "atendíveis" on line? Continuo atrás de um posicionamento formal sobre o esgoto no Parque Buracão.
* Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.
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