tag:blogger.com,1999:blog-17265284857356198632024-02-18T18:14:52.216-08:00Blog do MessiasBlog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.comBlogger897125tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-54455303332584302392023-02-13T17:25:00.007-08:002023-02-13T17:28:06.617-08:00Meu adeus a Tapera, a referência do rádio popular<p><b><i><span style="color: #2b00fe;"> Por: Cláudio Messias*</span></i></b></p><p style="text-align: justify;">Volto, aqui, no Blog, quase um ano depois de quase ter publicado a última postagem. Não mencionarei essa quase derradeira postagem. Ao menos que o tempo e a vida assim exijam que eu o faça.</p><p style="text-align: justify;">Mas quem me traz, aqui, é Tapera. O nome completo a família sabe, os amigos sabem. Quem não sabe, que dê um <i>gúgou</i>. Não estou aqui para servir preguiçosos da vida digital.<br /></p><p style="text-align: justify;">Sou da época em que rádio se fazia regulando a sintonia entre central técnica e transmissor. E quanto eu rachava a cabeça tentando entender links e sintonia de uma central AM e um transmissor AM. Da central técnica da Cultura AM para o transmissor da emissora da Família Camargo na saída para Cândido Mota, pela Bendito Pires.</p><p style="text-align: justify;">Aprendi com José Carlos Domingos, o Pé na Cova, e Manoel Martinez, o Mané. E mediado por Maurílio Siqueira. Ambos, no universo da Cultura AM/FM, sob a égide de Toninho Camargo e dona Anamélia, já sob a quase tutela de Eduardo Camargo, o Camarguinho, que dava vida e alma à Cultura 2 FM, receita de sobrevivência do grupo desde os anos 1980.</p><p style="text-align: justify;">E eu estava nos anos 1980. Ingressei na Cultura como aprendiz em 1984 e iniciei efetivação em 1985. Em 1986 já era redator e, subsequente, editor do Cultura Notícias. Sim, o rádio acelerava funções e profissões. E assim assimilei suas responsabilidade e, hoje sei, sua injustiças no mundo do trabalho.</p><p style="text-align: justify;">Mas, voltemos ao mundo do rádio em 1986. Tapera visitava Pardal e equipe de trabalho na central de transmissões da Cultura AM. Eu, n a redação, ao lado da sala de decisões das transmissões esportivas, ouvia tudo, atento. Sempre quis e aprendi com mestres. Bentinho foi um deles. Tepera, Pardal e Maurílio, outros.</p><p style="text-align: justify;">Tapera sempre me conquistou por um fator: ensinava sem determinar. Hoje, aos 53 anos, sou um ex-radialista, ex-jornalista que, com graduação, mestrado e doutorado, ensino comunicação no meu cotidiano. Entretanto, no passado, jamais ignorei minhas escolas. E com quase 3 décadas a menos do que meu homenageado em vivência, reconheço humildemente que continuo aprendiz perante aos mestres.</p><p style="text-align: justify;">Tapera jamais, a meu ver, buscou projeção. Pelo contrário, inúmeras vezes o vi como um cidadão comum em supermercados e espaços igualmente comerciais e, por que não, públicos. Transitava mortal igual. eis a essência da humildade. Quem precisa de projeção, se projeção pessoal não há? Tapera jamais quis projetar a si. A luz de seu talento o projetava. E isso não quer dizer que era desconhecido do suficiente para não ser projetado.</p><p style="text-align: justify;">Nós, radialistas, sabemos a q<span>uem projetar. E projetamos quem nos ensina. Alguns passam, outros passarão. e Tapera é o aumentativo de pássaro, sim, pois é Passarão.</span></p><p style="text-align: justify;"><span>A razão lhes explico em um momento sublime.</span></p><p style="text-align: justify;"><span>Nos anos finais da década de 1990 algumas emissoras de rádio da região de Assis, em especial capitaneadas por paus-mandados de deputado federal e bispos católicos, protagonizaram ações contra emissoras de rádio comunitárias, à época classificadas como "piratas". Tapera tinha sua sintonia, foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal vinda de Bauru.</span></p><p style="text-align: justify;"><span>Eu, repórter sob a égide do então poderoso jornal diário da época, registrei aquilo editorialmente influenciado por um editor tão pau-mandado quanto a gestão da empresa jornalística e, nas entrelinhas, deixei minha indignação,. Se eu, autor, não recordo do que escrevi, quiçá o editor pau-mandado do sistema da época, que não lia as reportagens e se lia, não entendia das entrelinhas.</span></p><p style="text-align: justify;"><span>Sim, raro e exceto leitor, eu até engulo algumas hipocrisias de quem se traveste de esquerda, mas não as esqueço. E aqui estou expondo apenas uma de tantas outras que um dia, se a vida permitir, eu colocarei. Que o protagonista, quando eu expuser, engula a seco o dia de glória que teve quando (tentou) me censurou (me censurar) em nome do prefeito da época. Ao todo, 18 reportagens não foram publicadas. As deixei prontas, mas o sujeito as engavetou e no lugar colocou, por vezes, releases saídos de assessorias de imprensa e assinados com o nome do próprio.</span></p><p style="text-align: justify;">Tapera não. Tapera era claro nas regras do rádio. E quando eu cobria, num sábado, a apreensão de seus equipamento, o lacrar de sua vida em forma do prédio da rádio comunitária no Jardim Paraná, ele dizia: "calma, Messias. A vida ensina".</p><p style="text-align: justify;">Em 2006 eu, professor, fazia coquetel de lançamento do jornal D' Escola, um informativo escolar que o Estado direitista de Geraldo Alckmin tentava impor como "ferramenta de recuperação paralela de reforço". Mas, na escola Léo Pizzato, no jardim Paraná, não. Não era só isso. Era uma plataforma de jornal impresso que ajudava a transformar vidas.</p><p style="text-align: justify;">Tapera lá estava. A diretora da escola na época era Lourdinha e a coordenadora pedagógica, a maravilhosa Tânia Jancovic, uma das pessoas mais decisivas que já conheci em meus 53 anos de vida. Tapera cobria pela Rádio Cidade de Assis. Sim, era rádio que levava o nome da minha cidade, e não do Vale. E isso fazia diferença enorme, pois uma rádio que divulga o bairro jamais será a representação hegemônica de uma rádio que depende de um deputado, de um bispo ou de um pastor. Será, eternamente, a rádio da voz da comunidade.</p><p style="text-align: justify;">Tapera me entrevistou naquele coquetel. Sua morte, hoje, me surpreendeu o suficiente para não encontrar a foto feita por meu filho, Júlio, quando ele me entrevistava lá nos idos de 2006, no pátio da escola Léo Pizzato.</p><p style="text-align: justify;">Ao final, comendo salgadinhos e tomando sucos, Tapera chegou junto e disse: "Messias, eduque para mudar esse mundo. E eduque pela comunicação". Não por acaso, meu objeto eterno de pesquisa é a educomunjcação, campo do conhecimento que inter-relaciona comunicação e educação.</p><p style="text-align: justify;">É isso que minha lembrança traz agora, e é isso que minha emoção permite escrever. Sou grato a Tapera pela referência. Aprendemos, muitas vezes, observando pessoas. E sempre observei Tapera. Acho que é tarde para dizer isso a ele.</p><p><i><b><span style="color: #2b00fe;">*Professor universitário, historiador e jornalista, tem graduação em História pela Unesp/Assis, mestrado e doutorado e Ciências da Comunicação pela ECA/USP</span></b></i></p>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-17972908754781091952021-10-18T21:04:00.001-07:002021-10-18T21:04:23.765-07:00Blog do Messias analisa: Vocem 0x0 Matonense - Paulistão Segunda Divisão...<iframe style="background-image:url(https://i.ytimg.com/vi/UqWAjfH76Hs/hqdefault.jpg)" width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/UqWAjfH76Hs" frameborder="0"></iframe>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-54206934188591130922021-08-27T08:18:00.001-07:002021-08-27T08:18:24.889-07:00POLARIZAÇÃO - A mania que se tem de definir outrem<p><b><span style="color: #2b00fe;"> Cláudio Messias</span><span style="color: red;">*</span></b></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3hA33izlY4ij1sljlZXZ0Ca96BFsLF1RBhRaKTdgvjcu4RBzwQ-YBnsSNykQTCx4hn6fMU4BgmZHGx8eRiOC4KYmVEjglMfgBsd7B2-8e9GbeVHCZVjQGVg3iILq9_XG20KF4AsbnR2U5/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="461" data-original-width="604" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3hA33izlY4ij1sljlZXZ0Ca96BFsLF1RBhRaKTdgvjcu4RBzwQ-YBnsSNykQTCx4hn6fMU4BgmZHGx8eRiOC4KYmVEjglMfgBsd7B2-8e9GbeVHCZVjQGVg3iILq9_XG20KF4AsbnR2U5/w491-h375/image.png" width="491" /></a></div><br /><br /><p></p><p style="text-align: justify;">Dia desses vi a reprodução de uma foto de muro (sim, muro desses que findam uma parte das calçadas) que trazia os dizeres, em grafite: "você achar não quer dizer que eu seja". Parece uma dessas bobagens que postam-se diariamente, principalmente nos inícios das manhãs, nas redes sociais. E pode mesmo ser, pois a vi no Twitter.</p><p style="text-align: justify;">Esse enunciado, contudo, representa, e bem, o quão as pessoas têm, nos últimos anos, tentado interferir na identidade de outras pessoas. Pior ainda é quando algumas pessoas tentam interferir na identidade de quem sequer são amigas ou com quem têm afinidade.</p><p style="text-align: justify;">Desde 2019, quando o Brasil iniciou seu pior período histórico de exercício do estado democrático de direito, fruto das eleições gerais do ano anterior, tenho evitado o uso das redes sociais. Sim, já fui um chato confesso do Facebook, especialmente no tocante a futebol. E numa eleição caracterizada pela polarização das linhas de frente, claro, minha chatice aguçou.</p><p style="text-align: justify;">Na semana seguinte ao segundo turno das eleições de 2018 fiz uma limpa em meu Facebook. Perfis com bandeirinha do Brasil, tchau. Observava o status "amigos" e só via o marcador baixar. E quando eu deletava alguns perfis, confesso, me perguntava sobre o porquê de aquela pessoa estar ali na condição de minha "amiga", se não o era. Poderia, sim, ser um/a conhecido/a. Mas, amigo/a é outra esfera, outro clima, outro pega.</p><p style="text-align: justify;">Sempre que levo puxões de orelha, os recebo de amigos/as. São eles/as, os/as amigos/as, que nos puxam e dizem: "desça daí". E quantas vezes, nas situações em que evitamos passar por carões ou tragédias, olhamos para trás e vemos que nosso trajeto foi alterado a partir de uma conversa ou de um conselho de um/a amigo/a!</p><p style="text-align: justify;">Na vida nunca fui de muitos/as amigos/as. Construí as tais amizades sólidas por onde passei, mas não com a frequência e o quantitativo que possa dizer, hoje, que sou uma pessoa rodeada por amigos. E é interessante ver o quanto o tempo é quem nos sinaliza quem sejam os/as amigos. Passe o tempo que passar, o/a seu/ua amigo/a, no reencontro, mostrará que é e sempre foi... seu/sua amigo/a.</p><p style="text-align: justify;">Dos tempos de escola no Clybas, onde estudei até o segundo colegial (ensino médio) e no Henrique Zolner, onde concluí o ensino médio em curso supletivo, aos tempos do futebol no Buracanã, nome que demos a um campo de futebol que existe até hoje ao lado do prédio de Letras da Unesp, as amizades persistem.</p><p style="text-align: justify;">Igualmente, boas amizades advêm da iniciação profissional, desde os tempos em que entregava medicamentos para a farmácia do seo Daniel, na rua João Pessoa, e era cobrador dos escritórios ServTec, em frente ao antigo Cine Pedutti, e Alevato, que ficava em prédio em frente às atuais instalações da Receita Federal, na Ângelo Bertoncini.</p><p style="text-align: justify;">Na imprensa, o que dizer das amizades construídas nas mais de duas décadas de redações da vida, começando pela dupla função sonoplasta/redator na Cultura AM/FM, em 1985, e chegando até a mesma emissora, em 2006, ano de minha última passagem formal pelo jornalismo, antes de iniciar minha trajetória acadêmica de sala de aula!</p><p style="text-align: justify;">Reconheço não ser dos seres mais empáticos. Me satisfaço, nesse sentido, com a empatia que é a marca registrada da mulher da minha vida, Rozana, cujo sorriso é a marca de sua identidade. Eu, de poucos sorrisos, sempre fui dos mais reservados, menos faladores e, por conseguinte, mais discreto e, inevitável, observador.</p><p style="text-align: justify;">Até hoje, docente em universidade pública, mantenho relações interpessoais de vivência mais próxima com o mesmo perfil que tinha nos tempos de redações da vida. Talvez influenciado pela exploração que sofria nos escritórios de contabilidade, onde tinha de fazer faxina todos os sábados pela manhã e nos banheiros, diariamente, sempre olhei com mais atenção para os/as profissionais dos serviços gerais.</p><p style="text-align: justify;">Sempre que reencontro essas pessoas com as quais dividi confidências sobre minha conturbada vida familiar de solteiro (pais divorciados, etc) o abraço é tão ou mais caloroso do que aqueles afagos dos tempos de outrora. A isso eu denomino amizade verdadeira, que sobrevive ao tempo.</p><p style="text-align: justify;">Em contrapartida, pessoas com as quais trabalhei e que na minha condição de mais calado e ainda mais observador eram faladoras, badaladas e meramente colegas de trabalho, por vezes reencontro e deparo com duas possibilidades: ou não me reconhecem ou reconhecem e fingem não reconhecer. Quantas foram as vezes, nesses últimos anos, em que um/a ou outra/a por mim passou e apesar do meu esboço de cumprimento, simplesmente não retribuiu! Falta não fez, falta não faltará, mas, confesso, macho isso muito estranho.</p><p style="text-align: justify;">Muito dessas reações em reencontros tem a ver com a tal da polarização das vivências passadas. E no jornalismo isso fica ainda mais cristalizado. Você ser neutro, sem declarar seu posicionamento para direita ou para esquerda, já o coloca na posição de suspeição. Logo, a direita o vê como esquerdista disfarçado e, pior, a esquerda o vê como direita declarado, pois em cima do muro é ser, no mínimo, tucano.</p><p style="text-align: justify;">Naqueles 21 anos de redações da vida fiz amizades com algumas figuras que, do meu respeito, muito me orientaram. Cito apenas dois, entre tantos: Bentinho, locutor da Cultura AM, e José Santilli Sobrinho, ex-prefeito.</p><p style="text-align: justify;">Bentinho abria a programação da Cultura AM às 6 horas da manhã, enquanto eu fazia a sonoplastia da Cultura 2 FM, também às 6h00, reproduzindo gravação de Chico de Assis, o poeta. Chegávamos juntos e muitas vezes, quando dona Linda, a serviços gerais, dava uma atrasada, era eu quem abria a porta do prédio que então ficava na Capitão Francisco Rodrigues Garcia.</p><p style="text-align: justify;">Via de regra, quando eu era quem abria a porta, a rádio era colocada no ar pelo menos 5 minutos depois das 6h00. Esses cinco minutos eram o tempo que Bentinho levava para subir todas as escadas do prédio, até chegar ao segundo andar. Nunca o deixei para trás. Subíamos juntos.</p><p style="text-align: justify;">Às 8 horas da manhã, todos os dias úteis da semana, Bentinho descia até a redação, no primeiro andar, comigo. Eu começava o dia sonoplasta do FM e depois ]passava manhã e tarde na redação. Era redator dos informativos do AM e do FM e editor do Cultura Notícias, que ia ao ar de meio-dia a 12h50, no AM, com locução de Luiz Luz.</p><p style="text-align: justify;">Bentinho sentava em uma cadeira reservada a visitantes/entrevistados e se apropriava dos jornais impressos. Lia página por página do Notícias Populares e dos diários Voz da Terra e Gazeta de Assis. Da Folha de São Paulo lia o primeiro caderno e Cotidiano, que tinha esportes. Do Estadão, o caderno Cultura.</p><p style="text-align: justify;">Muitas foram as vezes que acompanhei Bentinho pela região. Foi com ele que conheci, presencialmente, Tião Carreiro, em 1986. Fomos, numa noite, a um rancho no Porto Almeida. Não tenho condições, hoje, de recordar qual rancho era, muito menos os proprietários. Parece-me que eram da família Quintino, com quem o locutor tinha próxima amizade. Mas, não tenho certeza.</p><p style="text-align: justify;">É fato que Bentinho era uma referência nacional na música sertaneja. Muitos cantores e duplas lançavam seus discos colocando na rota de divulgação a rádio Cultura de Assis. E foram muitas as vezes em que vi Bentinho marcando na contracapa dos LPs as músicas que, indicava, fariam sucesso. Nós as ouvíamos na discoteca com Magui, o discotecário, e não muitas semanas depois as gravadoras confirmavam o prenúncio de Bentinho, enviando discos promocionais (continham apenas duas faixas de músicas, uma de cada lado), coincidindo com o que o locutor havia marcado muito antes na contracapa.</p><p style="text-align: justify;">Nessa amizade com Bentinho vez ou outra sentávamos na lanchonete Ponto Chic, na pastelaria do João Corinthiano ou no Bar da Amizade, na JV da Cunha e Silva, para prosear. Eu tomava um refrigerante e comia um salgado ou um pastel. Bentinho tomava uma ou duas doses de cachaça, chupava laranja sem tirar a casca e comia ou um ovo cozido ou uma salsicha, ambos de conserva.</p><p style="text-align: justify;">Bentinho confidenciava ser admirador de Fidel Castro e tecia críticas severas à elite assisense. Não era amigo de políticos, não os recebia, jamais os promovia e deixava claro isso à família Camargo, dona da rádio. Profissional, animava um comício ou outro, com shows, a pedido dos artistas que haviam sido contratados. Não raras vezes reclamava não ter recebido cachê, sob a alegação dos políticos contratantes de que o locutor trabalhara bêbado, sendo, na realidade, que havia ocorrido a renúncia de falar o microfone algo que promovesse candidatos.</p><p style="text-align: justify;">Era o jeito Bentinho de ser. Um são-paulino roxo, provocador e esquentado, principalmente em situações em que seu time perdia para o Palmeiras de Celsinho Magui ou para o meu Corinthians, que também era de Carlinhos Perandré, Alves Barreto e Maurílio Siqueira.</p><p style="text-align: justify;">Bentinho me dizia que bebia todos os dias para ignorar o quão podre era a sociedade aristocrática assisense. Seu sucesso, dizia, acontecia "apesar de...". Não era para ele dar certo, muito menos para ser o principal locutor da emissora. Mas, a programação da Cultura AM clareava o dia com Bentinho no ar e fechava a tarde, no crepúsculo, com a mesma voz.</p><p style="text-align: justify;">Nas orientações que me deu na vida, a que talvez mais tenha feito sentido, vejo agora, é aquela em que o locutor dizia que há duas certezas na vida profissional: uma é que nem todos são ou serão seus amigos no trabalho, que é competição, e a outra, é que jamais um patrão será seu amigo. Patrão é amigo de outro patrão, e assim ocorre a exploração, dizia ele. Enquanto os profissionais da comunicação rivalizam no mundo do trabalho quando atuam em empresas concorrentes, o patronato dialoga para dividir o lucro do mercado.</p><p style="text-align: justify;">Bentinho criticava o excesso de vaidade dos profissionais de comunicação, fator que desunia a categoria e promovia as empresas. A luta de classes, dizia, dava lugar à luta de vaidades. Trocava-se a resistência à exploração pela porosa promoção individual.</p><p style="text-align: justify;">Na estrada rural no prosseguimento do Centro Social Urbano de Assis residia o casal José e Cida Santilli. Certo dia, sob mediação do professor da Unesp José Luís Guimarães, fui até a chácara da família Santilli. Era um sábado à tarde, no ano de 1992. Meu nome circulava como passível de compor a equipe de comunicação que trabalharia a campanha que faria Zeca Santilli retornar à Prefeitura de Assis.</p><p style="text-align: justify;">Lá, com a presença, também, de um ex-companheiro de trabalho, José Zancheta Júnior, com quem trabalhei na rádio Antena Jovem três anos antes, participei das conversas e, quando ouvido, me posicionei sobre algo que mantenho até os dias atuais: não desenvolvo trabalho político-partidário. Não tinha nem nunca tive filiação partidária. Apenas tive e tenho minha identidade com a esquerda, ainda assim dentro de uma neutralidade que jamais me fez confundir as coisas quando o assunto é o mundo do trabalho.</p><p style="text-align: justify;">Recordo-me da cena em que, naquele dia, seo Zeca estava sentado em uma cadeira de área, na varanda, com os cotovelos apoiados e os dedos das mãos entrecruzados. Pouco falava e, quando falava, pouco se entendia. Mas, ali, ele não precisava falar. Aquele senhor me observava com um olhar que abria oportunidade para novos reencontros, futuro.</p><p style="text-align: justify;">Já eleito, seo Zeca pediu que José Luís Guimarães, seu secretário de Educação na gestão da Prefeitura, me convidasse para retornar à chacara. Era também um sábado, o ano era 1993, e lá chegamos com igualmente um número reduzido de pessoas. Além de Zé Luís estavam outros três secretários: o da Fazenda, Reinaldo Teixeira, a da Saúde, Maria Carricondo, e o chefe de gabinete Euclides Nóbile, o Clidão. Além, claro, de Maurício Toni, figura inseparável do prefeito.</p><p style="text-align: justify;">Rolava um churrasco, comandado por Pacu, um dos mais competentes churrasqueiros com quem convivi socialmente nessa breve vida. E como chegamos já passando das 15 horas, pois Zé Luís era estratégico e sabia que naquele horário os comedores de carne e tomadores de cerveja já teriam cumprido suas missões e ido embora, pude dialogar com tranquilidade com seo Zeca.</p><p style="text-align: justify;">Foi a primeira ocasião em que proseei com aquele velho político. Velho no sentido da experiência, e não pela idade. </p><p style="text-align: justify;">Dona Cida logo sentou-se próximo e mais assistiu à prosa do que dela participou.</p><p style="text-align: justify;">Não foi, pra mim, surpresa ouvir de seo Zeca que aquela conversa era desdobramento do encontro anterior, ocorrido na fase anterior ao início da campanha eleitoral. O velho político dizia, então, que eles, da classe política, não são acostumados a receber "não" como resposta, ainda mais a propostas que envolvem remuneração.</p><p style="text-align: justify;">Zeca Santilli ficou inquieto, para não dizer incomodado, com o fato de um comunicador ter rejeitado a proposta de trabalhar na campanha dele. E, ali, ele quis saber o que havia levado àquela resposta: a proposta ou a campanha? Eu respondi que nenhum dos dois fatores. Afirmei que, sim, minha renúncia estava relacionada a um posicionamento pessoal de não associar meu trabalho à política partidária.</p><p style="text-align: justify;">Afirmei que aquele havia sido o primeiro convite em meus até então 7 anos de radialista para trabalhar diretamente na política partidária. E que renunciei à proposta um tanto incomodado, pois reconhecia em Zeca Santilli um político com histórico de investimento em educação e meio ambiente, bandeiras que sempre defendi, desde a juventude. Recordei, com ele, uma fala sua do final do primeiro mandato, nos anos 1980, quando afirmou, na entregado das quadras e pista de skate do Buracão, que não estava focado no crescimento de Assis, mas, sim, no desenvolvimento.</p><p style="text-align: justify;">Seo Zeca afrontava os sonhadores de uma Assis com 100 mil habitantes. Dizia que100 mil habitantes em uma cidade cidade sem infraestrutura são 100 mil problemas. E naquela tarde de sábado ele reafirmou que acidade, com seus quase 90 mil habitantes na época, seria a melhor localidade do país, em qualidade de vida, caso mantivesse a meta de investir na tríade educação-saúde-saneamento básico.</p><p style="text-align: justify;">Bentinho e seo Zeca não são recordados como os melhores nomes de suas áreas. Hoje falecidos, talvez em seus últimos dias de lucidez tenham preparado para despedir da vida nem um pouco preocupados ou amargurados com as pessoas que os definiram fora do contexto dos sujeitos maravilhosos que aos meus olhos e meus ouvidos foram.</p><p style="text-align: justify;">Ficaria, aqui, por horas e mais horas, páginas e mais páginas, escrevendo sobre as circunstâncias em que os diálogos com Bentinho e seo Zeca renderam reflexões para a vida. São causos interessantes, a meu ver, mas que certamente engrossariam o discurso polarizado de quem insatisfeito/o com a gestão da própria vida, ainda cuide de definir outrem por suas ações e palavras.</p><p style="text-align: justify;">Para, pois, encerrar, foi num contexto assim que, dia desses, em grupo de whatsapp criado para apoiar a candidatura de um vereador de Assis, comentei sobre postagem anterior que na universidade pública onde leciono um colega fez comentário, também em grupo, de que alguns países estão proibindo a entrada de brasileiros que receberam a primeira dose da Coronavac. A intenção era observar o quão desinformada é parte da população, pois nem brasileiro nem qualquer outro cidadão do planeta estava autorizado a entrar em determinados países, seja qual for a vacina recebida, pois as fronteiras estavam fechadas no auge da pandemia.</p><p style="text-align: justify;">Uma pessoa a quem não conheço ou, ao menos por nome, desconheço, fez comentário sobre minha postagem. Em princípio, entendi que ela estava interpretando que aquele professor citado na minha postagem era eu mesmo. Ratifiquei que me referi a outro professor, que, por sinal, tem o direito de entender o que quiser das vacinas cujo princípio ativo vem da China, não cabendo, tão somente, fazer a infundada afirmação de que vacinados com Coronavac estavam sendo preteridos, em trânsito, por esse motivo.</p><p style="text-align: justify;">Na tréplica, em forma de comentário, a pessoa encerrou insinuando esperar que eu tenha me arrependido do voto que dei em 2018, considerando o cenário devastador com o que o país está sendo governado.</p><p style="text-align: justify;">Optei por não dar continuidade àquele debate. Primeiro, tenho certeza de que aquela pessoa não me conhece. Se me conhecesse o suficiente, saberia que sequer votei em 2018, tanto em primeiro quanto em segundo turno. Trabalho no Nordeste desde 2014, mas meu título de eleitor continua em Assis. Em 2018 eu havia assumido a coordenação de graduação de meu curso meses antes da eleição e, assim, não tive condições de vir votar no Clybas.</p><p style="text-align: justify;">Naquela eleição travei, sim, duas batalhas. A primeira, em família, provocou um racha que até hoje me faz manter distância de familiares alinhados ao bolsonarismo. A segunda eu já citei no início desse texto, pois fiz uma limpeza na lista de "amigos" cujas postagens comemoravam a vitória do Coiso no dia seguinte ao segundo turno.</p><p style="text-align: justify;">Portanto, as pessoas precisam, primeiro, ter informações claras sobre outrem, antes de tecer comentários em que relação a quem acham que conhecem. Aquela pessoa, infeliz pelo comentário que fez no grupo de whatsapp, sequer imagina que no ápice da minha batalha anti-Bolsonaro, eu pedi e fui atendido que minha mãe, cuja a facultava da obrigatoriedade de de voto, fosse à Escola Francisca, na Vila Glória, e votasse em Haddad.</p><p style="text-align: justify;">Ou seja, eu não votei no segundo turno, em 2018, em Assis. Mas, um dos votos que Haddad teve em Assis ele não teria, pois minha mãe, que havia feito uma cirurgia no joelho direito então recentemente, não iria votar. Ela, que faleceu por Covid-19 em 29 de janeiro desse ano, solidarizou comigo, ante a um massacre que passava por parentes bolsominions, e votou 13.</p><p style="text-align: justify;">A mania, dentro de uma cultura nefasta, que se tem de definir a outra pessoa sem sequer conhecê-la gera situações assim. Não sou petista, nem lulista, mas, irredutivelmente, sou antibolsonarista. Há algum tempo não tenho mais perdido meu tempo discutindo com bolsominions, muito menos com quem, por saber que não sou petista nem lulista, faz ilações vazias.</p><p style="text-align: justify;">É fato que em 2022 voto em qualquer coisa que derrote Bolsonaro e livre o Brasil desse buraco-sem-fundo a que o país foi submetido. Igual a 2018, a tendência é que meu posicionamento seja um no primeiro turno e outro no segundo. Até dia desses eu via em Lula a via que levaria à vitória sobre Bolsonaro no ano que vem. Mas, o flerte dele com o MDB, na sua estada atual pelo meu Nordeste, mostra que meu voto, de esquerda, tende a trilhar por outra legenda. Somente se for com o Coiso para o segundo turno, aí sim, meu voto, sem outra opção, fica assim definido.</p><p style="text-align: justify;">Antes que desinformados/as tirem conclusões parciais, apesar de não ter votado, em 2018 meu posicionamento foi por Boullos/Erundina noprimeiro turno e Haddad, no segundo.</p><p style="text-align: justify;">E se quiserem tirar as mesmas conclusões, que tirem. Como ilustra o mural, "você achar não quer dizer que eu seja".</p><p style="text-align: justify;"><b><span style="color: red;">* </span><span style="color: #2b00fe;">Professor universitário, historiador e jornalista, é doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.</span></b></p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-34542466465448835612021-08-20T17:38:00.000-07:002021-08-20T17:38:27.048-07:00NOSTALGIA - Minha curiosidade com o que havia dentro da máquina de escrever<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><i><b><span style="color: #2b00fe;">Cláudio Messias</span><span style="color: red;">*</span></b></i></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Hoje decidi retomar minha escrita aqui nesse espaço do blog.
Sei, claro, que nos tempos atuais de consumo instantâneo de informações os
textos longos, minha característica desde os tempos de redações, andam um tanto
preteridos.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Não tenho estatística que fundamente isso, mas, parece-me, a
maioria prefere os textos curtos. Não por acaso as redes sociais tornaram-se
disseminadoras de informações incompletas (não me refiro a notícias falsas).
Sabe-se de algo e antes de aprofundar na busca pela informação completa, compartilha-se
aquilo que se sabe, nem que seja conhecimento parcial.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Não me abalo. Afinal, nesses 36 anos atuando na ou estudando
a comunicação jamais busquei o consenso, a unanimidade ou a aprovação da maioria.
Aqui, no blog, sempre me refiro aos raros e excetos leitores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Mas, não voltei a escrever para patinar nesse assunto. A
comunicação, assim como a língua, é viva, mutante e em suas metamorfoses exige
adequações, adaptações e renúncias, às vezes. Meus textos longos, são, pois,
renúncia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">O prazer pela escrita, de minha parte, remete à infância. Na
máxima de que pisando no terreno das Humanidades nunca fui lá sequer mediano
nas Exatas meio que faz e fez sentido em minha vida, apesar de ser adepto e por
conseguinte simpático às estatísticas, às probabilidades e, por que não, aos
algoritmos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Na pesquisa científica meus passos perpassam, não por acaso,
pelas abordagens quali-quantitativas. Tornei-me um fascinado, no doutoramento,
pela meta-análise e no estudo das variáveis. Escrever, pois, uma tese no terreno
das ciências sociais aplicadas tendo por base números que sinalizam
probabilisticamente para certa razão no comportamento humano de consumo é,
nesse prisma, um fascínio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Na infância um mecanismo de escrita despertava minha
curiosidade: a máquina de escrever. Observava aquelas Olivetti, via as pessoas
apertando com certa força as teclas, as fitas de tecido carregadas com tintas
nas cores preto e vermelho e as folhas sendo giradas a cada linha preenchida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Minha curiosidade não estava relacionada ao que era escrito,
mas, sim, à forma como aquela geringonça fazia com que o que estava na intenção
comunicativa do/a digitador/a saísse na folha de papel. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">No meu imaginário era mais ou menos como observar um automóvel.
Você o vê em movimento, acostuma-se com isso e o que está em síntese é a estética
do sensível, fenômeno fundamentado pelo francês Jacques Rancière e que nos
mostra que no cotidiano de repetições das ações humanas ficam submetidos a uma
camada invisível da percepção eventos que fundamentam aquilo que por vezes nos
comove.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Um/a datilógrafo/a repetia incontáveis vezes, no seu
cotidiano, a digitação em folhas de papel que sua comoção sobre o objeto
denominado máquina de escrever só era despertada em situações como pequenos
defeitos que impediam o funcionamento. Uma tecla travada, a fita bicolor que
saía do carrinho de alinhamento ou pura e simplesmente um defeito no mecanismo
central.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">As antigas máquinas de escrever careciam de manutenção
periódica. Substituição da fita bicolor era feita conforme a demanda. A fita ia
sendo usada e simplesmente esgotava, chegava ao fim. Em momento assim tinha-se
que retirar uma tampa superior e fazer o rebobinamento da fita. Uma fita era
passível de ser usada duas vezes. No máximo, três vezes, pois a impressão do
que era digitado ia ficando “apagada”, desgastada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Trabalhar com máquina de escrever significava, ao longo do
tempo, duas coisas básicas, na característica estética comum de um/a datilógrafo/a:
desenvolver a lesão por esforço repetitivo (LER) e as pontas dos dedos,
principalmente os indicadores direito e esquerdo, mesclando as cores preto e
vermelho. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Havia quem usasse flanelinhas ou mesmo pedaços de papel na
tentativa de fugir do borrão de tinta nos dedos, mas, sem chances, as mãos não
ficavam limpas. Para piorar, os rolinhos de fita de tinta bicolor continham um
tecido com composição química à base de álcool, ou seja, você sujava os dedos e
a tinta secava rapidamente, penetrando nos poros e nas impressões digitais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Terminou o drama de escrever à máquina e sujar as mãos? Não.
Além da fita de tinta bicolor ainda haviam as folhas de papel carbono. Se a
folha digitada exigia uma cópia, usava-se uma folha de carbono. Se três cópias,
duas folhas de carbono. Mais que isso e uma quarta cópia sairia praticamente
ilegível.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Quem desenvolveu lesão por esforço repetitivo usando máquinas
de escrever certamente piorou esse quadro se praticou a escrita com folhas em
até 3 cópias. Isso porque a força da batida em cada tecla tinha de ser maior em
comparação a escrever cópia simples.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Sim, isso que escrevo agora pode representar uma maluquice para
quem hoje tem a idade dos meus filhos (25 e 23 anos) ou mesmo meus/inhas
alunos/as. Difícil conceber que esses teclados macios, feitos à base de
plástico e, em alguns casos, com luzes coloridas de fundo, um dia foram antecedidos
por aquelas geringonças. Teclado macio às mãos, tela cuja luminosidade pode ser
controlada ante aos olhos, a possibilidade de apagar erros de digitação e, quer
coisa!, dar um “control+p” de comando e a impressão de quantas vias for
necessário ocorrer sem borrões nos dedos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Você, raro/a e exceto/a leitor/a, pode estar perguntando
onde estava meu fascínio ao observar, na infância, uma máquina de escrever em
funcionamento, usando, como usei, o exemplo de ver um automóvel em movimento.
Minha curiosidade, pois, era centrada no que estava dentro da máquina, que fazia
uma tecla de cada vez atingir o papel.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Certo dia, lá pelos idos de 1981 (eu tinha 11 anos de
idade), meu irmão mais velho, Claudinei, que trabalhava no escritório de
contabilidade Alevato, em Assis, SP, apareceu em casa um com máquina de
escrever Olivetti, portátil. Era verde e, pra mim, uma coisa linda de ver.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Nossa família sempre foi pobre, com condições financeiras
bem complicadas. Pai ferroviário, mãe lavadeira, nós não passamos fome, ao
menos que eu me recorde, mas, éramos de uma realidade em que as roupas que eu
usava, assim como os calçados, eram aquelas e aqueles que meu irmão mais velho
havia usado. Roupa nova, só uma peça de cada, no final do ano, comprada nas
Casas Pernambucanas e para ser paga no crediário durante o ano. E a roupa nova
comprada em dezembro era para ser usada no Natal e no Ano Novo. Depois disso,
era usada para “sair”, ou seja, para visitar alguém, ir a um casamento ou
festa, enfim, em situações especiais. Usar para ir à escola, jamais, até porque
os uniformes eram obrigatórios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Em uma situação domiciliar como essa não cabia dinheiro para
comprar folha de papel. E eu usava, para digitar naquela máquina de escrever,
papel de pão, outro artigo que as gerações atuais desconhecem. Sim, os pães eram
vendidos em formato bengala, hoje chamados de baguete, e embalados e folha de
papel jornal. Alguns eram embalados em folha de papel seda de jornal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Esse papel jornal era reciclado. Não raro, algumas folhas
traziam letrinhas, que nada mais eram do que resultado da reciclagem de papeis
usados, entre eles o jornal de notícias. Eu, cuidadoso, antes que o papel fosse
manchado por manteiga ou margarina, recolhia aquelas folhas e guardava, pois
nela desenhava, enfim, reaproveitava o que já era reaproveitado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Até hoje sou resistente ao desperdício de papel. Não só pelo
fato, hoje sei, de isso ser pensamento sustentável, mas, principalmente, por
ter convivido com uma situação socioeconômica em que sequer folha de papel
tínhamos em casa. Nossos cadernos eram aproveitados ao máximo, sendo encerrados
sem folhas em branco de sobra. Igualmente, nossas canetas esgotavam a tinta e
os lápis só eram descartados à base de “toquinhos” que não cabiam mais nas pequeninas
mãos de crianças.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">A máquina de escrever portátil levada por meu irmão servia
para eu registrar meus escritos. Primeiro eu o observava usando e depois, repetia
as ações. Lembro que levava mais de um dia para completar uma folha inteira
datilografada, sempre cuidadoso para não errar na digitação e não comprometer
esteticamente a página.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Avançando na técnica de digitar, escrevi minha primeira
história. Um conto sobre o que mais me perturbou na infância, ou seja,
vampiros. Não consigo resgatar os motivos de temer tanto os vampiros, mas, sei,
foi esse personagem que ilustrou minha primeira historinha digitada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Não recordo mais do enredo. E nem sei onde foi parar aquela
historinha digitada. Guardei parte do meu acerco pessoal até os 21 anos de
idade, quando fui morar com minha mãe, então separada de meu pai havia três
anos. Três anos depois me casei e, assim, os pertences todos da vida de
solteiro foram parar em local que desconheço, podendo, inclusive, ter sido o
lixo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Daquele tempo, nos anos 1980, até hoje fomos sobremaneira
influenciados pela tecnologia nos nossos modos de consumo e produção cotidianos.
Das máquinas de escrever avançamos para os computadores desktop e notebook.
Igualmente, não dei conta de apenas ver o funcionamento estético dessas máquinas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Cansei, nos anos 1990, de pagar 40 reais para que técnicos
de informática viessem à nossa casa para formatar HD ou colocar computadores em
rede. Claro, assim como as máquinas de escrever, passei a abrir os computadores.
Primeiro, troquei HD, depois, pentes de memória, depois, processador, até que
chegou o dia em que troquei uma placa-mãe.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Com o Windows 98, formatar um computador ou simplesmente reinstalar
o sistema operacional requeria colocar a máquina em rede. Tive que aprender
sobre máscara de rede, gateway e outros elementos que envolvem trabalhar em
rede. Ou seja, muito mais que abrir um computador, era necessário entender todo
o conjunto de funcionamento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">As versões Windows XP e Vista, assim como as sucessoras,
eliminaram esse trabalho todo, fazendo a programação de rede do computador de
forma automática, mas, ainda assim, vivíamos em situações em que para não pagar
os tais 40 reais em uma visita praticamente semanal dos técnicos, tínhamos de continuar
buscando entender o funcionamento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Hoje, aos 51 anos de idade, recordo disso tudo com esse
estilo nostálgico de escrita. Não, não prefiro aquele tempo, jamais, em que o
papel era colocado na máquina e a digitação exigia sujar os dedos com tintas.
Muito menos tenho saudade da época da impressora matricial, antecessora das
janto-de-tinta e laser atuais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Cada tecnologia teve seu tempo e, sim, precisamos observar o
uso desses recursos como nos mostra Jacques Rancière e a estética do sensível.
Muitos podem, sim, nascer, viver e morrer sem ter precisado um dia sequer saber
como as coisas funcionam, principalmente quando sabem que seja qual for o
problema, haverá alguém para repará-lo. Não condeno isso, absolutamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Porém, quando não entendemos como as coisas funcionam, ou
seja, ficamos observando a caixa de fora da máquina de escrever ou vendo apenas
o automóvel em movimento, temos chance maior de desenvolver a ignorância, no
sentido de ausência de conhecimento. Ninguém precisa saber como um computador
funciona, nem tem por regra aprender a consertar um. Isso está na cultura
cotidiana de cada um/a, configurada pelas necessidades, ora por vezes, essas,
movidas pela curiosidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">É com esse olhar que vejo, indignado, a discussão aparentemente
encerrada nessa semana, vinda de Brasília, acerca da volta do voto impresso.
Que o sistema de voto eletrônico não seja totalmente confiável, disso não tenho
dúvida, pois há tecnologia, indústria hegemônica e Estado envolvidos no
desenvolvimento dessa tecnologia. Nada que envolva o que denomino, em minha tese
de doutorado, hegemonia plena, ou seja, que envolva mercado, Estado e Igreja, é
totalmente confiável. Aliás, o totalmente confiável é utópico.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Mas, o que vemos nesse debate é uma parte que renuncia-se a
conhecer a tecnologia por trás da caixa da máquina de votação eletrônica e,
pior, não viu problemas quando esse mesmo sistema de votação, que nos permite
conhecer eleitos/as em questão de horas e até mesmo no própria dia do pleito
eleitoral, os elegeu por mais de uma vez no passado dessas últimas duas décadas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Em momento algum a parte que critica o sistema de votação em
urna eletrônica fez uso do exercício de gestão que o regime democrático lhe
assegurou, nas mesmas urnas, e publicamente foi visitar a indústria que produz
os equipamentos, os tais hardwares, e desenvolve os softwares. A ignorância, no
sentido de ausência de conhecimento, se faz mais árdua nesse sentido, pois o
pior ignorante não é aquele que diz desconhecer algo, mas, sim, aquele que
renuncia conhecer sobre algo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">A Câmara dos Deputados, dentro dos pressupostos do Estado
Democrático de Direito, barrou qualitativamente a iniciativa de retomar o voto
impresso. Não, não quer dizer que estejamos sob o mais seguro dos sistemas de
votação, pois o uso de urnas eletrônicas é uma coisa e o processamento dos
dados das votações, fazendo chegar tal fluxo até o Tribunal Superior Eleitoral,
é outra coisa. Sabemos que as urnas eletrônicas não trabalham em rede, mas ingênuos
seremos se entendermos que via cartórios eleitorais os dados coletados por seções
e zonas eleitorais não cheguem a Brasília via rede. Auditorias sérias nos
mostram, periodicamente, muitas vezes sob convocação em forma de desafio,
público, por parte da Justiça Eleitoral, que esse sistema de votação e coleta
de dados até hoje não foi fraudado. E confiamos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Compreendo o discurso de quem defende o voto impresso,
situando os sujeitos dessa voz na citada ignorância advinda de desconhecimento,
seja por ausência de conhecimento, seja por renúncia ao mesmo. Inevitável,
porém, imaginar tais defensores, em comportamento análogo, com as pontas dos
dedos sujas de tinta.</span><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><b><span style="color: red;">*</span><span style="color: #2b00fe;"> Jornalista e historiador, tem mestrado e doutorado em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.</span></b></i></p>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-5890770636060218662021-03-02T13:41:00.002-08:002021-03-02T13:41:21.327-08:00VIDA QUE TESTA - A difícil volta a um normal que nunca vai existir<p> Cláudio Messias*</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqO4uZ7RMwsQPLkaRpwUa-0zlLbLmuKgebkptTduYbmXY1fsIsXtWLRhGYMEwdN2sU89tXRs3hF7P-uy6J311deZTAPBN5zamxwldBLfmHGxeqzOy1ql7CnoN2VvhZpROUrSCHdFkuye7Z/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="674" data-original-width="425" height="792" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqO4uZ7RMwsQPLkaRpwUa-0zlLbLmuKgebkptTduYbmXY1fsIsXtWLRhGYMEwdN2sU89tXRs3hF7P-uy6J311deZTAPBN5zamxwldBLfmHGxeqzOy1ql7CnoN2VvhZpROUrSCHdFkuye7Z/w498-h792/image.png" width="498" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj29eWV1zsL-J_CRtbEsalx85MHk1TB-Dcrj2tRuza8y4i2JEoDfTTAYLKFrI8Eu-VuyV9ql1XWC7rPcGa8oKDeYxSmHIK3P8NAGRC_4_ETdIwiznBZQT5e-8lSbIRpbQmDvJpuNTJ7GGXw/s1280/WhatsApp+Image+2021-03-02+at+16.42.11.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj29eWV1zsL-J_CRtbEsalx85MHk1TB-Dcrj2tRuza8y4i2JEoDfTTAYLKFrI8Eu-VuyV9ql1XWC7rPcGa8oKDeYxSmHIK3P8NAGRC_4_ETdIwiznBZQT5e-8lSbIRpbQmDvJpuNTJ7GGXw/s320/WhatsApp+Image+2021-03-02+at+16.42.11.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aeroporto de Recife, salão de embarque, em plena tarde de terça-feira</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRG-0McZv43S-1b-LrKk5UvYUDM-XFO_eOQvLib8JAkAapKozZUXKBLnqRpkS0B5DzQ6F4PlneonRbCuBt1NeNWF7PCk3p75hgvZeR9wM-vszUKjZcFuCWjunqVR9lKP2ikFU1zKwTF7xt/s1024/WhatsApp+Image+2021-03-01+at+23.44.09.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="768" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRG-0McZv43S-1b-LrKk5UvYUDM-XFO_eOQvLib8JAkAapKozZUXKBLnqRpkS0B5DzQ6F4PlneonRbCuBt1NeNWF7PCk3p75hgvZeR9wM-vszUKjZcFuCWjunqVR9lKP2ikFU1zKwTF7xt/s320/WhatsApp+Image+2021-03-01+at+23.44.09.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dona Luzia com Júlio Messias ao colo em 1997</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivWPAK98WW8y0J-SHcuCOQctE5dfSb7_boPkf56QOAPYdTQc238_CgSkH_JzkiPVadh_Viy56O6mhJ8HZzsMxkexvOULuipFGacbH67bDx7-P1v7qFt7MbRuQOT3fwHTarcYxYQYYMr-Z_/s1024/WhatsApp+Image+2021-03-01+at+23.44.09+%25281%2529.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivWPAK98WW8y0J-SHcuCOQctE5dfSb7_boPkf56QOAPYdTQc238_CgSkH_JzkiPVadh_Viy56O6mhJ8HZzsMxkexvOULuipFGacbH67bDx7-P1v7qFt7MbRuQOT3fwHTarcYxYQYYMr-Z_/s320/WhatsApp+Image+2021-03-01+at+23.44.09+%25281%2529.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Seo José Messias com Júlio ao colo em 1998</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">* Professor universitário, tem graduação em História pela Unesp, mestrado e doutorado pela USP.</div><br /><br /><p></p><p><br /><br /><br /></p>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-33762888493031545492021-01-18T11:59:00.002-08:002021-01-18T11:59:47.867-08:00PANDEMIA - O dia em que confirmei que, sim, tudo voltou ao normal<p style="text-align: justify;"><span style="color: #2b00fe;"> Cláudio Messias</span><span style="color: #ffa400;">*</span></p><p style="text-align: justify;">Nesse domingo, 17 de janeiro, fiz meu trajeto de 15 horas de duração para sair de Assis, SP, e chegar a Campina Grande, PB. Cento e 20 quilômetros de carro até o aeroporto de Presidente Prudente, depois uma conexão relâmpago em Campinas, mais 3 horas até Recife, quase 5 horas de espera e, enfim, a aterrissagem na Rainha da Borborema.</p><p style="text-align: justify;">Muitos imprevistos marcam viagens assim, que faço desde 2010, quando vim a Campina Grande, como pesquisador da USP, pela primeira vez. No caso específico desse domingo comi uma tapioca com queijo branco e uma fatia de peito de peru defumado no meu café preto de manhã, junto com Rozana. Seria a única refeição até as 16h20, quando o Airbus A330 da Azul desceu em Recife. A conexão em Campinas permitiu apenas que eu saísse do ATR, desembarcasse e, em conexão, imediatamente embarcasse no Airbus.</p><p style="text-align: justify;">Ficar todo esse tempo sem comer, tudo bem, não afeta tanto, pois na vida do jornalismo cansei de trocar almoço por café da tarde à base de pão com presento e/ou mozarela. O que ainda não havia experimentado foi a sensação de sufocamento por que passei dentro do Airbus. Eu estava vendo o filme O Segundo Exótico Hotel Marigold e ria, muito, com a comédia que tem atores/atrizes indianos/as maravilhosos/as.</p><p style="text-align: justify;">Em um dado momento, contudo, senti o ar rarefeito. A mesma sensação de que tenho reclamado, principalmente nas madrugadas, desde a cirurgia cardíaca de 2015. Notei que estava suando, apesar da climatização, bem feita, da aeronave. A moça sentada e corredor na poltrona ao meu lado estava desmaiada, de tanto que dormia. Acionei o comando de chamada da comissária de bordo. Ela veio, trouxe-me água (único 'alimento' que a ANAC autoriza servir em voos na pandemia), mas deu conta de que na realidade eu pedia socorro.</p><p style="text-align: justify;">Batia, ali, a sensação de que eu precisava respirar ar puro e botar a cara na luz natural do dia. Mas, como fazer aquilo, a que sempre recorro quando estou em casa, nas madrugadas, com sufocamento, com a aeronave a sei lá quantos mil metros de altitude? Dialogando comigo a comissária tratou de traçar o diagnóstico de que eu estava em crise de pânico. Lamentou que não poderia sugerir à pilota (sim, a comandante daquele voo era uma mulher) alteração alguma de rota, mesmo tendo outros passageiros reclamando da mesma crise que eu.</p><p style="text-align: justify;">Aceitei o copo de água que ela levou, tomei, mas recusei a medicação sugerida. Resisto o quanto posso aos ansiolíticos, tipo de medicação ao qual fui por vezes submetido desde a cirurgia cardíaca, principalmente em 2015, quando tive diagnóstico de Síndrome de BornOut, submetido que estava a situações de assédio moral em meu ambiente de trabalho. E, inclusive, até tinha na mochila, junto com meus medicamentos cotidianos, o frasco de ansiolítico. Optei, apenas, por adotar a estratégia do autocontrole, à base da meditação.</p><p style="text-align: justify;">A cada 20 minutos ou meia hora a mesma comissária de voo passava e perguntava se estava tudo bem, ao que eu sinalizava que sim. Entre uma prosa e outra a observação da profissional sobre o índice elevado de passageiros, na pandemia, que apresentam estado semelhante ao meu naquele voo. Teoria dela, o temor decorrente da pandemia faz as pessoas desesperarem quando dão conta de que encontram-se aglomeradas dentro de uma aeronave e, pior, sem opção alguma de mudar o curso da situação.</p><p style="text-align: justify;">Dei uma pausa no filme e, quando meditava, desconectei do mundo real por alguns minutos. Um cochilo mesmo. Despertei, terminei de ver o filme e, na sequência, vendo o painel mostrar que estávamos a 1 hora de Recife, decidi ver documentário do National Geographic sobre o duelo "Humanidade x Inteligência Artificial", de 40 minutos. A comédia deu lugar a uma séria reflexão acerca da suficiência que a humanidade terá para gerir as máquinas no ano 1 milhão, quando a vida poderá ser eternizada por androides programados, de maneira que o corpo, sim, morra, mas os dados da vida de cada um, não, podendo, esses, serem recarregados em uma representação engenhosa da pessoa morta, que fica, assim, eternizada.</p><p style="text-align: justify;">Bastou o cenário futurista mexer com a cabeça, com o raciocínio e lá veio, de novo, a sensação de pânico. Estava em meu semblante e a comissária, quando passou pelo corredor, parou e afirmou, em vez de perguntar: "o senhor não está bem de novo". Mas, a situação já estava mais administrável e consegui reencontrar o equilíbrio, sem ter a sensação de que precisava levantar e sair do lugar, como ocorrera horas antes.</p><p style="text-align: justify;">Quando a aeronave desceu em Recife levamos mais de meia hora para desocupá-la por completo. Eu estava na fileira 33A e, portanto, fui um dos últimos a deixar o Airbus. Aliás, nesse aspecto, as restrições decorrentes da pandemia fazem gerar uma mudança de comportamento que faz da desocupação de aeronaves um problema no mundo todo, e não somente no Brasil. Os/as apressados/as que sequer esperam a aeronave parar por completo e congestionam corredores batendo com bagagem de mão na cabeça de quem está sentado agora têm de esperar. Sentados. Vivi para ver isso acontecer um dia, e nessa viagem de ontem testemunhei a cara de insatisfação dos/as apressados/as por três vezes.</p><p style="text-align: justify;">E nessa postagem estou falando diversas vezes dela, a pandemia. Muito bom ver que o comportamento dos passageiros teve de mudar com a pandemia. Mas isso, dentro das aeronaves. Porque fora delas a cultura do desrespeito, da parte de passageiros e da parte de quem faz a gestão de aeroportos, continua idêntica. Máscaras que só cobrem o queixo são vistas aos montes dentro dos aeroportos. E as salas de espera, apesar de terem assentos marcados para que se respeite o distanciamento social, são repletas de pessoas sentadas em todos os lugares, permitidos ou não.</p><p style="text-align: justify;">A pior de todas as cenas eu assisti no aeroporto de Recife. Como disse, cheguei pouco depois das 16 horas e sairia para Campina Grande às 22h00. Sempre, nessas ocasiões, antes da pandemia, eu aguardava na sala de embarque, onde há opções de alimentação. caras, mas estão lá, fazendo evitar que se saia do embarque e, depois, tenha-se de fazer todo o procedimento de revista, necessário, de embarque.</p><p style="text-align: justify;">Assustei quando vi aquela multidão, no final da tarde de domingo, ou nas filas de embarque em frente aos respectivos portões, ou sentados. Outras filas ainda eram formadas nos quiosques de alimentação. Tive, ali, não uma crise de pânico, mas uma revolta imensa. Pessoas de todos os estados e de outros países aglomeradas, usando porcamente as máscaras, enfim, em um ecossistema perfeito para o contágio por Coronavírus. </p><p style="text-align: justify;">Não titubeei e saí, pelo portão de despacho de bagagens. Minha esperança era que a praça de alimentação do piso 3 estivesse menos congestionada, pois recebe passageiros que estão chegando para embarcar e têm pouco tempo para comer. Sentei, comi um filé de frango à bolonhesa, tomei mais de um copo de 500 ml de chope, dialoguei com a família e alguns amigos, enfim, relaxei. </p><p style="text-align: justify;">Perto das 21 horas fiz novamente o embarque e deparei com um saguão menos cheio. Nas poltronas de espera conheci padre Pedro, um jovem com menos de 40 anos de idade pároco no centro histórico de São Luiz, capital do Maranhão. Como lá estive em 2019, em São Luiz, proseamos sobre a maravilha que é o centro histórico da capital maranhense, com sua história de relação com os negros e lamentamos as cenas que, apesar do número reduzido de passageiros, se repetiam: brasileiros e estrangeiros indo pra lá e pra cá com as máscaras no queixo, como se nada estivesse acontecendo no Brasil e no mundo.</p><p style="text-align: justify;">Eu e padre Pedro, então, tivemos consenso na conclusão de que, sim, tudo voltou ao normal. Eu citei a comprovação disso quando comentei a cena que vi, em Viracopos, na manobra do ATR que levou-me de Presidente Prudente. Já no ônibus da concessionária do aeroporto visualizei, algumas dezenas de metros adiante, a aeronave da Azul adesivada para buscar milhões de doses e insumos de vacina na Índia mas que, na realidade, estava ali transportando cilindros de oxigênio para Manaus. A foto está anexada a essa postagem.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkddXc3Draye2ot365qMCBNlktZGcYdisfb0CvQdqq6TVivEiijr9dvEcnGko-2MeGzBsgEzXli8ZxhoomL4oU4jweXarkS6PiUrdGkbrBydKZVVEkPoQR4owGvp3XpIpIKjCFbLN2OPPn/s1280/WhatsApp+Image+2021-01-17+at+16.14.30+%25281%2529.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="A aeronave adesivada para buscar vacinas que não vieram" border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkddXc3Draye2ot365qMCBNlktZGcYdisfb0CvQdqq6TVivEiijr9dvEcnGko-2MeGzBsgEzXli8ZxhoomL4oU4jweXarkS6PiUrdGkbrBydKZVVEkPoQR4owGvp3XpIpIKjCFbLN2OPPn/w400-h300/WhatsApp+Image+2021-01-17+at+16.14.30+%25281%2529.jpeg" title="A briguinha política/pessoal de um governador e um presidente ocorre quando duas aeronaves dessa caem, simbolicamente, por dia em número de mortos por Covid no Brasil" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Para a nossa tristeza, a vida voltou ao normal e comprovamos isso quando vemos aeronave adesivada e locada com dinheiro público sem nunca ter deixado o solo para buscar vacina alguma, dentro de uma estratégia de fazer pioneirismo de saúde pública em um momento em que mil pessoas morrem por dia, desde março passado.</p><p style="text-align: justify;">Naquela tarde de domingo, enquanto um genocida fazia estratégia de guerra que mais lembra o filme dos anos 1980 Top Secret - Super Confidencial para distribuir vacinas pelo país, do outro lado um não menos genocida ignorava comandar o estado da Nação onde mais pessoas são contaminadas e/ou morrem por Covid-19 e vibrava, com semblante de dar medo, ter vacinado a primeira brasileira contra a doença.</p><p style="text-align: justify;">Fiz as contas aqui e com os números do tal consórcio de imprensa as 207 mil mortes contabilizadas no Brasil até o final de semana passado permitem concluir que perdemos vidas que correspondem à queda, sem sobreviventes, de 470,45 aeronaves Airbus A330 Neo, cuja capacidade é para 440 pessoas, entre passageiros e tripulação.</p><p style="text-align: justify;">Com um ano da pandemia no país prestes a ser completado, é como se 1,2 aeronaves Airbus A330 caíssem a cada dia no Brasil nesses últimos 365 nefastos dias da nossa história contemporânea. E ainda temos que ligar a TV ou acessar as plataformas digitais e deparar com um governador de estado e um presidente da República fazendo das semelhanças pessoais (me recuso a definir a intriga como diferenças) algo maior do que as vidas perdidas e, pior, as que estão por vir.</p><p style="text-align: justify;">De ontem para hoje, pelas estatísticas oficiais, enquanto Dória e Bolsonaro faziam seu teatrinho de horror, dois Aribus A330 caíram, imageticamente, sem sobrevivente algum. Eles, governantes, acostumaram com o cheiro da morte. E nós, vítimas, nos acostumamos com isso tudo, pois, como disse, não é que tudo voltou ao normal; nada saiu do normal nessa pandemia toda. A crise da saúde é que está mostrando quem são cada uma das pessoas que foram escolhidas para estarem onde estão, nos cargos que ocupam.</p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #ffa400;">* </span><span style="color: #2b00fe;">Professor universitário, historiador, é doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.</span></p>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-54986160646607597882021-01-18T06:04:00.000-08:002021-01-18T06:04:05.805-08:00REDES SOCIAIS - Falando Cons(m)igo mesmo<p style="text-align: justify;"><b><span style="color: #2b00fe;"> Cláudio Messias</span><span style="color: red;">*</span></b></p><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="eo18q-0-0" style="background-color: white; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="eo18q-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">FALANDO</span><span data-offset-key="eo18q-1-0" style="font-family: inherit;"> CONS(M)IGO - Em uma década e meia usando essa plataforma já construí amizades, destruí amizades e preteri "amizades". Construí amigos/as no meu amplo ecossistema de vivências cotidianas, destruí relações com amigos/as pelo fanatismo futebolístico e preteri pessoas a quem havia estendido a mão da amizade ,as recebi em troca traição, falsidade, apunhaladas pelas costas. Algumas dessas pessoas eu excluí, dada a impossibilidade de tê-las ali naquele link de "amigos", por sua incompatibilidade com a descrição que a plataforma dá, outros/as aqui estão, na tênue linha que separa colega de amigo/a.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="2o86n-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2o86n-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span data-offset-key="2o86n-0-0" style="font-family: inherit;">Quem me conhece o suficiente para ter-me como amigo sabe de minha sinceridade, perfil de minha personalidade que constrói, sim, relações, mas, quando destrói... E dessa característica que por uma ótica pode ser virtude mas por outra pode ser defeito tem saído um comportamento, nos últimos anos, de distanciamento das redes sociais. Um certo cansaço de ver o quão as pessoas necessitam, muito antes da pandemia, mostrar a outrem coisas legais de seu cotidiano, como uma nova oportunidade de emprego ou mesmo o início de uma relação amorosa, mas coisas fúteis e profundamente desnecessárias como um prato, intacto, preparado a partir de uma receita vista na internet. Sei de casos em que primeiro veio a foto e depois o primeiro beijo de uma relação e, daí já é um saber coletivo, de inúmeros casos em que primeiro veio a foto e depois o provar/degustar do primeiro pedaço de um bolo. O/a novo/a companheiro/a pode ser, no delongar da vida, uma péssima escolha, mas aquela primeira foto já mostra um amor em chamas, prenunciando um "que dure para sempre". Igualmente, o bolo pode ter ficado massudo, carregado no açúcar, uma verdadeira porcaria, mas a foto, linda, deu água na boca das inúmeras pessoas que comentaram: "quero aprender fazer quando for aí", "pena que ainda não conseguimos sentir cheiro e sabor pela internet" ou "ficou mais bonito do que o que a minha avó faz".</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="71p3a-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="71p3a-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span data-offset-key="71p3a-0-0" style="font-family: inherit;">A canseira gerada de expressões, via redes sociais, relacionada ao cotidiano nos faz distanciar de pessoas que quando adicionamos ou fomos fomos por elas adicionadas a grupos de "amigos" proporcionaram aquela sensação de desterritorialização das relações interpessoais que as mídias sociais proporcionaram. Pessoalmente, depois de anos de vivência, você nunca brigou ou discutiu, ou, se assim o fez, nunca rompeu amizade com essas pessoas. E a presença delas no cotidiano, por mais não frequente que fosse, transmitia a paz que as amizades verdadeiras propiciam. Mas, no polarizado mundo contemporâneo que destruiu amizades pela política e, agora, respinga com igual ácido nas acepções individuais sobre os caminhos que levarão ao controle gradativo do Coronavírus, você abre as redes sociais e lá estão as posições. Inevitável, nesse ínterim, não pensar consigo mesmo: como pode fulano/a ter um posicionamento desse?</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="bq1f9-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bq1f9-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span data-offset-key="bq1f9-0-0" style="font-family: inherit;">Nas recentes festas de fim de ano, dentro de um controle de circulação de familiares que rigidamente gerenciamos (8 pessoas por encontro, sob todos os protocolos de higienização) reencontrei parte dessas pessoas a quem chamamos de amigos/as por serem da família e advirem de longa relação, direta ou indireta com nossos patriarcas e matriarcas. E o que vi, em um ou outro caso, felizmente, com essa baixa proporção, foram manifestações que seguem a onda que tanto combatemos e que tanto predomina nas redes sociais. Nem me refiro a fake news, pois esse conceito, poroso, já desfragmentou-se e a nossa ciência da comunicação precisa avançar no virar dessa página precipitada de atribui à audiência a produção de conteúdos falsos que a hegemônica mídia</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="8pvva-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8pvva-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span data-offset-key="8pvva-0-0" style="font-family: inherit;">protagoniza desde Gutenberg. Minha acepção, aqui, condiz a essa cultura factoide de advém da capacidade humana de, na comunicação, como disse Maria Aparecida Baccega, editar-se a visão de mundo. As pessoas estão editando a própria realidade a partir do que "ouvem" de seus igualmente reduzidos grupos de amizades em redes sociais. E quando enunciam algo, fazem transportando pontos de vista. Não têm aquela opinião porque a célere velocidade de fluxo de informações que superlota dispositivos de armazenamento, que precisam ser limpos em tempo cada vez mais curto, não permite parar para pensar, para refletir.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="7ro2j-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7ro2j-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span data-offset-key="7ro2j-0-0" style="font-family: inherit;">Isso me faz recordar uma cobertura de jogo que fiz em 1996, quando o Palmeiras venceu o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro em Presidente Prudente. Eu lá estava como repórter do hoje extinto Oeste Notícias, impresso. Mirandinha, centroa-avante do Corinthians, saiu em disparada do meio de campo e foi em direção a Veloso, goleiro do Palmeiras, a quem driblou com u corte lateral para a esquerda. Um jogador, cujo nome não recordo, estava sozinho em frente ao gol e Mirandinha, na lateral, só precisaria passar-lhe a bola. Mas, não. O atacante continuou correndo, saiu com bola e tudo pela linha de fundo e a derrota de seu time por 1x0 estava consolidada. Na coletiva, perguntado pelos repórteres de rádio, sobre o porquê de não ter passado a bola ao companheiro, o atacante do Corinthians responde: "eu só consigo fazer uma coisa; ou eu corro ou eu penso".</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="e3g44-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e3g44-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span data-offset-key="e3g44-0-0" style="font-family: inherit;">Mirandinha nunca foi meu ídolo no Corinthians, dada a fartura de nomes que passaram pelo clube, inclusive em sua posição (citar Ronaldo Fenômeno, reconheço, seria covardia de minha parte). Mesmo assim, o respeito sobremaneira pela forma espontânea e sincera com que definiu aquele que é o comportamento de massa: faz-se sem pensar, e é melhor fazer do que correr o risco de, ao refletir, tomar as decisões dentro de uma razoabilidade.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="adb25-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="adb25-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span data-offset-key="adb25-0-0" style="font-family: inherit;">Estou, pois, aqui, a falar comigo mesmo. Desde minha infância falo sozinho. E aperfeiçoei isso quando transitando do mestrado para o doutorado na ECA/USP, descobri pelo amigo Alan a meditação como recurso de gestão do meu eu. Dialogar com você mesmo é uma delícia, principalmente quando uma parte de você não concorda com a outra parte. Sim, nossa mente também fica contagiada pela polarização, mas é dessa interação díspar que sai a racionalidade das nossas ações.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="3a08g-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3a08g-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span data-offset-key="3a08g-0-0" style="font-family: inherit;">Volta e meia, logo, estarei aqui de volta com uma postagem ou outra, já que desde ontem estou de volta a Campina Grande, preparando para repassar a coordenação de meu curso a outro/a colega, em fevereiro, e debruçar-me mais e melhor nas minhas pesquisas e meus pupilos de orientação científica. Cada linha escrita aqui é para mim, dentro do meu falar comigo mesmo, sem a mínima intenção de agradar ou desagradar outrem. Minha máxima continua sendo a mesma: o Facebook pode adestrar seus usuários para o que deva ser consumido, mas a opção de ler ou não postagens como a minha está dentro da autonomia do livre arbítrio de cada um.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="5ub73-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5ub73-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span data-offset-key="5ub73-0-0" style="font-family: inherit;">Se eu não leio nem visualizo o que a ampla maioria posta aqui, por que me sentirei ou me sentiria afetado ou triste se ninguém ler, curtir ou comentar o que exponho? Como ocorreu em 2018, após o segundo turno das eleições, quando solicitei que "amigos" daqui me excluíssem das listas por não estar alinhado ao que as urnas escolheram, de novo, me excluam de seus perfis. Não há como saber quem assim procedeu e, mesmo que houvesse, com certeza, eu jamais iria atrás para saber disso. Nas eleições presidenciais de 2018 tive mais de 600 baixas, entre pessoas que me excluíram e pessoas a quem excluí.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="dmgfb-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dmgfb-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify;"><span data-offset-key="dmgfb-0-0" style="font-family: inherit;">Esse número pode baixar para 200 ou 20 ou 2. Minha preocupação com isso é tamanha que nesse exato momento não sei nem quantos "amigos" tenho aqui.</span></div></div><p></p><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="cvfq1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"></div><p></p><div class="" data-block="true" data-editor="1j32p" data-offset-key="a3skj-0-0" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: pre-wrap; widows: 2; word-spacing: 0px;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="a3skj-0-0" style="color: #050505; direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify; white-space: pre-wrap;"><span data-offset-key="a3skj-0-0" style="font-family: inherit;"><span data-text="true" style="font-family: inherit;">Se ficarem 200, 20 ou 2, o que importa é que haja amigos. Os/as amigos/as que tenho, e eles/as sabem muito bem disso, eu prezo, cuido, com a mesma delicadeza com que todas as manhãs coloco água nas plantas, água ração para os passarinhos livres na jabuticabeira de casa. Amigos/as legítimos são como as gatas que temos; quando estão perto de nós, ronronam com a nossa presença, pois, sabem, a acolhida é certa.</span></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="a3skj-0-0" style="color: #050505; direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify; white-space: pre-wrap;"><span data-offset-key="a3skj-0-0" style="font-family: inherit;"><span data-text="true" style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="a3skj-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; text-align: justify; white-space: pre-wrap;"><span data-offset-key="a3skj-0-0" style="font-family: inherit;"><span data-text="true" style="font-family: inherit;"><span style="color: red;">*</span><span style="color: #2b00fe;"> Professor universitário, é doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.</span></span></span></div></div>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-74572706323042263152021-01-18T06:01:00.000-08:002021-01-18T06:01:40.778-08:00Missa de Sétimo Dia seo José Messias - Martinópolis/SP<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/J_1eycPHivM" frameborder="0"></iframe>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-21932666698804373392021-01-08T07:08:00.000-08:002021-01-08T07:08:14.626-08:00LUTO - O que aprendi com a morte<p><b><span style="color: #2b00fe;"> Cláudio Messias</span><span style="color: red;">*</span></b></p><p><b></b></p><div style="text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigm3s-kHTxhY9jE9U8zui22Nj1OGMffLJ0a1YO9CfAT9pS03wdpgfHMeV6q2Irp9YAh4NLB1mGFftyBOt0VqwfOy8dxvrshimAZe-yk-Jdiu9umcPX0dIOG-4_H7cwkTiuOs8uwXLH6K55/s1280/WhatsApp+Image+2021-01-07+at+18.42.48+%25281%2529.jpeg" imageanchor="1"><img alt="Seo Messias conosco, sentado debaixo da jabuticabeira que plantou nos anos 1980." border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigm3s-kHTxhY9jE9U8zui22Nj1OGMffLJ0a1YO9CfAT9pS03wdpgfHMeV6q2Irp9YAh4NLB1mGFftyBOt0VqwfOy8dxvrshimAZe-yk-Jdiu9umcPX0dIOG-4_H7cwkTiuOs8uwXLH6K55/w320-h240/WhatsApp+Image+2021-01-07+at+18.42.48+%25281%2529.jpeg" title="Natal de 2019" width="320" /></a></b></div><b><br /><span style="color: red;"><br /></span></b><p></p><p style="text-align: justify;">A partir de ontem, 7 de janeiro de 2021, mudei minha postura no lidar com pessoas que estiverem vivenciando a morte de alguém. Palavras que enunciadas docemente, com a melhor das intenções, como "ele/a passou dessa para o melhor", "agora ele/a descansou" ou "do jeito que ele/a estava, agora tem o merecido repouso", não confortam. E digo isso por experiência própria, passada nesse 6 para 7 de janeiro.</p><p style="text-align: justify;">Não há palavra que console a perda de uma pessoa, seja qual for a circunstância. Quem encontra-se diretamente no luto aceita, abraça, chora, lamenta, mas, de maneira alguma aceita a morte ou os enunciados que tentam amenizá-la. E por mais que estejamos nos sentindo preparados para a passagem da pessoa querida, não, definitivamente, não estamos. Talvez não haja alguém que consiga administrar essa sensação dolorida de ver uma pessoa querida partir, por mais que estivesse doente ou em estado irreversível conhecido por todos. A morte provoca uma dor, uma angústia, uma vontade incontrolável de reverter aquilo que é dito como a maior de todas as certezas humanas.</p><p style="text-align: justify;">Ontem, às 13h25, sepultamos meu pai, José Messias, em Martinópolis/SP. Desde 2010, quando foi submetido ao mesmo procedimento cirúrgico pelo qual eu passaria em 2015, qual seja, correção de isquemia miocárdica grave, com implantação de safenas e ligação de mamária, nosso velhinho percorreu um trajeto doloroso, cruel, provocado por uma doença manifestada pós-operação: a miastenia gravis pseudoparalítica. Perdi as contas, e isso nem tem importância alguma, sobre as viagens feitas de Assis a Martinópolis e a Presidente Prudente nesses mais de 10 anos.</p><p style="text-align: justify;">A pior fase, e se é que houve fase que tenha sido mais amena, ocorreu entre 2015 e 2016, quando a desestabilização provocada pela miastenia o levou inúmeras vezes à UTI e, no ápice da crise, a uma trombose de carótidas, sendo necessário um implante de prótese. Assim como das outras vezes, as fatídicas estatísticas das ciências da saúde erraram. Apesar de o implante da prótese ter sido bem-sucedido, no procedimento faltou sangue na parte esquerda do cérebro e pior do que perder os movimentos do lado direito, seo Messias viu comprometido seu bem maior: a fala.</p><p style="text-align: justify;">Momentos difíceis, e já lidando com a morte, que rodeava cada vez mais e se mostrava próxima. Eu encontrava-me no período pós-qualificação do doutorado e entre uma página e outra da escrita estava diariamente no Hospital Regional de Presidente Prudente, junto com minha madrasta/mãe Gê e minha irmã Danielle, na época estudante de Odontologia, ou seja, uma mocinha que igualmente tinha de lidar com a formação e a esperança para que o pai não partisse.</p><p style="text-align: justify;">Chegou um momento em que tínhamos de brigar com a morte, mas, também, com pessoas que prenunciavam a morte de seo Messias. Aroeira, o velhinho mostrava comunicação somente com os olhos azuis maravilhosos, nos dizendo "eu vou viver". Aquela era a verdade mais absoluta que existia pra mim, apesar de os médicos fatalizarem, diariamente, que não havia mais o que fazer. Meu pai era pele e osso, não falava, tinha uma sonda que o alimentava pelas vias nasais, estava todo roxo de tantas aplicações feitas, mas não cedia. Nos olhava, apertava aos mãos como quem diz "não desistam de mim". E não desistimos.</p><p style="text-align: justify;">Por duas vezes a equipe médica pediu para chamar familiares, para a despedida. Nos encontrávamos na entrada do HR, todos/as, coma sensação de que a morte, sim, estava por ali, esperando. Na derradeira das vezes, o pároco foi chamado para o ritual cristão de bênção para a despedida eterna. Só que não. Seo Messias enquadrou-se na estatística de "menos de 5% de chance de sobrevivência". Recebeu alta no dia 16 de outubro de 2016, com a mesma sonda de alimentação via nasal. Se resumia a pele e osso, mas por dentro tinha uma força de vida que o fazia apertar nossas mãos.</p><p style="text-align: justify;">No caminho de Prudente a Martinópolis eu dirigia e tinha meu pai ao lado. Dani e Gê estava atrás e tinham de segurar a cabeça dele, que estava deitado no banco, porque o velhinho sequer conseguia controlar o pescoço. Eu via aquela cena e me perguntava se a morte não estaria também ali no carro, só esperando.</p><p style="text-align: justify;">Fizemos do quarto de Dani um quarto de hospital. Colocamos cama hospitalar e os aparelhos necessários. Profissionais de saúde diariamente dar o amparo, pois a alimentação era feita por sonda. Uma fonoaudióloga o acompanhava, exercitando para que reaprendesse a falar, depois da paralisia parcial. Uma fisioterapeuta o orientou a reaprender a andar. E como bom aluno da vida, seo Messias enganou a morte, de novo. Nunca mais voltou a falar com a nitidez de antes, mas fazia o suficiente para ser compreendido. Deixou a sonda e passou a alimentar-se normalmente, primeiro auxiliado e, depois, autônomo. E, claro, voltou a andar para pequenas caminhadas dentro do quintal da casa.</p><p style="text-align: justify;">Não nos comunicamos com a morte, mas ela, quando manifesta-se, nos ensina a evitá-la. É mais ou menos como você caminhar à beira de um precipício: se cair, morre, e o jeito é medir melhor os passos para que a probabilidade de ir parar no fundo seja, se não anulada, ao menos reduzida.</p><p style="text-align: justify;">Com a cirurgia cardíaca de meu pai, em 2010, passei a monitorar minha saúde, anualmente, com cardiologista. Até passar por dois enfartos, em 2014, em Campina Grande e Recife, e em fevereiro de 2015 ser submetido à cirurgia cardíaca. Não desesperei. Pelo contrário, administrei família e amigos, assustados com a costumeira estatística da morte das ciências da saúde. Assim como meu pai, dada a gravidade do meu caso, carrego a cicatriz no peito por ter 4 ligações safenas e uma mamária. </p><p style="text-align: justify;">Há, pois, uma estratégia para fugir da morte, mesmo quando ela está ali, ao lado, ganhando força nas palavras de pessoas acostumadas com vítimas que por conveniência estacionam na condição de vítimas, sem forças para afrontar a maior das certezas humanas de encerramento de ciclos. E a estratégia, não tem jeito, é querer viver e, sabendo que isso não depende só de suas forças, deixar isso claro a quem tem a sua tutela. Necessário, pois, que esses tutores de sua resistência sejam tão fortes quanto você.</p><p style="text-align: justify;">Com meu pai eu aprendi a recorrer a uma força interior que desconhecia. Discuti com médicos, briguei com diretores de hospital e cheguei a fazer boletim de ocorrência quando quiseram dar alta para que meu pai saísse direto da UTI para casa, para "despedir-se da família em casa". Liguei 190, pedi viatura da polícia em outra situação similar. Noutras vezes, acionei amigos e mesmo nosso advogado em família em Assis, por não aceitar que transferissem meu pai do cuidado das ciências da saúde para a tutela da morte.</p><p style="text-align: justify;">De tanto lidar conosco, a morte talvez também tenha aprendido algo, já que as relações de ensino e aprendizagem são permeadas pela troca, pelas experiências, de maneira que quem ensina, quando o faz, aprende e apreende com o/a interlocutor/a.</p><p style="text-align: justify;">Seo Messias, percebemos, mostrou-se um tanto abatido no Natal de 2020. Em 'live' familiar, já que a pandemia nos cerceou da passagem da ceia natalina com o patriarca, seu semblante era um tanto abatido. Pensei que pudesse ser pela distância de todos/as por conta da Covid-19. No Ano Novo, a primeira recaída de saúde, com dores abdominais. Dias depois, uma ida à Santa Casa e a constatação de líquido no abdômen e a possibilidade de uma diverticulite ou questões do aparelho urinário.</p><p style="text-align: justify;">Acionado, agendei atendimento com dr. Ravísio, urologista que nos atende desde 2016 em Prudente e responsável por meu pai ter saído com vida do HR. Seo Messias seria atendido no estacionamento da clínica, para não expô-lo à Covid, já que Prudente é a única região de São Paulo em fase vermelha de isolamento. Às 13h40 do dia 6 de janeiro, anteontem, meu pai desfaleceu em meus braços quanto tentávamos colocá-lo no carro e levá-lo a Prudente.</p><p style="text-align: justify;">Minutos antes, quando cheguei à casa deles, deparei com nosso velhinho com um semblante que ainda não havia testemunhado nele. Os olhos azuis estavam baixos, o rosto, pálido. Pegou em minhas mãos e quando Gê perguntou "quem é ele?", não soube responder, o que era considerado normal, pois entre as sequelas da cirurgia de setembro de 2016, nas carótidas, estavam apagões momentâneos de memória, ora reconhecendo ora não reconhecendo as pessoas, mesmo as mais próximas.</p><p style="text-align: justify;">Pegou em minhas mãos e, como sempre, mesmo não me reconhecendo, as alisou com as dele, em manifestação de carinho. Mal erguia os braços. Em um momento fixou os olhos em mim e assim ficou, ouvindo o que eu dizia: "tudo vai ficar bem, fique tranquilo". Dessa vez, contudo, seo Messias parecia não acreditar. Gê o chamou para sentar no sofá, erguermos suas calças de agasalho e irmos para o carro, mas ele não reagia. Em frações de segundos só passava pela minha cabeça uma estratégia para, sim, continuar driblando o fim, a que administrava havia anos.</p><p style="text-align: justify;">A distância entre o sofá e o carro parecia quilométrica e eu já me dava conta de que não, não iríamos para Prudente. O correto era ir para a Santa Casa de Martinópolis. No entanto, quase com as pernas arrastadas por nós, seo Messias desmoronou. Começou a babar, não respondia nem respirava. O segurei nos braços e com auxílio de Gê o deitamos no sofá. Os olhos estavam paralisados, a dentadura ficou atravessada na boca, os braços renderam. Gê quase desmaiou e tive que intercalar socorrê-la e intervir no velhinho. Os olhos fecharam, mas, de repente, reabriram. De pálido ele retomou a pele corada, aos poucos movimentou as mãos, suficiente para acariciar minha mão e uma das cachorras de estimação.</p><p style="text-align: justify;">Acionamos o Resgate, que chegou rápido. Na avaliação preliminar um dos três bombeiros chamou-me do lado e comunicou que os sinais vitais do velhinho estavam fracos demais. O imobilizaram e no transporte recomendaram que Gê fosse comigo de carro, e não na viatura. Meia quadra depois da saída a viatura parou por quase um minuto, e depois seguiu. Na chegada à Santa Casa, quando da abertura da ficha de paciente, o bombeiro chamou-me novamente, comunicou a necessidade de intervenção no meio do caminho. Seo Messias, quando adentrou de maca na emergência, encontrava-se com olhos fechados, imóvel.</p><p style="text-align: justify;">Quarenta minutos depois, a jovem médica que o atendeu chamou a mim e Gê pela segunda vez. Na primeira, havia informado que a pressão arterial estava um pouco baixa mas que o preocupante eram os batimentos cardíacos, abaixo de 90. Como sou muito de comunicação visual entendi um semblante de preocupação por trás de todo um discurso que pedia tranquilidade a nós. No segundo diálogo, a confirmação de que a estratégia de driblar o fim havia cessado. Todas as tentativas foram feitas, disse a médica. Quando perguntamos o que aquilo queria dizer, a confirmação: "seo Messias não resistiu e faleceu".</p><p style="text-align: justify;">Nesses momentos difíceis não sei de onde tiro forças para manter o equilíbrio, e dessa vez não fugi à minha própria regra. Gê desmoronou novamente e a própria médica emocionou-se. Dei a notícia usando o carregador de celular da médica, na sala dela. Um a um dos grupos de família de Whatsapp e meu irmão e minhas duas irmãs. Segurei firme, talvez ainda não entendendo a dimensão de que a aroeira havia cedido.</p><p style="text-align: justify;">Nos permitiram fazer uma despedida imediatamente após a morte. O coração de meu pai parou de bater às 15h06. Às 15h30, depois de ir buscar Danielle no consultório odontológico onde atende, entramos os três na sala de enfermagem. O corpo estava coberto por lençol, estático. Debaixo, um rosto de quem repousava. Apenas a dentadura, de novo, ficara com uma parte para fora.</p><p style="text-align: justify;">Inevitável pedirmos para ele acordar, abrir os olhos como sempre fez. Mas, não. Não tinha semblante de sofrimento, nem de tristeza. Parecia o mesmo seo Messias de sempre, quando dormia, com a boca em semblante de pessoa feliz que ele sempre foi.</p><p style="text-align: justify;">Dialogando com a médica e as enfermeiras que tentaram mantê-lo vivo, a informação: morte por parada cardiorrespiratória. Ouvindo a minha narrativa desde o ocorrido na casa dele, a confirmação: o excesso de líquido no abdômen, associado inicialmente a uma diverticulite, na realidade devia-se a uma falência dos órgãos. O coração, enfraquecido, já não tinha mais condições de abastecer aos órgãos vitais, nem alimentar o sistema que oxigena o cérebro.</p><p style="text-align: justify;">Todos, a partir de então, aprendemos com a morte. E a morte, não tenho dúvidas, aprendeu conosco através de seo Messias. Ela tentou levá-lo da forma como leva as demais pessoas que não a encaram. Mas meu pai a encarou por mais de 10 anos, e foi aroeira, como ele próprio definia, descartando ser eucalipto.</p><p style="text-align: justify;">De tanto perder para meu pai e considerando a inevitável passagem humana final, a morte, como certificou a médica da Santa Casa, proporcionou uma partida sem dores. Seo Messias partiu dentro de um sono profundo e eterno, despedindo-se de nós sem que sequer pudéssemos nos preocupar. Sim, ele nos surpreendeu quando morreu, pois em ocasiões anteriores, muito piores, ele superou.</p><p style="text-align: justify;">Nosso José Messias completaria 80 anos de idade no dia 15 de maio de 2021. Estávamos programando uma festa em família para ele, dentro das condições permitidas na pandemia, mas quando se tocava no assunto ele dizia que, primeiro, tinha a festa de aniversário do Cláudio, em fevereiro, recordando que em 2020 comemoramos meus 50 anos em uma chácara alugada de meu amigo Fernando, em Assis, ocasião em que ele, Gê, Dani, Gabriel e o pequeno Enrico aqui estiveram, última ocasião, antes da pandemia, em que parte da família esteve reunida com o velhinho.</p><p style="text-align: justify;">Com toda essa experiência, ao longo de 10 anos de luta pela vida, aprendi muitas coisas importantes para fazer prevalecer a vida, mas, igualmente, coisas importantes para administrar melhor a morte. Por exemplo, desconhecia trâmites relacionados velório, sepultamento e documentação para liberação de corpo. Sempre que vamos a velórios vemos a estrutura pronta e, assim, teorizamos o que seja essa vivência. Até nisso a morte nos afeta, pois precisamos deixar a dor da perda de lado e encarar a burocracia da vida civil.</p><p style="text-align: justify;">Estamos, sim, todos/as de passagem nessa vida. Se me perguntarem o que seja a vida não tenho dúvidas na resposta: viver é ter boa relação com a morte. Bobagem extrema discutir o início e o fim, ou seja, de onde viemos e para onde vamos após a morte. O simples fato de sabermos que não seremos eternos nos faz colocar a morte como companheira desde o início da vida.</p><p style="text-align: justify;">Quando fiz minha cirurgia cardíaca em 2015 tive uma recaída 90 dias depois, já estando em Campina Grande, de volta ao trabalho. No Hospital João XXIII ouvi de um cardiologista algo que é duro, dói nos ouvidos, mas, quando aprendemos a lidar na relação com a morte, entendemos como sabedoria das ciências da saúde: quando nascemos, temos nosso prazo de validade pré-determinado pela nossa natureza humana. A medicina, pois, intervém para que essa regra natural seja quebrada.</p><p style="text-align: justify;">O que o médico quis dizer é que eu, aos 45 anos de idade, deveria estar morto. A cardiologia, contudo, fez uma intervenção que me deu uma sobrevida. A lei da natureza estava, assim, contrariada. Se o coração estava consertado, os demais instrumentos da orquestras continuavam desgastados. Não era, pois, para eu ter muita esperança com planos que ultrapassassem os próximos 15 ou 20 anos.</p><p style="text-align: justify;">Já se passaram 6 anos, ou 1/4 dessa previsão fatalista. Mal sabe a medicina que aprendi com meu pai a negociar com a morte. Uma interação familiar em que traçamos nossas estratégias para chegar ao limite da possibilidade de existência. Ela, morte, vai entender. E que permita a todos que a encaram uma partida tão serena como foi a de seo Messias, o meu guerreiro de maior respeito.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p><i><b><span style="color: red;">* </span><span style="color: #2b00fe;">Professor universitário, historiador, doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.</span></b></i></p>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-2268651738230343882020-08-14T15:26:00.002-07:002020-08-14T15:29:33.242-07:0014AGO - UM VOO PARA ASSIS - Por uma campanha para trazer a Azul Linhas Aéreas Brasileiras<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #2b00fe;"> Cláudio Messias</span><span style="color: red;">*</span></b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">É de conhecimento a partir das postagens que faço aqui no Blog que atuo na imprensa desde 1985, tendo começado como aprendiz de técnica de externa na rádio Cultura AM, da Família Camargo. E decorridos esses 35 anos vi passar por Assis,SP, minha cidade natal, algumas companhias aéreas, seja em voos regulares, seja em operações esporádicas.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">A operação de voos na cidade é facilitado, nesse tempo todo, pela estrutura do aeroporto estadual local. Aeronaves de médio e grande porte podem descer aqui sem esforço algum. E até bem pouco tempo atrás essas operações poderiam ser feitas, inclusive, à noite, pois havia um sistema de iluminação que segundo Amaral, antigo funcionário do aeroporto, hoje aposentado, dizia colocar Assis, à época (me refiro aos anos 1990) em vantagem em relação a Ourinhos, Marília e Presidente Prudente.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Dos anos 1980 pra cá dá para listar as empresas que ensaiaram implantar voos regulares em Assis: Pantanal (depois adquirida e incorporada pela/à TAM), Presidente Linhas Aéreas e, enfim, a TAM, com os voos charters que todo final de semana faziam dezenas de pessoas se dirigirem às margens da SP-270 para ver aterrissagens e decolagens dos lendários Fokker-100, hoje aposentados pela companhia.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">É fato que Assis sempre reivindicou um voo regular com destino a São Paulo e/ou Mato Grosso do Sul, mas, pouco fez para que isso se tornasse regular. Cito o exemplo da Presidente Linhas Aéreas, que em 1997 iniciou operação partindo de Presidente Prudente, sua sede, passando por Assis, Ourinhos e, enfim, descendo em Congonhas. Sim, descia em Congonhas, no miolo da cidade de São Paulo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Naquele voo inaugural estávamos, pelo Voz da Terra, eu e Fernando Meyer, diretor do setor gráfico. Além de nós e outros passageiros que já vinham de Prudente, o médico Roberto de Mello. Esse último comemorava a conquista para a cidade, pois seus deslocamentos à capital, para compromissos, eram semanais. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Saímos de Assis às 8h30, passamos em Ourinhos 20 minutos depois e seguimos para São Paulo. Se a memória não falha, a aeronave era um Brasília. Silenciosa, em 50 minutos estava operando para descer em Congonhas, naquela cena famosa de parecer quase encostar no topo dos prédios dos arredores do aeroporto.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Pouco mais de um mês depois eu cumpria uma pauta jornalística com Roberto de Mello e o médico lamentava estar vendo cada vez menos passageiros nos voos da Presidente. De diários, os voos passaram a trissemanais, até que ficaram ofertados uma vez por semana. E até que a companhia desativou a linha de Assis, mantendo somente Prudente/São Paulo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Naquela época do Cierga, hoje Civap, era forte, tinha a liderança de Zeca Santilli, então prefeito de Assis, mas, jamais colocou em pauta um tipo de política regional de apoio à operação da companhia aérea. Pelo contrário, prefeitos e presidentes de Câmaras, enfim, as prefeituras preferiam deslocar veículos oficiais para a capital a dialogar em convênio para aquisição de passagens que representassem custo similar ao erário.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Enfim, essa foi a derradeira experiência de Assis com uma linha aérea tendo como destino a capital paulista. Depois disso, os voos turísticos que levavam principalmente passageiros para Porto Seguro, na Bahia, acabaram saindo de Assis e ganhando como ponto de partida do aeroporto de Londrina, que, então, recebeu investimento pesado da Infraero. Igual roteiro seguiu o aeroporto de Presidente Prudente, que de 2014 pra cá passou a ser referência das agências de viagens, dada a dificuldade que as cidades de Londrina e Marília enfrentam nos períodos do ano em que há prevalência de nevoeiro e consequente baixa visibilidade.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Como postei anteriormente aqui no Blog, no dia 23 de julho retornei de Campina Grande, na Paraíba, onde trabalho, para Assis. Com a pandemia da Covid-19 as companhias aéreas suspenderam mais de 90% dos voos em todo o país, por falta de passageiros e por obediência aos protocolos de biossegurança. E minhas "férias" (somos obrigados a cumprir o recesso de julho, agendado como direito um ano antes) começaram com uma viagem de ônibus semi-leito de Campina Grande a Recife, na madrugada do dia 23. Às 9h20 decolamos de Recife, às 12h40 descemos em Campinas e às 14h20 saímos de Campinas para Marília.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">A história já foi relatada, mas vale ressaltar: quando fiz o check-in de Campinas para Marília só apareciam 9 assentos. Motivo: a aeronave não era o tradicional ATR, mas um Cessna Comodoro. Fui, então, atrás de notícias sobre essa tal aeronave. E assustei ainda mais quando vi o porte. Logo imaginei que poderia virar manchete de noticiário, pensando no trágico.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Meu amigo Alessandro Palma visualizou postagem que fiz no Grupo TG 1989 (grupo de WhatsApp com parte dos ex-atiradores do Tiro de Guerra em 1989) e me acalmou. Conhecia, ele, a aeronave, já tinha voado em modelo igual e disse ser tranquilo demais.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Claro, bobagem minha a desconfiança. Quando o ônibus da concessionária de administração de Viracopos estacionou ao lado daquele avião pequeno, o coração safenado deu, porém, um aperto. Mas, dali em diante, só coisas boas. Aeronave confortável, uma interação com os pilotos muito interessante, um visual panorâmico que é exclusivo desse modelo, uma aterrissagem cuja tranquilidade pode ser conferida no video que postei sobre, enfim.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Durante os quase 80 minutos de interação com os demais passageiros dialoguei bastante com um jovem piloto da própria Azul, que estava indo a Marília em folga. Vestia, inclusive, o traje de piloto. E relatei a ele toda essa experiência que aqui cito, de ter testemunhado, como jornalista, as diversas tentativas de se implantar um voo regular de Assis a São Paulo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">O próprio piloto, em folga, da Azul, que antes da decolagem discursava meio que acalmando os ânimos daqueles, iguais a mim, que assustaram com o porte do Cessna, citava que com a retomada da normalidade tanto da economia quanto do mercado do setor aéreo, depois da pandemia, surgiria a oportunidade de cidades com aeroporto estruturado solicitarem, por que não, o uso desses modelos de pequeno porte para, quem sabe, início de uma cultura de voos domésticos que viabilize inclusive adoção de aeronaves maiores.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Estávamos em três passageiros de Assis no mesmo voo. E os três fazem uso praticamente mensal de voos, seja da Azul ou de outras companhias, cruzando o Brasil e o mundo afora. E nós, nessas condições, seríamos amplamente contemplados com um voo doméstico de Assis a Campinas, pela Azul, com os Cessna Caravan.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Fiz uma simulação, hoje, de valores. Os prints de tela estão anexados a essa postagem. Viajar de Marília a Campinas pela Azul, em ida e volta, sai no custo de 280 reais. De Assis a São Paulo em ônibus comum o custo é de 260 reais.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Se alguém lamentar que descer em Campinas é incômodo é porque desconhece que a Azul tem ônibus próprio que leva passageiros, de hora em hora, de Viracopos a, por exemplo, os terminais Barra Funda e Tietê. O tempo desse deslocamento raramente passa de 1 hora, dependendo do congestionamento das marginais. Se, pois, de Assis a Campinas o voo for de 2 horas de duração, mais 1 hora até a Barra Funda (de onde se pega metrô para qualquer lugar da capital, ou mesmo Uber), arredonde-se 3 horas e meia de deslocamento.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">De ônibus, todos sabem, tem de se sair de Assis meia-noite ou perto desse horário e chegar em São Paulo por volta de 6h00 ou 7h00, dependendo também de trânsito. Ficam-se seis horas dentro do ônibus, seja qual for o horário da viagem. Isso, para quem tem compromissos na cidade de São Paulo. Quem depende de voos saindo de Congonhas, Guarulhos ou mesmo Viracopos ou já sai cansado para o aeroporto ou chega à rodoviária esgotado, tendo de enfrentar 6 intermináveis horas até Assis.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Não se trata, pois, de campanha contra as companhias de ônibus. Minha opinião de que pagamos muito caro pela passagem de ônibus advém de anos e anos, mas, repito, a reflexão da opção das companhias aéreas para o trecho Assis/S. Paulo ou Assis/Campinas beneficiaria não somente passageiros regulares de voos domésticos, mas também a quem voa para fora do país ou regiões como Norte, Nordeste e Sul, que são mais desgastantes.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Assis, hoje, é um referencial universitário, favorecido principalmente pela conquista do curso de Medicina, mas já antes consolidado pela Unesp e, em sequência, pela Fema e pela própria Unip. O setor de agronegócios, todos sabemos, é outro filão consumidor do mercado aéreo brasileiro e poderia ser contemplado, aqui, com um voo regular.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Falar de voo diário pode ser exagero de início. Mas, voos às segundas, quartas e sextas, por que não?</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">De minha humilde ação estou, solitário, iniciando uma campanha para que Assis se manifeste sobre a viabilidade de implantação de voos da Azul com destino a Campinas. Como é de conhecimento, político não sou, nem nunca fui. Portanto, não me associo a liderança política alguma. E se essa frente de diálogo com a Azul for atravessada por qualquer que seja a figura da cidade ou região, imediatamente me afasto.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Como passageiro regular da Azul desde 2012 conheço o suficiente a companhia aérea para entendê-la como competente operadora do setor aéreo, sem ter dependido de ações político-partidárias para chegar à condição de liderança de mercado em que se encontra. Tem os preços mais viáveis, sempre, nos trajetos que faço pelo país todo. E, quero crer, praticaria preços similares ao que oferta em Marília e Presidente Prudente nessa nova demanda, caso assim der certo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Penso que devamos tomar ações como essa que, se dão certo, implicam em benefícios a uma coletividade. O que a Azul puder fazer de bem, num voo novo, para mim, certamente representará contemplar a realidade cotidiana e profissional de muitos/as outros/as.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Amo minha cidade, a respeito severamente e comprovação disso é que, apesar de estar estabelecido profissionalmente em Campina Grande, na Paraíba, desde 2014, é aqui onde vivo e convivo com minha família, minha esposa, meus filhos, cada um numa realidade que, igual à minha, requer voos, longos trajetos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: red;">* </span><span style="color: #2b00fe;">Professor universitário, é doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.</span></b></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdsF68PNsnwAWrn5St4qIJNr57pJLR647mKUv6X1GvRHF_wGy47CF-tvhFZ6JotbMpuuyPdYK5FnVJS7MiT4KcmX_HCp7wFUxY2S_HyhMnOmDc73hHEpmYKEOUTWw3ir7GHTkF4QJ8WyHq/s1280/WhatsApp+Image+2020-07-23+at+13.05.28.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdsF68PNsnwAWrn5St4qIJNr57pJLR647mKUv6X1GvRHF_wGy47CF-tvhFZ6JotbMpuuyPdYK5FnVJS7MiT4KcmX_HCp7wFUxY2S_HyhMnOmDc73hHEpmYKEOUTWw3ir7GHTkF4QJ8WyHq/w640-h480/WhatsApp+Image+2020-07-23+at+13.05.28.jpeg" title="O Cessna Comodoro fotografado de dentro do ônibus que levou para o embarque" width="640" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF1jgvk13Kpu1QOM0tdsSgRYV9HhHBdBNcyGi3n-AjuD3usuzFdhqYoJGe6XAOg1l2u-KfV6g7UpsNlYrDTPed53V1Hmz2-CpG9PUvLIr2yKJp_WUWPrW0DvVDICXkfpNC-A6Dzh7o077i/s1280/WhatsApp+Image+2020-07-23+at+13.10.55.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF1jgvk13Kpu1QOM0tdsSgRYV9HhHBdBNcyGi3n-AjuD3usuzFdhqYoJGe6XAOg1l2u-KfV6g7UpsNlYrDTPed53V1Hmz2-CpG9PUvLIr2yKJp_WUWPrW0DvVDICXkfpNC-A6Dzh7o077i/s640/WhatsApp+Image+2020-07-23+at+13.10.55.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-family: arial;">Rozana, que costuma ter tensão em voos, estava mais tranquila do que eu.</span></i></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht81TJ9YY7EICtk163PNDkAA3UC9iFCYEAJsA_A0A0HK2eN7CbBAOZ9xFbP1gJaOQzHkiSmdWzkt24T973V67qitdnmfZDjJgAWZONs56Y2aEgEjd0YrwkTtQNQemPBikAvyRJzy-MEZP1/s1280/WhatsApp+Image+2020-07-23+at+13.59.35+%25281%2529.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht81TJ9YY7EICtk163PNDkAA3UC9iFCYEAJsA_A0A0HK2eN7CbBAOZ9xFbP1gJaOQzHkiSmdWzkt24T973V67qitdnmfZDjJgAWZONs56Y2aEgEjd0YrwkTtQNQemPBikAvyRJzy-MEZP1/s640/WhatsApp+Image+2020-07-23+at+13.59.35+%25281%2529.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-family: arial;">A visão pela janela é ampla: imagem feita logo após a decolagem</span></i></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIvJWB1dpikB74gyf5372sdfAoOLlPt_2LixIofzK1u4RV2GTuVmwFJ3kmrDY2hN6GsuKT7TTrzt7NEobAFUt3ZFbAeN6FjHH_dDsahWjqCj0vPiAYShwqNPI-73G9RLlRvxDMKqa0tQfZ/s1280/WhatsApp+Image+2020-07-23+at+13.59.35.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIvJWB1dpikB74gyf5372sdfAoOLlPt_2LixIofzK1u4RV2GTuVmwFJ3kmrDY2hN6GsuKT7TTrzt7NEobAFUt3ZFbAeN6FjHH_dDsahWjqCj0vPiAYShwqNPI-73G9RLlRvxDMKqa0tQfZ/s640/WhatsApp+Image+2020-07-23+at+13.59.35.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-family: arial;">Em pouco mais de uma hora de viagem fizemos, claro, amizades</span></i></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigKR8P7_MRbqrCLSIBySacK7g2_pwjXP_cPNFjK-gAsMew4FhC5p96SLWL4Uw3MmvRQixDDYW8LGL1RTAv_lRBPy8MNwTw5DgH2USFawwoNaVYOpXV6iE17gHuww2CdjxdDJ0UD0n4uEcM/s1280/WhatsApp+Image+2020-07-23+at+13.59.37.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigKR8P7_MRbqrCLSIBySacK7g2_pwjXP_cPNFjK-gAsMew4FhC5p96SLWL4Uw3MmvRQixDDYW8LGL1RTAv_lRBPy8MNwTw5DgH2USFawwoNaVYOpXV6iE17gHuww2CdjxdDJ0UD0n4uEcM/s640/WhatsApp+Image+2020-07-23+at+13.59.37.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-family: arial;">Altitude máxima atingida, abaixo, em aerovia, de modelos como os ATR</span></i></td></tr></tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGOaaww6YV1Lu0-oHH2eceFUC8pE2OVp09EGg7xMYvgJ6bkuKBsSEMndojlaXKECT0uKYR76LfzaOM9xAbjZa6G87CnavQSKhT0TWqwg7fDVtdR9ZiXha59epnqcRrEVMQMqSZkJXs7VTJ/s1283/pre%25C3%25A7o+azul.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="527" data-original-width="1283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGOaaww6YV1Lu0-oHH2eceFUC8pE2OVp09EGg7xMYvgJ6bkuKBsSEMndojlaXKECT0uKYR76LfzaOM9xAbjZa6G87CnavQSKhT0TWqwg7fDVtdR9ZiXha59epnqcRrEVMQMqSZkJXs7VTJ/s640/pre%25C3%25A7o+azul.JPG" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-family: arial;">Parâmetro de preço de Marília a Campinas, pela Azul</span></i><br /></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGNZMTAlHoa6Fb_0KyCO7dv7wnlPH_QWQZxtPVkcZtZsOvv1h91J0Jfd4WXXha3kWU0Vg-NudOExNWCrFbBm5JDhZaSD_kzCYCPSyvjjt1HXsAVPakKnCCB1flv1SdeT018dShPkarTuh7/s1008/pre%25C3%25A7o+onibus.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="591" data-original-width="1008" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGNZMTAlHoa6Fb_0KyCO7dv7wnlPH_QWQZxtPVkcZtZsOvv1h91J0Jfd4WXXha3kWU0Vg-NudOExNWCrFbBm5JDhZaSD_kzCYCPSyvjjt1HXsAVPakKnCCB1flv1SdeT018dShPkarTuh7/s640/pre%25C3%25A7o+onibus.JPG" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-family: arial;">Valor de passagem de ônibus Assis/S. Paulo na mesma data</span></i></td></tr></tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmH5XJBy-e6rj89ZdkfUqdIHfiCJomVRzjFe4uQ605dhsov87fSBYv2h9xjCx9Gdfnxn_p0Bsv-NXfAAQw1eM7cLU3IJJegspzK0mkxtd2Zkwg6M0c48hwllTdmiZfwgp3MVbFqg6rZSUj/s2048/Eu+Quero+a+Azul+em+Assis.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1628" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmH5XJBy-e6rj89ZdkfUqdIHfiCJomVRzjFe4uQ605dhsov87fSBYv2h9xjCx9Gdfnxn_p0Bsv-NXfAAQw1eM7cLU3IJJegspzK0mkxtd2Zkwg6M0c48hwllTdmiZfwgp3MVbFqg6rZSUj/s640/Eu+Quero+a+Azul+em+Assis.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-family: arial;">'Card' da campanha que estou, sozinho, iniciando. Se vai dar certo, saberemos depois.</span></i><br /></td></tr></tbody></table><p><br /></p>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-69096319218876438832020-08-14T13:57:00.001-07:002020-08-14T13:57:08.126-07:0014AGO - MEDO DE AVIÃO - Aterrissagem no Cessna Caravan da Azul no Aeroporto de Marília, SP<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/GDiWoXjSg4g" width="480"></iframe>Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-48585234139096578442020-03-05T07:19:00.002-08:002020-03-05T07:21:07.294-08:0005MAR - O adeus ao comunicador e educador Juvenal Zanchetta<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><i><span style="color: purple;">Cláudio Messias</span><span style="color: red;">*</span></i></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJxHIJZUk3IM0cJp9h8370hWGyXwxlhmGT6uiLa6PGLG71FWfbvWNwayhSa4A0jFdVFbI9W98-9mV_iCQ6RXs7pgQ8jbVjP6XTNilJled3IiIOumJMxX8zaojcQp21LYlWGEDajylsVRA-/s1600/Juvenal.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="359" data-original-width="472" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJxHIJZUk3IM0cJp9h8370hWGyXwxlhmGT6uiLa6PGLG71FWfbvWNwayhSa4A0jFdVFbI9W98-9mV_iCQ6RXs7pgQ8jbVjP6XTNilJled3IiIOumJMxX8zaojcQp21LYlWGEDajylsVRA-/s400/Juvenal.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b>Imagem: Jornal da Segunda Online</b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Certa vez postei, em uma rede social, ante a uma de tantas
barbáries que nos últimos anos fazem vítimas os comunicadores que cobrem atos
de assassinos, que “quando um jornalista tomba, a democracia sucumbe”. Houve
compartilhamentos, comentários, enfim, esse movimento todo que a velocidade das
mídias sociais faz protagonizar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Hoje, pela manhã, no meio do nosso café, em casa, aqui em
Campina Grande, PB, somos surpreendidos pelo tombar de mais um colega. O
comunicador e educador Juvenal Zanchetta Júnior. O câncer o tirou de nós e,
como é típico dessa doença, de uma forma violenta. Violência não só delongada
por mais de uma década de tratamentos no Brasil e nos Estados Unidos, mas
advinda da vivência, nossa, com esse homem que jamais desistiu do prazer de
viver.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Conheci o Zanchetta professor de inglês na condição de seu
aluno, no Clybas, em 1986. Aulas nas noites de terças e quintas-feiras, depois
do recreio. Às quintas eu levava exemplares da revista Bizz, com letras traduzidas,
e ele levava a música em fita K-7, para ser reproduzida em radiogravador. Eu,
redator e técnico de som na rádio Cultura AM/FM; ele, locutor na rádio Antena
Jovem, recém-inaugurada, e estudante de Letras na Unesp.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Em 1988 recebi convite e aceitei trocar, no final do ano, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a Cultura pela Antena Jovem. Eu e Zanchetta
quase trabalhamos juntos na ocasião. Ele, então formado em Letras,
foi seguir seu trajeto como educador no início de 1989. Nossos reencontros,
esporádicos, ocorriam em partidas de futebol na Crevapa ou na sede social dos
funcionários da Nova América. Ou, ainda, nos torneios imprensa ou em ocasiões em que jornalistas de Assis se reuniam, como na ocasião da fundação do Jornal da Segunda, capitaneado por Reinaldo Nunes, o Português, e Júlio Cézar Garcia.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Em 1993, quando transitei do rádio para o jornal impresso, Juvenal Zanchetta era chefe do departamento de Comunicação da Prefeitura,
gestão de José Santilli Sobrinho. Essa relação que ora misturava amizade, ora o lado profissional, foi um tanto conflitante quando
assumi a função de editor do jornal A Gazeta do Vale, dada a forte
personalidade do colega.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Ainda na gestão de Zeca Santilli mais uma experiência
profissional entre ambos. Sob mediação da agência de publicidade MCP fui
contratado como assessor de imprensa da feira agropecuária Ficar, em 1995, mantendo elo de
trabalho com o departamento de Comunicação da Prefeitura chefiado por
Zanchetta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Na imprensa de Assis essa relação de amizade profissional
foi findada em 1996, com o término do mandato de Zeca Santilli. À época eu
ocupava a função de supervisor administrativo da sucursal de Assis do jornal
Oeste Notícias, de Presidente Prudente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Voltamos a reencontrar em 2004. Juvenal Zanchetta, apesar da
passagem pela Prefeitura, fazia carreira na Unesp de Assis, como professor efetivo vinculado
ao departamento de Educação. Naquele ano, começando a encerrar minha carreira formal de jornalista, eu havia voltado de Marília e dava início à graduação em
História na Unesp.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">No início do primeiro ano de curso tomei um café com
Juvenal, na cantina da Unesp. Ele lecionava uma disciplina no curso de História
e eu comentava que voltaria a ser aluno seu, com o que ele discordou,
comentando: “estou iniciando um tratamento severo de saúde e justamente agora
vou abdicar de dar essa disciplina”. Era, ali, o início de uma batalha pela
sobrevivência.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Juvenal esteve nos Estados Unidos fazendo tratamentos caros.
Reencontramos nos corredores da Unesp em 2007, quando eu estava prestes a me
formar. Ele, vinculado ao programa de pós-graduação em Educação da Unesp em
Marília, ouviu sobre meu objeto de mestrado, inter-relacionando Comunicação e
Educação, e deu conselhos. Minha pesquisa, apontou, não estaria em Assis,
Marília ou outra unidade da Unesp; estaria em São Paulo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Duro nas palavras e de uma sinceridade temperada por
palavras ora sarcásticas, ora bem-humoradas e/ou irônicas, Juvenal criticou meu
objeto de pesquisa na pós-graduação. Definiu minha pretensão de analisar a
produção midiática no espaço da escola como “chapa-branca”. Doeu ouvir falar
aquilo de meu “filho”, pois concebemos nossos fenômenos científicos com um
arcabouço teórico que advém de nosso capital cultural, de nossa identidade. E,
como tudo na vida, bastou o tempo passar para agora, recentemente, após
concluir meu doutorado, saber, eu, entender em que ponto o colega estava e está certo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Casei em junho de 1994 e ainda guardo uma taça de um jogo de
copos de cerveja que Juvenal me deu de presente. Não foi à igreja, por
compromissos outros, mas passou em casa para deixar. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">A esposa, Rozana, anos
depois igualmente protagonizaria história de vivência profissional com meu
amigo. Formada em Letras pela mesma Unesp/Assis, ingressou como professora
efetiva do departamento de Educação de Juvenal em 2009, estreitando, novamente,
os momentos de vivência.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Em 2015 a minha saúde também fragilizou. Eu, submetido, às
pressas, a uma cirurgia cardíaca, e Juvenal tratou de tranquilizar Rozana. E ele
estava certo. Perto de sua briga pela vida, a minha era mais tênue. Era e é.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Por esses anos todos, desde 2004, testemunhamos um Juvenal
Zanchetta Júnior que apesar de tudo jamais abdicou de sua responsabilidade para
com a pesquisa científica. Faleceu, hoje, no último capítulo de briga ferrenha
contra o câncer. Apenas 56 anos de idade e com planos ativos de aposentadoria
vindoura, não sem antes fazer o concurso, já aberto, de professor Titular. Não
deu tempo e, agora, sobra-nos o lamento por mensurar o quão é injusto, dolorido
e cruel é a comunidade científica despedir-se de um protagonista tão jovem, tão
forte, tão eternamente vivo nas linhas escritas que deixou.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Apenas concluindo o enunciado que abre essa homenagem
póstuma, a democracia está sucumbida pois perdemos mais numa voz indignada com
o momento cruelmente avassalador por que passa, política e partidariamente, o
país.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: red;">*</span><span style="color: purple;"> <i>Jornalista e historiador, é doutor em Ciências da
Comunicação pela USP e professor na Universidade Federal de Campina Grande, na
Paraíba.</i></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-92036459204262503532019-06-24T13:41:00.002-07:002019-06-24T13:53:46.206-07:00EDUCAÇÃO MIDIÁTICA - Inclusão cidadã independe da hegemonia<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: blue;">Cláudio Messias</span><span style="color: red;">*</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse domingo, 23, cumpri com a segunda parte de um plano pessoal que envolveu um mesmo objeto: um aparelho de telefonia celular.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 2016 minha sogra, Francisca, uma cearense nascida em Lavras de Mangabeira, encantou-se com um vídeo que, postado na plataforma Youtube, mostrava técnicas de crochê, tipo de artesanato preferido dela. Exibi na tela de meu celular e percebi que aquela senhora com mais de 60 anos de idade teve um fascínio, comum, pela tecnologia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dona Chica frequenta alguns dos projetos do programa Unesp Aberta à Terceira Idade. Já naquela época fazia aulas de informática para iniciantes. Suficiente, dizia eu, para que ela se inserisse no mundo virtual. Um universo, dizia ela, inacessível, dado o seu desconhecimento ou sua falta de habilidade para lidar com plataformas tão complexas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Rozana, a esposa, anunciou que trocaria de aparelho de telefonia celular, um smartphone, e que repassaria o 'velho' para a mãe. Discordei. Afinal, mãe, dentro de suas possibilidades, procurar dar i novo ao filho. Nossos dois filhos, por sinal, já tinham smartphones comprados em loja. Nada mais justo, pois, que dona Chica ganhasse um aparelho novo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Decisão tomada, compramos um aparelho do mesmo modelo do meu, já que eu havia trocado fazia poucas semanas. Compra online e eis que o aparelho chega pelo Correio. Dona Chica, então, ganhou e-mail, conta no Google e outros pré-requisitos que a colocaram como cidadão do mundo virtual.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um neto ensinou minha sogra a ver videos no Youtube, uma neta abriu sua conta no Facebook, outro a colocou no Whatsapp. Estava, então, feita a inserção de mais um sujeito social no infinito universo de informações, que faz da telinha de uma mídia móvel, janela para o mundo e seus riscos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com muitas fotos que registra de seus crochês e dos artesanatos de suas amigas, dona Chica padeceu de um problema comum: o armazenamento de seu smartphone era pequeno para a sua rotina de uso. E, então, veio presente de outra filha, com troca de aparelho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O velho aparelho ficou sem uso, encostado, e eu acabei trazendo-o de Assis para Campina Grande. Aqui ganhou nova película protetora, cabo e carregador. Ontem, 23, passou para as mãos de Inaldo Batista, um senhor nascido em 1952 e por quem guardo profundo respeito e carinho. Inaldo é como se fosse meu tio paraibano, socorrendo-me, por exemplo, quando a bomba de combustível de meu carro pifou ou, então, quando faço minhas mudanças de endereço.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Inaldo, igual minha sogra, menosprezava a suficiência própria no lidar com a tecnologia. Imediatamente à colocação de chip de operadora de telefonia no novo aparelho e à criação de suas contas no Google, eis que a instalação do aplicativo Whatsapp o faz ter contato com a filha, que reside aqui mesmo em Campina Grande. Fizemos uma chamada de video e quem estava do outro lado, também, era seu netinho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em questão de horas Inaldo, como ocorrera com dona Francisca, estava inserido à tecnologia o suficiente para receber e ver videos, assim como compartilhá-los. E assustou-se com o número de amigos que, guardados em sua lista de contatos no chip da operadora de telefonia, já fazia uso das mídia sociais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em ambos os casos, Inaldo e Francisca agradeceram por eu ter oportunizado que entrassem no mundo virtual das infinitas informações. Hoje pela manhã, por exemplo, quando conversei com Inaldo pelo Whatsapp, repeti a ele a pergunta que fiz à minha sogra após ela iniciar o uso das redes sociais: você tem ou não tem inteligência para usar a tecnologia? Ambos, sorrindo, disseram que sim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A reflexão que levo dessa experiência é que nós, da Educomunicação, centramos as ações de letramento midiático à formalidade das políticas públicas, muitas vezes ignorando que a inclusão cidadã é aquela em que, fora da hegemonia, o sujeito muda sua visão de mundo a partir de vivências próprias. Utopia, claro, entender que isso ocorra fora da hegemonia, uma vez que o uso das tecnologias revela-se parte da indústria cultural numa releitura de consumo. Mas, se isso é inevitável que ocorra, que assim seja a partir de ações dos próprios sujeitos sociais, dentro de um contexto de cultura de consumo de par para par.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: red;">*</span><span style="color: #20124d;">Ptofessor universitário, historiador e jornalista, é doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.</span></b><br />
<b><span style="color: #20124d;"><br /></span></b>
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyBBBNQaTnZy6wTibxdGLu1rdspb1DvZVuPl2JrYEinxy0yk4ya1wbLLGF1DzJ8sGhzzAZp3zfAnHn5QUeaOQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><b><span style="color: #20124d;"><br /></span></b><br />
<b><span style="color: #20124d;"><br /></span></b><b><span style="color: #20124d;"><br /></span></b>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNv0Rnq0ccZ88ZJMwv8VDZtIKfRKG59XO1yQ2q7drI2HUjTTGnwrBiCe40Co2Bh-fzxojqIvzcO_WhnK4rPLUIklS_7PNJZN0Tqf4RMdskDXXTm27ciyJoZSTkwpnJ0QqO584yD-2Ddv1x/s1600/WhatsApp+Image+2019-06-23+at+14.11.33.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNv0Rnq0ccZ88ZJMwv8VDZtIKfRKG59XO1yQ2q7drI2HUjTTGnwrBiCe40Co2Bh-fzxojqIvzcO_WhnK4rPLUIklS_7PNJZN0Tqf4RMdskDXXTm27ciyJoZSTkwpnJ0QqO584yD-2Ddv1x/s400/WhatsApp+Image+2019-06-23+at+14.11.33.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b>Inaldo, À minha direita (usa óculos e veste amarelo), e demais <br />frequentadores do bar de seo Batista (à direita na foto)</b></i></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="color: #20124d;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #20124d;"><br /></span></b></div>
Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-57139478825683089462018-10-26T08:55:00.001-07:002018-10-26T10:36:04.324-07:00AUTOESTIMA - O Brasil do 7x1 pode reagir nas urnas com o 5x4 das pesquisas<b><span style="color: red;">Cláudio Messias</span><span style="color: blue;">*</span></b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nesse semestre letivo 2018.2 estou orientando um trabalho de conclusão de curso em que uma estudante aborda, de forma muito competente, o empoderamento feminino decorrente de ações comunicativas de autoestima. E na ciência é assim, conforme a perspectiva do paradigma educomunicativo: a parte que ensina é, em via recíproca, também, a que aprende. E como aprendemos com nossos alunos!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Eis que nessa quinta-feira, 25, fizemos mais uma reunião de orientação de TCC, na universidade. Rotina normal, não fosse um detalhe: o clima de medo que pairou no campus, resultado de uma ação da Polícia Federal, que cumpria mandado de busca e apreensão por parte da Justiça Eleitoral. Alunos e professores confirmando aquilo que foi pauta dos estudos, em reflexão crítica da realidade, nos últimos meses: vivemos sob um estado democrático de direito que tentam transformar em extrato antidemocrático da direita. Momento ímpar de testemunhar, na prática, in loco, aquilo que os livros registram e teorizam como sendo capítulo negro de uma história não muito distante.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Distante das redes sociais e mesmo cá, do território do Blog, desde 2015, por motivos já expostos, tenho evitado entrar na zona de conflito da polarizada discussão que envolve uma pseudo esquerda, que mais mostra-se centrão, e uma direita que cada vez mais pende para a extrema direita. No entanto, quando o cotidiano das atrocidades sai do território virtual das plataformas digitais e atinge a porta de seu local de trabalho, o silêncio faz ecoar um grunhido do consentimento. E é hora de falar através das linhas, para evitar as entrelinhas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">De 2014 pra cá o Brasil testemunhou episódios não tão bons no sinuoso coletivo da cultura de massas. Aquele 7x1 para a seleção da Alemanha, na Copa realizada aqui, afetou a indústria do consumo de maneira díspar, a considerar que a hegemonia, na representação da maior economia da Europa, saiu ganhando, e a contra-hegemonia, na perspectiva de uma comunidade latino-americana de resistência, entendeu, por vez, que futebol, corrupção na gestão e alienação são tipos de farináceos empacotados em embalagens distintas a partir de uma mesma matéria-prima.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Se hegemonia, pois, está formulada no pretenso domínio das forças de produção e circulação de mercadorias, ideias e cultura, o eixo geopolítico brasileiro que quer deter o controle do capital nacional, qual seja, Sul-Sudeste-Centro/Oeste, passou por nova decepção apenas 3 meses após o Brasil ser eliminado, como anfitrião, na Copa que organizou. Em mapa ilustrativo, apesar de o azul de direita predominar nessas três regiões, foram o Norte e o Nordeste, vermelhos, que deram resultado final às eleições presidenciais cujo vigor, queiram ou não os polarizados debatedores, esgota-se nesse 31 de dezembro de 2018.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O futebol brasileiro experimentou um baixo-astral nacional demonstrado, agora, em 2018, em mais uma decepcionante eliminação em Copa do Mundo, na Rússia. Na perspectiva da gestão da comunicação, os admiradores do futebol canarinho confiaram sobremaneira que um técnico salvaria a Nação de mais um desgosto. O mais badalado treinador desde Telê Santana tinha em mãos parte dos milionários atletas pagos no mundo, em uma campanha pré-Copa que tornava o elenco candidato primaz ao título. Só que não. Vimos, no hegemônico cenário do futebol internacional, que um comandante e seus súditos diretos pouco ou nada podem fazer se a força contrária não o quiserem no topo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nesses últimos quatro anos o interesse da cultura de massas pelo futebol, no Brasil, declinou com o prestígio daqueles que, na hegemonia, administram essa indústria do consumo. Demonstração disso é que se Tite tivesse obtido êxito contra-hegemônico e seus comandados erguessem a taça na Rússia, o troféu seria recebido das mãos da Fifa por alguém que não seja o presidente da CBF. Sim, o mais alto comando do futebol brasileiro cumpre prisão domiciliar territorialmente interna, sob risco de sair de nossas fronteiras e cumprir prisão nos Estados Unidos. Por acusações de corrupção. Iria para a cadeia fazer companhia aos dois mais recentes presidentes da mesma CBF.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Os estádios de futebol, sejam eles construídos ou não para a Copa de 2014, acumulam sucessivos fracassos de bilheteria. O tal legado da Copa não serviu a nada. Ou, melhor, contribuiu para manifestações homofóbicas saídas das arquibancadas, como nos gritos "bicha", quando o goleiro adversário cobra lances como tiro de meta. Clubes que aceitaram mediar bilionárias construções de estádio hoje estão quebrados e com as receitas geradas pelos minguados públicos não honrando com o pagamento de obras imersas a um limbo de corrupção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O esvaziamento das arquibancadas no pós-Copa reflete, igualmente, nas salas de TC das residências. Os canais abertos protagonizaram a debandada do clube da falcatrua. Com faturamento em queda tão vertiginosa quanto os índices de audiência do meio televisão, ninguém quer pagar o alto preço dos pacotes de transmissão. Se a UEFA Champions League é o terreiro do que há de melhor no futebol mundial, a própria Globo declina de pagar por suas transmissões. A mesma Globo que perdeu a parceria da Band nessas transmissões e ficou sozinha, inclusive, para mostrar os jogos do Brasileirão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Na Tv paga o cenário é ainda pior. A hegemonia por trás do Esporte Interativo, que esbanjava na cara de pau ser contra-hegemônico, não aguentou o próprio faraônico e misterioso projeto e declinou da articulação que previa retirar clubes do feudo da Globo, almejando para 2019 democratizar as transmissões do Campeonato Brasileiro. De múltiplos canais próprios o EI resumiu-se a partes isoladas de programação de canais pagos que já exibiam algumas transmissões esportivas, como o são Space e TNT. Se aconteceu a anunciada revolução nas transmissões, ela ocorreu na forma de <i>hidden news </i>(Messias, 2018), ou seja, as notícias ocultas, não informadas, em que há o fato, mas não a notícia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Futebol e eleições, vemos, estão estritamente ligados enquanto pauta do agendamento de consumo. As eleições norte-americanas acontecem no mesmo momento em que, no Brasil, elegemos prefeitos e vereadores. Ficamos focando os olhos àquilo que acontece no limite de nossas cercas e não mensuramos os reflexos vindouros de processos eleitorais manifestados na América do Norte e na Europa. E foi assim que a insurgência de um manifesto oculto de extrema direita enraigou em nossa democracia, sem que nos déssemos conta. Uma cegueira branca protagonizada pelo discurso de que a seleção nacional, composta pelas cinco regiões administrativas, estivesse desordenada o suficiente para que um salvador da pátria reaparecesse, tal qual em 1989.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Desgostamos do futebol e da política ao ponto de não enxergarmos a realidade. Éramos a sexta economia do mundo dias atrás, integramos o bloco denominado BRICS, com Rússia, África do Sul, China e Índia, e experimentamos respeitados avanços na educação, mas o que nos convence, dentro do que ouvimos, é que o país lidera rankings contestáveis disso ou daquilo. Somos quem mais joga canudos de plástico nos rios, produzimos o maior número de lixo eletrônico do planeta e pirateamos marcas como ninguém. Se antes havia pesquisa de tudo, agora há ranking de tudo. Parâmetros advindos de pesquisas feitas em outros países, cuja confiabilidade, por mais que seja contestada, é apresentada nas elas das TV e nos sites de notícias como sendo verdade absoluta. Basta uma pauta de redação e o parâmetro será um desses rankings que rebaixam o Brasil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A tentativa estratégica da hegemonia de mostrar o Brasil como um território de risco foi iniciada, de maneira mais escandalosa, em 2002, quando, nessa mesma época de eleições, surgiu, no Exterior, o Risco Brasil. Aquilo que o mundo entendia como possibilidade de catástrofe latino-americana confirmou-se como projeto socioeconômico sólido o suficiente para fazer emergir a tal da Nova Classe C, cujo poder de consumo salvou indústria, comércio e a própria mídia hegemônica que mediava o caos não fundamentado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Assistir ao cenário em que a hegemonia tenta rebaixar a autoestima do Brasil é, na forma figurada, semelhante à imagética cena em que o marido machista tenta controlar a independência da esposa xingando-a à base do assédio moral. Somos a Nação das belezas naturais, porém nada podemos fazer além de cuidar dessa beleza e servir à hegemonia com um modo controlado de produção, sem autonomia de reflexão. Nessa perspectiva, somos lindos, porém burros e incapazes de mudar sozinhos nosso destino. Se fazemos algo nobre, é ação de exceção à regra. E quando nos comparam com os outros, somos sempre a parte que leva menos vantagem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">É com esse discurso eleitoral que chegamos ao pleito para escolher quem nos governará a partir de 2019. Não somos mais a 6.a economia do planeta, tudo bem. Mas, somos a 8.a economia. Caímos duas posições nesse ranking ridículo de comparação. Só que nos acostumamos historicamente mal com o futebol, de maneira a não aceitar colocação que não seja a primeira. Basta recordar que um goleiro brasileiro esnobou a medalha de vice-campeão em torneio de futebol, forma arrogante de não aceitar a vitória do adversário.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Em 2014 a culpa pelo resultado das eleições presidenciais foi do Nordeste. Veículos estamparam nas ruas o adesivo com os dizeres "A culpa não é minha. Votei no Aécio". Nas redes sociais o nordestino ganhou estereótipo de culpa por tudo que de pior ocorreu nesses últimos quatro anos, como se a eleição fosse distrital e o peso das urnas do Nordeste e do Norte fosse maior que o das demais regiões. O Brasil reelegeu Dilma, e não somente duas regiões. Mas, no oportunismo, valeu ignorar o horário de verão, a disparidade de fuso horário de um país com dimensões continentais, e demonizar o não real. Bastaram dois anos para, depois, os adesivos de não culpabilidade desaparecessem, assim como os 'aecistas' ofuscados pela JBS.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O fundo do poço da auto-estima, porém, atingiu o limite. O brasileiro está se dando conta de que não, não é por acaso que o país seja a oitava economia do planeta. Nosso PIB está crescendo entre 1% e 1,5% ao ano, mas está crescendo. Na retórica capitalista, não importa que entrem centavos ou reais, importa é estar entrando dinheiro. Melhor ter a receber do que a pagar. Ora, se é isso que reina, então não somos o país do caos. De Risco Brasil passamos a ser objeto de Economia Emergente. Isso, sem fazer qualquer menção a legenda ou coligação política.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A inércia advinda de decepções coletivas nos últimos anos fez assustar quem monitora o cenário político vindouro. Não se entendia, até poucos dias atrás, como um meme virtual, saído do estereótipo daquilo que pode ser considerado pior na política do país, poderia estar ganhando a força que ganhou após passada a Copa da Rússia. O pesadelo do 7x1, somado a um discurso hegemônico que rebaixamento da auto-estima nacional, produziu uma sensação de viralatismo de que qualquer coiso resolve os problemas nacionais. Mas, os milhões de Maria da Penha parecem ter dado um basta nessa forma domiciliar, nacional, de prática da violência verbal de rebaixamento da identidade nacional.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Saímos de um primeiro turno das eleições presidenciais com a hegemonia quebrando a cara com o fiasco, nas urnas, de um PSDB que dessa vez não só perdeu a final da copa eleitoral, mas, foi descartado já nas eliminatórias. Nem na final os neoliberais chegaram, para desespero de um mercado ávido pela retomada absoluta do controle de um país que em uma década e meia esteve sob gestão da força popular de produção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A auto-estima do brasileiro foi tocada, começando pelo Nordeste, que permaneceu vermelho no mapa ilustrativo da divisão de interesses desse país. O discurso de ódio que anunciava exterminar o vermelho do país à base da bala não foi aceito por aqueles que votaram verde no mesmo mapa geopolítico do primeiro turno. E esse verde foi, aos poucos, ganhando tom avermelhado com a fuga do debate acerca da fórmula secreta que tiraria a Nação do caos em que nunca esteve, assim como ante a um discurso arbitrário de ataque ao estado democrático de direito na forma de suas instituições mais sólidas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Se iniciamos esse trajeto político atual com um 7x1 no feudo do futebol, passamos para um cercamento eleitoral contemporâneo em que o país da educação e da revolução social silenciosa venceu, na prorrogação, por 5x4, em 2014. Esse placar, três semanas atrás, mostrava uma derrota, nas urnas, por 4x2, goleada que fez ecoar pelo território nacional o brado temeroso da ditadura. O marido violento voltou a falar mais alto e causou estranheza às Marias da Penha, que despertaram ante a um discurso galante de quem, na prática, doutrina o domínio à base da força, em detrimento da liberdade individual de buscar a autonomia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Em três semanas esse placar eleitoral mostrou a goleada ser ampliada para 6x3. Mas, a Maria da Penha nacional temeu, e não tremeu. A reação, dentro do tempo normal de jogo, está mostrando que antes de chegar aos 40 minutos do segundo tempo já temos um 5x4, com o time que está perdendo jogando muito melhor. Os comentaristas do jogo, sentados nas confortáveis cabines da hegemonia, desmerecem a auto-estima nacional, dizendo que a essa altura a reação da parte supostamente derrotada é tardia, devendo prevalecer o favoritismo de quem tem o domínio do placar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">De hoje até domingo há muita bola para rolar no país. A tela da hegemonia não consegue mensurar o cotidiano que desenrola dentro dos lares das Marias da Penha nacionais. Isso exposto, o placar de 5x4 não está correspondendo ao que citam os olhos filtrados dos críticos que são pagos para dar recorte da realidade a partir de edição própria de visão de mundo. O maior colégio eleitoral do país já deu sinais de que esse jogo não só já empatou, como virou, mas os comentaristas ainda se sustentam em sistemas táticos de 4-4-2 ou 3-5-2 para justificar o injustificável.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">No domingo à noite, se a zebra for confirmada, os maridos violentos vão culpar a vítima pela punição coletiva que sofreram, como é prática das sociedades dominadoras. Pesquisas terão falhado no resultado final, mas herdarão o mérito por terem sinalizado para uma possível virada, mesmo que essa possibilidade fosse rotulada como sendo a mais improvável.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O 5x4 das Marias da Penha Nacionais pode vir trazendo consigo a consolidação do Vox Populi, em meio ao sepultamento definitivo de Datafolha e Ibope, que já há muito tempo mais erram do que acertam, no limite da margem de erro de credibilidade da desesperada hegemonia direitista.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: large;"><span style="color: blue;">*</span><span style="color: red;"> Professor universitário, historiador e jornalista, é doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.</span></span></b></div>
Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-10143278873278964022018-10-08T05:13:00.000-07:002018-10-10T13:21:48.313-07:00UM BRASIL QUALQUER? - Carta aberta a Haddad, para mudar meu voto<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><b><span style="color: #073763;">Cláudio Messias</span><span style="color: red;">*</span></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Fernando Haddad, ontem foi dia de votar para presidente. E, pela primeira vez em 48 anos, não o fiz em primeiro turno. Professor do magistério público superior aqui em Campina Grande, no Brejo paraibano, desde 2014 tenho de deslocar 3 mil quilômetros para o exercício de minha cidadania na não menos direitista Assis, no dito pujante interior paulista, onde nasci e tenho minha família.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">O que me fez não ir a Assis votar não está relacionado a distância. Ontem, justifiquei meu (não) voto em João Pessoa, na escola onde meu amigo João Neto vota. Fui acompanhando João e seu companheiro Augusto. Um trio de professores do magistério público superior, cada qual cumprindo com o protocolo que o tal do estado democrático de direito estabelece.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Decidi não votar em primeiro turno, em 2018, porque meu candidato a presidente, Boulos, estava significando um fomento à polarização que caracteriza as eleições gerais no Brasil desde 2014. Preteri ir a Assis votar em Boulos para não correr o risco de ver o candidato primeiro colocado nas pesquisas vencendo já no primeiro turno. Sim, Boulos teria muito mais do que meio milhão de votos caso não houvesse essa bendita polarização.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Minha decisão por não votar em você, Haddad, não tem cunho pessoal. Em meu discurso, que é público, e, por opção pessoal, não chega ao espaço da sala de aula na universidade, você, Fernando Haddad é e, pelo jeito, por muito tempo será o melhor ministro da Educação que esse país já teve. Palavra de um cidadão, aqui, que jamais foi petista, lulista. Apenas, sou alimentador da chama de uma utopia que prenuncia o dia em que esse país será governado, legitimamente, por uma esquerda que não ceda aos privilégios. Daí, óbvio, minha confiança em Boulos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">O que atrai meu voto, pois, não são as legendas, mas, as pessoas. E você, Haddad, está muito acima da legenda que representa ou, em vice-versa, em que é representado. Foram as políticas públicas de educação de sua época de ministério que fizeram gerar dados estatísticos atuais que, na boca suja da direita incubada em parte da tradicional sociedade brasileira, mostram aumento do desemprego entre jovens, atualmente, no país, ao passo em que, na realidade, se o jovem brasileiro em idade escolar regular não está trabalhando, é porque está na escola, fazendo aquilo que os governos coronelistas dessa nação nunca primaram, por mais letrados e multilingues tenham sido seus comandantes: formar-se nas escolas públicas e garantir, via inclusão social, vaga no ensino superior, seja via Sisu, seja via programas de demanda via rede privada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Nesse domingo, 7 de outubro, não fui atraído às urnas. Não votei em Boulos, nem em você, Haddad. Justifiquei meu (não) voto. Optei por permanecer em Campina Grande, coordenador que estou em um curso de Educomunicação que é fruto, senhor candidato, das políticas públicas daquele presidente que, rotulado de não ter estudado, foi o responsável pela mais silenciosa das revoluções que um país pode ter. Uma revolução que acontece a cada dia, no território da sala de aula. Uma revolução que está preconizada nos pressupostos da Educomunicação, curso superior criado em 2009 na demanda do Reuni, cuja dimensão histórica mostra um nunca visto programa de ampliação do ensino superior no país.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Na quinta-feira da semana passada saí da universidade, cujo espaço é utilizado pela Justiça Eleitoral como local de votação, temeroso. Jornalista que fui por duas décadas, aprendi a suspeitar das pesquisas de opinião em época de eleição. Basta ver casos isolados, hoje, do resultado das urnas no Rio de Janeiro, para ratificar meu discurso. Não muito distante, o desaparecido Aécio amanheceu no dia de votação do segundo turno de 2014 encomendando que alguém engomasse a faixa presidencial para uso ali pelas 21 horas daquele domingo. Ou seja, em um país complexo como o continental Brasil não dá para apostar em projeção daquilo que irão falar as urnas. No entanto, o que eu via na rua, nos bares e na própria universidade fazia temer (argh!) o pior para esse domingo. Isso, em um cenário aqui no Nordeste, reduto eleitoral que fez gerar a já referida polarização política no país.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Eu e parte de meus amigos do ensino superior, Haddad, não fizemos opção por votar em você no primeiro turno. Seria muito fácil chegar agora ao meu trabalho e confirmar aquilo que timidamente manifestávamos na quinta-feira, último dia de expediente antes de Justiça e Polícia Federal ocuparem os espaços de votação. Nossa expectativa, em meio a desolamento, era de que hoje a chama da utopia ainda estivesse reluzente. A aposta, contudo, era por um avançar de Ciro ao segundo turno, enquanto o sonho extremo era por Ciro e Haddad na decisão final.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Veja, Haddad, que em momento algum eu cito seu nome como opção de voto nessas polarizadas eleições. Ora, se o reconheço como o melhor ministro da Educação da história e não o associo a corrupção ou escândalos, então por que tenho preterimento? Minha resposta é: a desfragmentação do projeto chamado PT. Duas semanas atrás eu até sinalizava com a possibilidade de votar em você, como alternativa para evitar o caos já no primeiro turno. Vê-lo como extensão de Lula, pra mim, não é problema, pois tenho críticas ao ex-presidente mas, ainda mais severas são minhas críticas à Justiça e ao sistema que tornam preso político o maior líder social da América Latina pós-Guerra Fria. Seu problema, Haddad, está na associação de seu nome a figuras nefastas como Zé Dirceu, que anunciara publicamente a retomada do "nosso" poder, concomitante a seu crescimento nas pesquisas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Nesse domingo à noite eu assistia seu discurso de passagem para o segundo turno e compartilhava com amigos a amargura por não ver o alavancar da candidatura de Ciro para o segundo turno, ao passo em que, não tem jeito, assumia a condição de, em segundo turno, votar em Haddad. E enquanto eu falava e ratificava que votarei em Haddad e, por tabela, no PT, meio que silenciava ao ver, a seu lado, figuras que me causam repugnância nesse que um dia foi, literalmente, o Partido dos Trabalhadores. Gleise Hoffman está no mesmo patamar de Zé Dirceu, Pallocci, João Paulo Cunha e outros figurões cujo passado tantos riscos causam a um projeto que, agora, pode voltar a ser sério. Ela estava ao seu lado na foto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Daqui a pouco saem as primeiras pesquisas de opinião para o segundo turno. Em duas semanas, novas eleições. Muito pouco tempo para mudar uma tragédia anunciada, porém uma eternidade se mensurarmos a associação de sua candidatura, Haddad, a essas páginas que o seu PT precisa virar e colocar no passado. O pior pesadelo foi vencido ontem, com a confirmação de que teremos segundo turno. Você vem de uma candidatura com menos de um mês, contra um candidato que começou sendo voto de protesto e personagem cômico de programas de humor na televisão, exposto pela mídia há quatro anos. Quarenta e oito meses contra menos de um mês de exposição é sagaz injusto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Todo discurso, Haddad, tem hospedeiros e parasitas. O dono do discurso competente hospeda o protagonismo, carregando no ombro os oportunistas. Já na primeira aparição pública sua como possível futuro presidente reapareceram zumbis da tragédia petista, colocando em xeque aquilo que você narra como proposta para um país voltar a fazer a diferença fazendo diferente. Aderir ou aceitar esses parasitas sobre seus ombros torna-se uma contradição entre aquilo que você fala e aquilo que você pode praticar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Nosso desafio, na utopia de esquerda, é encarar a parte azul do mapa, relacionada à direita e à extrema direita, e avançar de maneira a mostrar ao país que o Nordeste não é, como seu adversário diz, uma região que tem brasileiros como outro qualquer (sic). Não existe brasileiro como outro qualquer; existe candidato qualquer, especialmente aquele que não sabe responder a uma pergunta relacionada a projeto social que fundamente suas faraônicas e surreais promessas de combater a violência fomentando a violência e estabelecer a igualdade financiando o ódio.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">De sua parte, Haddad, resta mostrar não a mim, mas à parte do eleitorado que igualmente tem suspeição sobre seu projeto via PT, que suas propostas não são quaisquer propostas e que seu discurso de fazer a diferença na polarizada disputa não se revele a mesmice que afundou seu partido em um caos que só a popularidade de Lula salvou.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Agora, Haddad, a associação de seu nome a Lula atingiu o limite, esgotou. Seu sucesso no segundo turno está centrado na suficiência de um discurso que expurgue parasitas e agregue forças novas, com a sua juventude. A sobrevivência das universidades públicas e de uma sociedade livre está nas suas mãos. Ou melhor, está na ordem do seu discurso, construído coletivamente com as forças com quem você vai alimentar seu trajeto daqui até 28 de novembro. Não jogue tudo abaixo.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><b><span style="color: #b45f06;">#</span><span style="color: #990000;">Haddad</span><span style="color: blue;">Nele</span></b></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><b><span style="color: red;">*</span><span style="color: #0b5394;"> Professor do ensino público superior, jornalista e historiador, é mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.</span></b></span></div>
Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-88066472696299172792018-07-25T16:24:00.004-07:002018-07-25T16:46:20.504-07:00CAUSOS SURREAIS - A padaria do seo Saraiva, que fecha às 9h e reabre às 16h<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><b><span style="color: #990000;">Cláudio Messias</span><span style="color: #3d85c6;">*</span></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Raros e excetos leitores, cá estou de volta. Espero, com mais assiduidade de postagens em comparação aos últimos 12 meses, período em que interrompi a hibernação de dois anos para concluir a tese de doutorado defendida na USP em fevereiro do ano passado. Sem espaço, nem tempo, muito menos paciência para discutir ideologia política, partidarismo ou qualquer coisa relacionada a esse poder hegemônico podre, nefasto, que faz amigos tornarem-se inimigos e donos de padaria espantarem clientes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">O que tem a ver dono de padaria com tudo isso? Explico.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Como é do conhecimento de meus seguidores cá no Blog, ou nas redes sociais, sou um paulista de Assis que desde 2010 vem a Campina Grande, na Paraíba, em um desafio acadêmico materializado em compromisso formal, via concurso público, em 2014. Tenho imensa paixão por essa terra, a que denomino, nessas páginas do Blog, como Campina (meu) Grande (amor).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Estou, hoje, residindo no quinto imóvel, alugado, desde que para cá mudei meu endereço profissional. Um apartamento situado em térreo, por recomendação médica após o coração velho de guerra, mesmo com a cirurgia que lhe aplicou quatro safenas e uma mamária, ter dado sinal, no Dia dos Pais do ano passado, de que nem tudo deu certo naquele procedimento cirúrgico de fevereiro de 2015.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Estou em um condomínio que tem dois prédios, no bairro Catolé. Muito, mas muito distante mesmo da universidade pública onde leciono, pesquiso e estendo minhas atividades acadêmicas para a comunidade. Só que, em contrapartida, tenho o sossego para a realidade de uma cidade com anunciados 440 mil habitantes, no Brejo paraibano. Em postagens vindouras vou mostrar que esse sossego não é bem um sossego, mas, está valendo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Aquele dono de padaria, a quem denomino seo Saraiva, em alusão ao saudoso personagem do Zorra Total, interpretado por Francisco Milani, tem ponto comercial quase em frente ao condomínio. E quando para cá mudei, em fevereiro último, lamentei com o porteiro o fato de haver uma porta comercial de padaria, porém fechada. E, então, fui informado de que aquela padaria funcionava, sim. Mas em horário especial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">O tal do horário especial eu não sei quando começa, pela manhã, nem quando termina, à noite. É certo, apenas, que as portas são baixadas às 9 horas e a padaria só reabre às 16 horas. Estranho isso. Confesso nunca ter visto algo parecido pelos tantos territórios por onde passei nesse planeta, dentro ou fora do Brasil. Na Europa, tudo bem, é parte da cultura de alguns países a sesta do almoço, com o comércio fechando por volta de meio-dia e reabrindo no meio da tarde.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Situação semelhante, mesmo, eu vi em Assis, a nossa Sucupira do Vale, num açougue que funcionou, sob arrendamento, na rua André Perini, ali por volta de 2006/7. O dono fechava o açougue às 13 horas. Ora, quem chega em casa a essa hora e quer comer um bife rápido, fica só na vontade? Sempre achei estranho aquilo. Só que uma coisa é brigar com padeiro. Outra, mais séria, é discutir com açougueiro...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Fiquemos no assunto de pães... </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Em questão de duas semanas vivenciei, em primeira pessoa, três circunstâncias que considero interessantes de ser relatadas na condição de causo. Na primeira delas, fui à padaria ali pelas 7h20, pois o café já estava passado, a manteiga e o queijo coalho estavam sobre a mesa e só faltava o pãozinho. Lá cheguei e seo Saraiva estava anotando algo naquilo que parecia uma caderneta. Havia outra pessoa do lado de cá do balcão e deduzi que fosse um cliente, comprando fiado (cliente parado, padeiro anotando...).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Esperei um pouco, mais um pouco, e a pressa me fez questionar seo Saraiva se poderia, ele, me vender dois reais em pães. Afinal, daqui até a universidade, em horário de rush, levo em torno de 20 a 25 minutos. Assim, para estar na sala de aula às 8 horas preciso sair com o carro do condomínio no máximo 7h35.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Seo Saraiva não me respondeu nada, mas continuou anotando sei lá o que naquela página de papel. Olhei delicadamente para o sujeito que estava ao lado, anterior à minha chegada, e ele fez como quem não sabia de nada do que ocorria. Daí percebi que ele trajava roupa semelhante à de quem trabalha no campo, especificamente com gado e mais precisamente na ordenha de vacas. Pronto. Era o entregador de leite. E como haver pão sem leite?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Claro, esperei mais um pouco. Só mais um pouco. E já pedi para ser atendido, pois realmente estava com pressa e ele, o padeiro, não estava vendendo pães àquele sujeito ao lado. A resposta veio curta, grossa e peluda: "se está com pressa, vá embora sem pão". Nesse exato momento uma senhora chamou lá de dentro, vendo a situação por um vidro e ouvindo a voz delicada daquele que parece ser seu marido, perguntou: "é pão que o senhor quer?". O marido tratou de responder por mim: "é, sim, mas ele vai esperar".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">A senhorinha veio, perguntou quanto eu queria de pão, me deu os oito pães franceses que se compram com 2 reais, e eu, então, voltei correndo para o apartamento. Não para comer, mas, para pegar meus materiais e seguir para a universidade, pois os 10 minutos que consumo tomando café da manhã foram embora na conta de seo Saraiva.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Aí você, raro e exceto leitor, deve estar deduzindo: claro, Messias nunca mais pisou naquela padaria. Não é bem assim. É difícil, reconheço, conseguir comprar o pão do seo Saraiva. Mas, quando você consegue, compensa. Eita pãozinho bom! Minha norinha, Júlia Bastos, cuja família é proprietária de padaria em Tarumã, cá esteve dias atrás com meu filho, comeu desse pãozinho sofrido de se comprar e concordou: o danado é gostoso. E a padaria fica bem em frente de casa, do outro lado da rua.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Pois bem, voltei à padaria do seo Saraiva nessa segunda-feira. Mesma história: 7h25, horário apertado para tomar o café da manhã e seguir para a universidade, já encerrando o semestre letivo (por conta de greves em 2012 e 2015 o calendário acadêmico está, ainda, em adequação). Pedi os mesmos 2 reais em pães, o padeiro colocou-os na sacolinha plástica branca e eu dei uma cédula de 10 reais. Pra quê?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Seo Saraiva puxou a sacolinha de volta e disse: "não tenho troco". E perguntou se eu não tinha trocado. Claro que não tinha trocado, pois para ir à padaria em frente de casa não levo carteira, só o dinheiro. E se tinha uma cédula de 10 reais, não tinha de 2 reais. Ele, então, me deu uma alternativa para não ficar sem pães: "o senhor ou leva dez reais em pães ou leva 5 reais em pães e os outros 5 reais em outra mercadoria que escolher".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Mais uma vez saí da padaria sem tomar café da manhã antes de ir para a universidade. Dessa vez, porém, em vez dos pães levei de volta, apenas, a nota de dez reais. Em 48 anos, cinco meses e 11 dias de vida eu nunca havia recebido a recusa de venda de algo a mim, com o dinheiro em mãos. </span><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: large;">E dessa vez nem a senhorinha veio interceder.</span><br />
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: large;">Minha teoria para a falta de troco: quem manda abrir sei lá que horas e fechar às 9? Claro, ponto comercial assim não tem circulação de dinheiro. Minha suspeita para a mesma situação de falta de troco: o leiteiro passou antes e zerou o caixa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Por fim, hoje pela manhã uma equipe da prefeitura veio cortar uma árvore que fica no canteiro central, em frente à entrada do condomínio e, igualmente, quase em frente à padaria. Fui colocar o lixo na lixeira do prédio, na calçada, e deparei com a cena: homens e máquinas interditando a rua, pois as pedras (sim, aqui parte das ruas é pavimentada por pedras semelhantes a paralelepípedos) haviam sido retiradas para extração das raízes da árvore, que causavam estragos na via pública.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Fui até a lixeira e na volta eis que testemunho seo Saraiva discutindo com aquele que, parece-me, era o mestre de obras. Lamentava, o padeiro, que estava perto de fechar, ou seja, já era quase 9 horas, e havia sobrado muito pão, provavelmente porque seus clientes não conseguiam chegar até a padaria por causa da obra. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">O responsável pelo serviço da prefeitura tem lá seus hormônios com pelos de sobrancelhas de Saraiva e literalmente saraivou com palavras: "pois seus clientes vêm comprar pão de que jeito, voando?".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Ninguém riu. O silêncio pairou. Seo Saraiva virou a costas e voltou para a padaria, enquanto eu seguia meu caminho de volta. Entrei e flagrei o porteiro caindo no riso, por conta da situação. Imediatamente ouvi, em meio ao barulho de moto-serra e trator, o som da porta da padaria sendo baixada. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Às quartas-feiras não dou aulas pela manhã e, portanto, faço minha tapioca com queijo coalho para o café matinal. Demorou, mas vi seo Saraiva perder uma. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Amanhã, com certeza, vou lá, cedinho, comprar pão. Com moedas trocadas e aquele sorriso que você guarda por dentro da boca, quase gargalhando.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><b><span style="color: #3d85c6;">* </span><span style="color: #990000;">Jornalista, historiador e professor universitário, é doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.</span></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-66030100154247610982018-03-21T11:56:00.004-07:002018-03-21T11:56:43.701-07:00FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA - 21MAR<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>FIM</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma faixa estampada na fachada de uma das mais tradicionais lojas de confecções da Sucupira do Vale anuncia o fechamento do estabelecimento. A Casa São Jorge está colocando artigos à venda por até 70% de desconto. Se não for jogada de marketing, com certeza e um triste desfecho para uma loja que consolidou-se, no tempo, como referência na revenda de marcas de vestuário hoje representadas em vitrines de lojas de shoppings.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>REVIGORADO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A rede Walmart, especulada por publicações como a Exame acerca de uma possível saída do Brasil, surpreendeu o setor de varejo com uma reestruturação em nível nacional. Bom para Assis, que na mesma linha de especulações perderia a filial local.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>REVIGORADO II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quem, a exemplo do blogueiro, prefere compras no Walmart, tem notado, após o Carnaval, um ambiente mais revigorado. E, por consequência, estacionamento repleto de veículos. Além disso, número maior de caixas para efetivação das vendas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>REVIGORADO III</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No Nordeste, onde o Walmart denomina suas lojas com a bandeira Bom Preço, algumas mudanças em 2018. No retorno a Assis, semana passada, por exemplo, o blogueiro notou que a loja Bom Preço nas proximidades do aeroporto internacional dos Guararapes está, agora, com a fachada característica do Walmart.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>REVIGORADO IV</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em Campina Grande a bandeira Bom Preço tem três grandes lojas, duas delas com perfil de hipermercado. Ambas continuam com a mesma fachada, porém, conforme novo cronograma de gestão anunciado para esse ano, também passarão a ser bandeira Walmart.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>CAUSA X CONSEQUÊNCIA</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nessa rotina de deslocamentos entre Assis e Campina Grande o blogueiro tem, desde 2010, testemunhado alguns eventos, digamos, interessantes, relacionados a tráfego por aeroportos. Nada pode ser comparável à inflação de preços das passagens pós-Copa 2014 (o pior 'legado' desse fatídico Mundial), mas um detalhe na legislação de despacho de bagagens, vigente desde 2017, merece um pitaco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>CAUSA X CONSEQUÊNCIA II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tanto pela Azul quanto pela Gol, companhias aéreas que o blogueiro mais utiliza para ir a ou voltar de Campina Grande, o preço médio, a mais, para despachar mala de 23 quilos varia de R$ 30 a R$ 40 nesse trecho. Simplificando, algo em torno de 10% do preço da passagem multitrechos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>CAUSA X CONSEQUÊNCIA III</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A legislação determina e as companhias aéreas especificam que a bagagem de mão tenha (i) tamanho limitado e (ii) peso determinado em 10 quilos. Acontece, porém, que os checkins são feitos online e, portanto, as empresas aéreas não têm como aferir tamanho e peso das bagagens que os passageiros levam para embarque.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>CAUSA X CONSEQUÊNCIA IV</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aí é que começa o problema. Passageiros têm levado malas com tamanho que os compartimentos de bagagens internos das aeronaves não comportam. O resultado disso é que se antes você sentava abaixo ou a pouca distância do compartimento onde colocou a bagagem de mão, agora, de não pegar bom lugar na fila de embarque, certamente ficará a metros de sua posse. E isso, claro, atraso o desembarque e gera ainda mais confusão que o normal, considerando que o brasileiro é desesperado para desembarcar de circular, ônibus, trem, metrô, avião ou nave espacial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>CAUSA X CONSEQUÊNCIA V</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nessa mais recente viagem o blogueiro perguntou aos funcionários da Receita e da Polícia Federal que vistoriam bagagens de mão no acesso à área de embarque, em Recife, sobre a competência quanto à verificação de tamanho e peso das malas. A resposta veio em tom de boa ironia pernambucana, supondo que a legislação de despacho de bagagens possa ter sido elaborada por alguém que desconhece a rotina de embarque e desembarquem, sem, portanto, indicar como será feito para que cada passageiro transporte apenas 10 quilos. Faz sentido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>BOM GOSTO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A diretoria do Vocem está utilizando as redes sociais para divulgar os uniformes que o time vestirá em 2018 para a disputa do Campeonato Paulista, que começa em abril. A novidade é que podem ser comprados, pelos torcedores, três modelos de camisa. Além da tradicional vinho e branco, uniforme número 1, há opções com predomínio na cor branco, sendo uma com uma cruz estampada no peito e a outra com inversão de cores do uniforme 1, ou seja, branco com listras em vinho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>TUDO NORMAL</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Blogueiro confessa ter prenunciado caos com a alteração de trânsito que devolveu mão dupla de direção à avenida Rui Barbosa, trecho entre a quadra da Prefeitura e o Ônix Hotel. Passados alguns meses, a tradicional caminhada de final de dia em que o comunicador faz esse trajeto confirmou, no rush das 18 horas, que não há nada de anormal no trânsito naquele trajeto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>TUDO NORMAL II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aliás, cabe ressaltar, aqui, algo que os moradores da cidade, habituados na correria do dia a dia, talvez não percebam: ao menos na região central, Assis está uma cidade bem cuidada, se comparada a outros centros de porte semelhante. Projetos urbanísticos iniciados na gestão Ezio Spera, mantidos por Ricardo Pinheiro e hoje continuados pela atual gestão fazem de Assis uma bela cidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>CONTRAPONTO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nada que justifique, por exemplo, o recapeamento asfáltico na rua em três quadras que circundam a casa do prefeito, enquanto a cidade por completo padece com uma buraqueira vergonhosa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>CIDADE 'GRANDE'</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Blogueiro retorna à Sucupira do Vale e depara com outra empresa prestando serviços de transporte 'público'. E lê, no site de notícias oficial do município, que a Brambilla socorreu a prefeitura, após quebra de contrato com a empresa anterior. O que surpreende é a contrapartida do município a essa ajuda, pois o preço de R$ 4,00 pela passagem é um dos maiores absurdos da história do setor nessa cidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>CIDADE 'GRANDE' II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Na mesma semana da chegada do blogueiro o Não Tem Notícias 1.a Edição mostra que em Botucatu a prefeitura irá subsidiar parte do preço da passagem no transporte público. E lá, que é maior do que aqui, o preço do bilhete é de R$ 3,80.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>TEM NADA NÃO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E por falar em TV Tem, o jornalismo da afiliada regional da Globo continua o mesmo. Ou seja, muito ruim. Preparar almoço ou fazer refeições ao meio-dia assistindo ao canal é de tirar a fome de qualquer um. Apresentador é um misto de pastor, padre e palestrante de auto-ajuda, e as edições fogem da normalidade. Ao ponto de, nessa quarta, reportagem sobre confusão envolvendo o Marília Atlético Clube afirmar que determinado atleta, que pediu rescisão contratual com o clube, ter sido agredido por jogadores, quando, na realidade, as imagens mostraram eventual desentendimento com torcedores. Que coisa!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-26408436496615275372018-01-02T12:08:00.001-08:002018-01-02T12:08:28.270-08:00FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA - 02JAN2018<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #660000;">AGUACEIRO</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Demorou para começar a chover, mas quando as torneiras foram abertas... Desde 18 de dezembro Assis não ficou um dia sem chuva. Mais impressionante do que isso é o volume de água, pois do dia 26 de dezembro até a manhã dessa terça-feira, 2, choveu o acumulado de 81,3 milímetros na Sucupira do Vale.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #990000;">AGUACEIRO II</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo números do Ciiagro, órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, dezembro foi, também, um dos meses de temperatura média mais amena das últimas décadas. A madrugada do dia 27 de dezembro, por exemplo, registrou 18,9 graus, com sensação térmica de 16 graus, devido à umidade. Muita gente, pois, pegando cobertor para dormir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #cc0000;">AGUACEIRO III</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Se o cobertor saiu dos roupeiros, teve muitos pães e panetones que emboloraram por esses dias de festas. Até porque, desde o dia 26 de dezembro a umidade relativa do ar ficou na casa dos 99%. somente no dia 30 de dezembro ela baixou para 98,7% em Assis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #783f04;"><b>TIRO NO PÉ</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto maior o movimento de consumidores, maior a probabilidade de um estabelecimento comercial registrar reclamações por insatisfação, principalmente no que diz respeito a atendimento. Fim de ano, portanto, os índices de reclamação batem recorde nos setores de atendimento dos supermercados. Aqueles que levam a sério o negócio fazem dessas reclamações a pauta de mudanças que podem implicar em melhor satisfação do bem mais precioso, ou seja, aquele que tem dinheiro no bolso e escolhe determinado ponto comercial para gastar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #b45f06;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #b45f06;">TIRO NO PÉ II</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Blogueiro não usa declarações de outrem para registrar situações de reclamação de estabelecimentos comerciais cá nesse espaço virtual. E nem precisa, pois, consumidor que é, depara-se com bizarrices e, outrossim, as traz para cá, para compartilhamento de angústias. Nesse período recente de festas, claro, os desaforos para com os consumidores excederam a cota.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #e69138;">TIRO NO PÉ III</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Tendência desde que redes como Carrefour, Pão de Açúcar e Walmart expandiram suas redes além das capitais, chegando ao interior, as marcas-próprias começaram a ganhar força entre as redes nanicas. É nesse contexto que a marca Nida, da Rede Avenida, proliferou por prateleiras da empresa da família Binato, muitas vezes ocupando lugar de marcas consagradas e/ou tradicionais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #f6b26b;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #f6b26b;">TIRO NO PÉ IV</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
A Rede Avenida, no entanto, misturou um pouco as coisas quando lançou o refrigerante de sua marca-própria. Pode ser coincidência, mas depois que o tal refrigerante, fabricado pela Casa di Conti, de Cândido Mota, entrou nas geladeiras das lojas Avenida, o tradicional refrigerante Cristalina desapareceu na opção climatizada, sendo encontrado somente "quente" e ainda assim alguns centavos mais caro do que o Nida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #f9cb9c;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #f9cb9c;">TIRO NO PÉ V</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse fim de ano o blogueiro deparou com problema idêntico verificado no feriado de 12 de outubro. Ao tentar comprar uma caixa de litrões de cerveja SubZero, a informação, no balcão de vasilhames, de que havia, somente, litrões da cerveja Conti. Ou seja, você se dá ao trabalho de carregar o peso da caixa de litrões até o interior do supermercado para, então, ser informado de que as cervejas Skol, Brahma e Subzero não estão sendo vendidas naquela versão de vasilhame. Detalhe: o vasilhame da Ambev não serve na compra de litrões da Conti.</div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: orange;">TIRO NO PÉ VI</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
A informação, no setor de vasilhames, era de que a Ambev, fabricante das marcas Skol, Antártica, Subzero e Brahma, não deu conta de atender à demanda de fim de ano da Rede Avenida. Leia-se, pois, que o apreciador de boa cerveja consome produtos da Ambev, e se está sobrando Conti é porque essa vende menos. Nessa lógica comercial argumentada pelos funcionários dos Binato's, refrigerante Cristalina vende mais que Nida porque, apesar de ser mais caro, tem mais saída.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="background-color: #783f04; color: white;">ENFIM...</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
... blogueiro comprou litrões de SubZero na loja local do Amigão. No Natal e no Ano Novo. Na primeira ocasião foi necessário reabastecer a caixa de litrões, o que foi feito na conveniência instalada no pátio do Posto Park Buracão. Local, pois, onde a Ambev abastece com regularidade, apesar da demanda, acima da média.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #274e13;">TILT</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Assinantes da Cabonnet estão reclamando publicamente do serviço de internet banda larga. E não é somente em Assis, não. No site www.reclameaqui.com.br a empresa aparece com 805 reclamações, sendo a totalidade 'respondida', ou seja, tendo sido dado o <i>feed back</i> ao cliente insatisfeito. Só em 2017 foram feitas 320 reclamações acerca de algum tipo de problema entre assinantes e Cabonnet.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #38761d;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #38761d;">TILT II</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
No geral, a Cabonnet solucionou os problemas para 72,5% dos reclamantes. Em 2017, no entanto, esse índice de solução caiu para 69,4%. A nota geral da empresa caiu para 4,96 no ano passado, ante a média geral de 4,97. Mas, já foi pior: 4,85 em 2016.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #6aa84f;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #6aa84f;">TILT III</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
De cada 100 reclamantes da Cabonnet, 57,1 argumentam ao ReclameAqui que voltariam a fazer negócio com a empresa.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #073763;">NOVELA</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
A histórica é cíclica, e o futebol comprova isso. Comum ver um prefeito que assume o cargo jogando a culpa no antecessor pela interdição de determinado estádio de futebol. Em Assis, isso se repete desde que a bola de jogo é redonda.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #0b5394;">NOVELA II</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Um ano atrás, assim como em temporadas anteriores, o site Assiscity divulgava que o estádio Tonicão estava interditado pela Federação Paulista de Futebol, cutucando a culpabilidade, para tal irresponsabilidade, ao ex-prefeito Ricardo Pinheiro. Esse, por sua vez, quando assumiu, teve de apelar ao apoio empresarial local para adequar o eternamente inacabado Tonicão, herança anunciada à época como vindo do ex-prefeito Ezio Spera, daí por diante...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #3d85c6;">NOVELA III</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Chegamos aos primeiros dias de 2018 e eis que o inacabado Tonicão está interditado desde o dia 20 de novembro de 2017. Um ano atrás a incompetência era de Ricardo Pinheiro, Ezio Spera, Carlos Nóbile, Romeu Bolfarini, Zeca Santilli, até chegar ao Capitão Francisco de Assis Nogueira e seus cavalos. Agora, no segundo ano de mandato, a quem a culpa será atribuída?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #20124d;">NOVELA IV</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
De 27 estádios pré-listados pela Federação para a disputa da Segundona Brava em 2018, 11 estão interditados, ou seja, vetados para a disputa de jogos oficiais enquanto as instalações não estiverem em condições mínimas (e olha que essas condições mínimas são o mínimo do mínimo!). Do Oeste Paulista, somente Assis e Jaú estão em situação irregular. Osvaldo Cruz e Presidente Prudente estão com os respectivos estádios liberados para a Segundona.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #351c75;">NOVELA V</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
De novo, o inacabado Tonicão, que não tem cobertura de arquibancada, encontra-se vetado pelo laudo de prevenção e combate a incêndios, emitido pelo Corpo de Bombeiros no dia 28 de novembro do ano passado, também conhecido como pouco mais de um mês atrás. Como há, na política da cidade, a cultura das medidas paliativas, de novo, no fechar das cortinas, o 'jeitinho brasileiro' será aplicado e o estádio será liberado para, novamente, em novembro próximo, voltar a ser interditado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #674ea7;">NOVELA VI</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
A vergonha não para aí. De cinco laudos de vistoria necessários para seu funcionamento, o Tonicão tem 4 'aprovados com restrição'. O quinto, como já citado, encontra-se reprovado. Isso demonstra, e bem, o quão 'valorizado' é o esporte na cidade que por mais de uma vez já foi sede dos Jogos Regionais nos últimos vinte anos Belo legado!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #4c1130;">HAJA 'ENSES'</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
No segundo semestre de 2017 houve uma série de especulações sobre a reativação de clubes tradicionais da região, que fizeram história nas divisões inferiores do Campeonato Paulista a partir dos anos 1980. Os Clubes Atléticos Candidomotense e Paraguaçuense, bem como o Palmital Atlético Clube devem continuar 2018 da mesma forma como encerraram suas participações me torneios oficiais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="background-color: red; color: white;"> CÁ ENTRE NÓS... </span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
... e a situação do contrato entre o município de Assis e a Sabesp, como fica?</div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-86026983376775772332017-12-26T11:25:00.001-08:002017-12-26T11:26:29.102-08:00FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA - 26DEZ2017<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000; font-size: large;"><b>VERINHO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">As chuvas dos últimos dias estão compensando a primeira quinzena de dezembro, digamos, mais seca na cidade de Assis. Se até dia 18 havia chovido apenas 3 milímetros acumulados, até as 14h00 desse 26 de dezembro a soma de chuvas desde 19 de dezembro totalizou 71,6 milímetros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-size: large;"><b>VERINHO II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A temperatura, que estava elevada às vésperas do início do verão, caiu nesse período. Na madrugada do dia 20 para o dia 21 de dezembro, por exemplo, a estação experimental do Ciiagro em Assis registrou 19,5 graus. A temperatura naquele 21 de dezembro não passou dos 25,8 graus.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-size: large;"><b>VERINHO III</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Segundo prospecção do CPTEC/Inpe, de São José dos Campos, de hoje até dia 31 de dezembro pode, ainda, chover o acumulado de 63 milímetros em Assis. A temperatura média, por esses dias, continua abaixo dos 30 graus e não cai menos do que 19 graus. Isso, até dia 30, pois a partir dali a temperatura máxima volta a bater os 30 graus, com a mínima elevando para 22 graus.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #783f04; font-size: large;"><b>FOCO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Raro e exceto leitor cobrou o retorno do blogueiro ao Facebook. Foi informado de que não; ao menos por enquanto a exposição da vida pessoal/intelectual/profissional não carece de ser explorada. Quando chegar o momento de voltar - se é que esse momento vai chegar -, o primeiro procedimento será a limpeza, com filtro, daqueles que são considerados "amigos" nessa rede social.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b45f06; font-size: large;"><b>FOCO II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Como já ratificado cá, nesse espaço virtual, há as linhagens dos amigos, dos colegas e dos conhecidos. Ao pé da letra, ou em sentido literal de compreensão do étimo "amigo", só devem continuar compartilhando o mesmo espaço territorial de uma rede social as pessoas que somem em carinho, amizade, solidariedade, enfim, sujeitos cujas ações estejam em conformidade com o tão necessário pertencimento, ou seja, aquela relação recíproca que faz avançar, e não retroagir; que inclui, e não exclui.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #7f6000; font-size: large;"><b>AVANTE</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O movimento no comércio de Assis nesse final de ano deve fechar em alta de quase 5%, se comparado ao mesmo período do ano passado. A associação comercial local deve confirmar nos próximos dias que as vendas de Natal foram 4,72% superiores às de 2016. O parâmetro para esse dado, positivo, são as consultas feitas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito, o SCPC, que monitora as vendas a prazo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #bf9000; font-size: large;"><b>AVANTE II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O balanço positivo faz voltar a sorrir parte dos comerciantes da cidade. Desde 2013 o setor amarga uma das piores crises da história, coincidindo com os escândalos políticos protagonizados por Brasília. Em 2014, por exemplo, as vendas de Natal caíram 0,7%, mas em 2015, ápice do impeachment, a retração foi de 15,84%. No ano passado as vendas caíram 1,46%.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f1c232; font-size: large;"><b>AVANTE III</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O comércio de Assis vem de um 2017 de recuperação gradativa nas vendas. As datas sazonais mostraram uma Páscoa com crescimento de vendas em torno de tímidos 0,93%, mas um Dia das Mães amargo com a queda de 5,50%, retração continuou no Dia dos Namorados (-9,61%) e Dia dos Pais (-2,18%). Somente a partir do Dia das Crianças o setor voltou a crescer, com aumento de 3% nas vendas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #274e13; font-size: large;"><b>FOLGA</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A competente Regiane Santos tirou dez dias para descansar com a família. Está passando Natal e Ano Novo na praia com marido e filha. A locutora das tardes da Difusora AM retoma o microfone da emissora na primeira semana de janeiro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c343d; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c343d; font-size: large;"><b>LICENÇA</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Quem também se distanciará dos microfones da Difusora AM é padre Vicente. Em janeiro o pároco da igreja matriz de Tarumã será submetido a um procedimento cirúrgico para retirada de uma hérnia de umbigo. Hiperativo (definição do blogueiro), ele terá de esforçar-se para manter o repouso absoluto que esse tipo de cirurgia exige.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #134f5c; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #134f5c; font-size: large;"><b>LICENÇA II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Padre Vicente termina 2017 tendo completado 25 anos de dedicação ao sacerdócio. Como ele próprio definiu em seu programa na Difusora nessa manhã de Natal, ser padre é a realização de um sonho de infância. Um sonho que, praticado, arrebanha fieis e admiradores pelas paróquias por onde é escalado a atuar pela Diocese de Assis.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #073763; font-size: large;"><b>RESTO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A "devolução" de verba não utilizada pelo Poder Legislativo de Assis no exercício de 2017 será utilizada pela Prefeitura para a milésima reforma do Centro Social Urbano. Propagada como resultado de eficiente gestão dos recursos públicos pela atual mesa diretora da Câmara, essa sobra, na realidade, é fruto de um planejamento de orçamento fora da realidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394; font-size: large;"><b>RESTO II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O correto, conforme o blogueiro já ratificou cá nesse espaço virtual, é que a Câmara, ao lançar o orçamento de 2018, considere que deverá solicitar ao Executivo a reserva de verba que corresponda a valor resultante entre o que planejou para 2017 e o que está 'devolvendo' ao município nesse final do ano. Muita maquiagem na cara da hipocrisia esse barulho todo feito em torno da 'sobra'. E não é de hoje, pois isso está incorporado na pobre cultura da política local.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #20124d; font-size: large;"><b>SEM-NOÇÃO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Quem faz com frequência o trânsito entre Assis e Marília sabe bem o que tem sido, nas últimas semanas, pela rodovia Rachid Reyes. A concessionária que está 'reformando' trechos da pista aparenta ser marinheiro de primeira viagem nesse tipo de negócio. Sinalização péssima nos trechos em obras e, muitas vezes, trabalhadores que atuam como se estivessem em ruas de bairros sem movimento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #351c75; font-size: large;"><b>SEM-NOÇÃO II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O usuário que quiser reclamar desse tipo de situação só tem a alternativa de ligar para um 0800 da Artesp, que é a agência reguladora dos serviços de transportes terrestres, vinculada ao governo do Estado (o mesmo que está fechando o cerco de pedágios por todo o Médio Vale do Paranapanema). Esperar encontrar uma viatura com policiais rodoviários nesse trecho é pura utopia, dada a escassez de efetivo humano da Companhia de Policiamento Rodoviário local.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130; font-size: large;"><b>VAI QUE...</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Mais uma virada de ano e a especulação de que a filial local da rede Americanas pode não chegar a 2019. A exemplo do Walmart, no entanto, clientes que compram ali consideram o local um dos melhores da cidade para daquirir chocolates e produtos de cama, mesa e banho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-size: large;"><b style="background-color: red;">CÁ ENTRE NÓS...</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">... onde estão as reportagens 'imparciais' do Assiscity sobre a buraqueira em que se encontram as ruas da cidade? Basta sair pela cidade e flagrar os galhos de árvores colocados por moradores (leiam-se pagadores de impostos) para alertar motoristas e evitar danos nos veículos. Atirar pedras é uma coisa, ser vidraça é outra...</span></div>
Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-49570826969475391252017-12-18T13:24:00.000-08:002017-12-18T13:24:20.486-08:00FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>À ATIVA</b></span></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Blogueiro esteve ausente nesse espaço virtual por meses. Conclusão do doutorado e tropeços de saúde forçaram a parada. Somado a isso, um quadro cada vez mais decepcionante relacionado à forma, hostil, com que pessoas têm se atacado via redes sociais. Daí, inclusive, a opção por distanciar do Facebook e sair de grupos de whatsapp.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>À ATIVA II</b></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O doutorado foi defendido, no Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em 20 de fevereiro último. A vinda, desde Campina Grande, para a retirada do documento, em agosto passado, foi somada a um susto: começo de enfarto no domingo de Dia dos Pais e, desde então, um acarretar de problemas.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>À ATIVA III</b></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Os sinais de que a relação corpo-mente não vinha boa foram dados nos meses que antecederam agosto, em Campina Grande. A desconfiança sempre esteve relacionada a alguns alertas identificados em exames urológicos, como obstrução da ureter, aumento no tamanho da próstata e dois cistos no rim esquerdo. Nada, contudo, procedia. Na realidade, o entupimento de safenas aplicadas em cirurgia cardíaca de 2015 era o motivo de todo o desequilíbrio.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>À ATIVA IV</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A saga começou no Dia dos Pais, com passagem pela emergência do HMA, em Assis. Depois, exame ecodopler com estresse, no Centrocor, apontou para a possibilidade de obstrução nas coronárias. Cateterismo feito nos dias seguintes, no Centro Cardiológico da Santa Casa de Marília, mostrou que, na realidade, três das quatro safenas aplicadas estavam com obstrução superior a 90%. Duas delas foram desobstruídas durante o procedimento, mas uma continua bloqueada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f4cccc; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>À ATIVA V</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Como em 2015, uma úlcera voltou a manifestar e fez o blogueiro perder muito sangue. Sob os cuidados de Paulo Teixeira, gastro, o sangramento foi controlado, tratado e, em endoscopia, resultado de biópsia será conhecido nesse dia 21 de dezembro. Antes, cirurgia nos dois olhos, sob o comando de Eduardo Andreghetti, oftalmologista, e as mãos médicas precisas de Vitor Coronado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>À ATIVA VI</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Como disse Rubens Tofano, cardiologista que comandou a cirurgia cardíaca do blogueiro em 2015, o corpo humano funciona tal qual um veículo automotivo: depois da primeira retífica estouram problemas cotidianos. O desejável, é uma pena, seria uma incidência menor de problemas e a possibilidade de restabelecimento por um período mais duradouro. Até porque o quadro atual mostra a chegada de um novo procedimento cirúrgico que desobstrua a safena afetada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #783f04; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>FATO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Como o blogueiro anunciou em 2014, o grupo Bordignon, da região Sul, está desembarcando em Assis com uma filial. Há algumas semanas o prédio que acolherá a bandeira ConstruCasa, no Parque das Flores, recebeu a fachada com o logo da empresa. Previsão de inauguração em fevereiro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b45f06; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b45f06; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>FATO II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">De início havia a possibilidade de o Grupo Bordignon trazer para Assis a bandeira Telhanorte, associada à empresa desde 2005. No entanto, o perfil de consumo de materiais de construção do Médio Vale mostrou vocação maior e melhor para as fases iniciais de obra, e não somente de acabamento. Perfil, pois, da bandeira ConstruCasa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>FATO III</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A vultuosidade do prédio da ConstruCasa, em Assis, impressiona. Mas, não é para menos. O prédio terá algo em torno de 70% de sua área reservados para Centro de Distribuição. A cidade ganha com esse perfil, uma vez que o CD implica em giro direto de arrecadação de ICMS e outros tributos resultantes as negociações das mercadorias aqui estocadas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #7f6000; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>MACRO NEGÓCIO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O mercado imobiliário local especula sobre a possibilidade de batida de martelo em um negócio do setor supermercadista. Uma rede atacadista estaria interessada na compra do prédio do Walmart. Caso concretizado, o negócio traria a Assis a primeira loja de uma rede essencialmente atacadista. Negócio para desenrolar nos primeiros meses de 2018, implicando no fechamento do prédio por 60 dias, para adequação que permita o funcionamento de restaurante nas novas instalações.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #274e13; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>FECHA</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A indústria de balcões refrigerados Incomar, de Chavantes, SP, pode estar fechando as portas. Vinda de uma crise ao longo dos últimos 10 anos, a empresa da família Martins foi pauta de especulações sobre um fechamento em 2017, mas manteve a política de recuperação. No entanto, dispensa de funcionários que surpreendeu o mercado sinaliza para a possibilidade de encerramento das linhas de produção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c343d; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>SUPERMAU</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Repetidas ocasiões de mau atendimento no setor de caixas fez, nos últimos anos, o blogueiro abrir mão da reconhecida qualidade do supermercado Superbom, em Assis, nos setores de açougue e padaria. O lema é: pagar bem para ser bem atendido. Uma exceção, no entanto, foi aberta em novembro, quando o blogueiro levou a matriarca da família para compras naquele estabelecimento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #134f5c; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>SUPERMAU II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A matriarca passou mais de 10 anos fora de Assis e, viúva do segundo casamento, retornou para a casa de sua propriedade no Parque das Acácias. Fez as compras e, na hora de passar no caixa, pedimos para colocar CPF na nota fiscal. Eis que a funcionária afirma: "ah, tinha que ter pedido para colocar antes de eu fechar a compra". Respondemos que geralmente somos perguntados sobre a preferência por colocar ou não o CPF antes ou ao final das compras. E eis que a resposta veio ainda mais arrogante: "ah, não perguntei e também não dá mais para colocar. Paciência".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #45818e; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #45818e; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>SUPERMAU III</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Além de enfatizar para a matriarca a não preferência por aquele estabelecimento o blogueiro, antes de sair, passou no setor de gerência e relembrou que havia anos não fazia mais compras ali, por mau atendimento; e que aquela experiência ao pedir CPF na nota havia convencido de que definitivamente ali não mais haverá compras. Um consumidor a menos talvez não faça falta para o Superbom. Mas, se todos que forem maltratados ali resolverem, como o blogueiro, deixar o dinheiro somente em locais em que prevaleça o respeito ao consumidor...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #073763; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #073763; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>CULTURA</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Mas, mau atendimento não é exclusividade desse ou daquele supermercado de Assis. No Avenida Premium, antigo Vitória, blogueiro passou, por volta de 19h30, para comprar massa de tapíoca e peito de peru fatiado. No setor de frios a primeira funcionária, simpática, atendeu com delicadeza. Quando foi fatiar o peito de peru, no entanto, ouviu o esbravejar da segunda funcionária: "ah, a máquina de fatiar já está lavada".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>CULTURA II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A primeira funcionária, simpática, ainda tentou convencer o blogueiro de que o peito de peru fatiado e disponibilizado em bandejas, nas gôndolas refrigeradas, era o mesmo. No entanto, os 300 gramas solicitados resultariam em seis ou sete bandejas, volume que atrapalha o espaço interno de qualquer geladeira doméstica. Sob o olhar de desdém da segunda funcionária o blogueiro agradeceu à simpática atendente e optou por não levar nem o peito de peru, nem a muzarela fatiada que pretendia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3d85c6; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>CULTURA III</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Blogueiro não deixou de frequentar o Avenida Premium, filial da Rede Avenida que, convenhamos, dota de boa estrutura e localização estratégica para compras principalmente aos finais de tarde. Tem as mesmas mercadorias que Plus e Max, por exemplo, mas, maior agilidade na concretização das relações estacionamento>compra>pagamento>saída. Como forma de evitar novos e futuros estresses, a estratégia: no setor de frios, esperar pelo atendimento da simpática. Quando a vez de ser atendido coincida com a não-simpática, educadamente ocorre o comunicado de que o blogueiro irá esperar a liberação da simpática.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #20124d; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #20124d; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>SECA</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Somente nesse dia 18 choveu em volume suficiente para que as lavouras correspondentes à safra de verão, na região de Assis, comecem a aliviar a possibilidade de perdas reais. Na primeira quinzena de dezembro choveu somente 0,3 milímetro, em média, nos municípios monitorados pelo Ciiagro, órgão da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #351c75; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>SECA II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Na safra 2017/2018 a prevalência é de lavouras de soja, com 55% da área cultivada no Médio Vale. O milho corresponde a 40% da área. Nessa estimativa não é considerada a monocultura da cana-de-açúcar, que se colocada no cenário de produção regional abocanha 97 mil hectares, ou 43% do total (soja ficaria, nessa perspectiva, com 26,2% e o milho, 24,8%).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #674ea7; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>SECA III</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">De acordo com o IPEADATA, ao contrário do que muitos pensam, plantar soja e milho ou, então, arrendar terra para cana-de-açúcar não é a alternativa de produção mais lucrativa na região de Assis. Cultivar tomate rende ao produtor R$ 55,1 mil por hectare, liderando o ranking regional de lucratividade. A segunda cultura mais rentável por aqui é a uva, com R$ 13,8 mil por hectare produzido. A cana-de-açúcar é a sexta cultura em lucratividade na região. A soja, com R$ 780/ha, é somente a nona e o milho, a 12ª lavoura mais rentável, com R$ 444/ha. Até quem planta bananas tem mais lucro por hectare do que quem cultiva soja e milho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>MATURAÇÃO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O assisense Mauro Júnior está, discretamente, delimitando o território que o levará à consagração no cenário internacional do milionário mundo do futebol. Revelado n a escolinha do técnico Corina, o meia ganhou visibilidade passando pelo Desportivo Brasil, na Segunda Divisão do Campeonato Paulista, período em que o clube era administrado pelo empresário J. Hávilla.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>MATURAÇÃO II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Atuando pelo Desportivo Brasil, que hoje pertence a um grupo chinês, Mauro Júnior chegou à Seleção Brasileira Sub-15. Hoje com 18 anos, o atleta assisense está atuando na Europa. É destaque no PSV, de Eindhoven, na Holanda. É o camisa 10 do mesmo pelo time por onde passaram, um dia, Romário, Rivaldo e Ronaldo Fenômeno.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8ABLlSqTAL_PB424D-BR0cjKs3sxU_D78lO6LgLRlqULbncIIj3oVQhxYgOYpf0xARXYTmz2sdmAmGq6Y1DECMLXJD_poLkkmS1gsXq8rDfU5nmFE3wxHpb0rVLhKBmDpABotHzgqdff9/s1600/Mauro+Junior+assina+com+o+PSV+1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="471" data-original-width="951" height="315" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8ABLlSqTAL_PB424D-BR0cjKs3sxU_D78lO6LgLRlqULbncIIj3oVQhxYgOYpf0xARXYTmz2sdmAmGq6Y1DECMLXJD_poLkkmS1gsXq8rDfU5nmFE3wxHpb0rVLhKBmDpABotHzgqdff9/s640/Mauro+Junior+assina+com+o+PSV+1.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: small;">Mauro Júnior assinou com o PSV até 2020.</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg0y0gJUYjCdsbLQgz-ZKP95CKhgQ5dN4tgjaFBUDnZ1JLbf7yJEuFPffqpuFQdLTZ8gax8DiD2N5fC49A5Ep37ahl_yrV-D0BAkId-zMy2HR2UDpfsmfhqhZxsLP3O-BGgyPmi40O8yRM/s1600/Mauro+Junior+assina+com+o+PSV+2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="636" data-original-width="951" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg0y0gJUYjCdsbLQgz-ZKP95CKhgQ5dN4tgjaFBUDnZ1JLbf7yJEuFPffqpuFQdLTZ8gax8DiD2N5fC49A5Ep37ahl_yrV-D0BAkId-zMy2HR2UDpfsmfhqhZxsLP3O-BGgyPmi40O8yRM/s640/Mauro+Junior+assina+com+o+PSV+2.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: small;">O jogador brasileiro recebeu a camisa 10 do time holandês</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: orange; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>MAIS LEVE</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O médico Luis Marquezine, de Assis, continua sendo pauta aos domingos à noite no programa Câmera Record. Internado em um SPA na cidade de Sorocaba, ele saiu dos 292 quilos que apresentava três meses atrás e chegou aos 252 quilos. Portador de obesidade mórbida, o assisense caminha firme rumo à meta de, mediante perda acentuada de massa corporal, ser submetido a cirurgia bariátrica. A assistência é da ONG Renovando como a Águia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: magenta; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>TALENTO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">As tardes de Assis e região ficam mais leves e alegres sob a voz de Regiane Santos, que ocupa o microfone da rádio Difusora AM, das 13h00 às 17h00. A locutora assume com competência o posto um dia ocupado por Márcia Gianazzi. E, convenhamos, nem é justo comparar. Regiane tem uma simpatia cativante e, sob interação da rede social Whatsapp, dá espaço para que todos participem. Blogueiro já participou, foi atendido e há meses sintoniza os 1.140 AM, estando em Assis ou Campina Grande, através do site difusoraassis.com.br.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>INCÓGNITA</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Assinantes da TV Cabo e da Cabonnet têm sido informados, nos últimos meses, sobre a posição de que uma empresa é uma empresa, a outra empresa é outra empresa. Ou seja, ser assinante da TV a cabo em nada está, mais, vinculado ou condicionado à assinatura da internet banda larga.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #20124d; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>INCÓGNITA II</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Blogueiro é assinante do serviço desde a chegada a Assis, nos anos 1990, antes de a família Rapchan assumir a gestão da TV Cabo Assis. E estranhou ao ser informado, por telefone, de que a Cabonnet não está maios vinculada à operadora de TV a cabo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #351c75; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>INCÓGNITA III</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Seja qual for a fusão ou cisão que esteja ou tenha ocorrido, Assis não dispõe dos mesmos canais que a empresa de TV a cabo oferece, por exemplo, em Ourinhos. Na vizinha cidade o site tvmap.com.br mostra grade da Cabonnet que tem canais vinculados à Globosat, como Sportv, GNT , GloboNews e Multishow. Tais opções não são oferecidas aos assinantes de Assis.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXcOyidIda_5OCgXmwZOVbB-qlpsEm-5o2jSzDKkLwrLeSNZLIug341LoitDh9NpZj8xtzdLJLHBEi2m4xgfea-SEdneK9VAlrFj2X1QkfUBb-x2qg3Eu6Xl6xPr3otcr6BoYcnWhYHGpL/s1600/Cabonnet+ourinhos.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="895" data-original-width="822" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXcOyidIda_5OCgXmwZOVbB-qlpsEm-5o2jSzDKkLwrLeSNZLIug341LoitDh9NpZj8xtzdLJLHBEi2m4xgfea-SEdneK9VAlrFj2X1QkfUBb-x2qg3Eu6Xl6xPr3otcr6BoYcnWhYHGpL/s640/Cabonnet+ourinhos.JPG" width="586" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: small;">Grade exibida pelo site TVmap.com.br mostra canais, em Ourinhos, <br />não disponibilizados em Assis</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: lime; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>EXPANSÃO</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Sócios do Assis Tênis Clube terão outras duas opções de quiosques para confraternizações em 2018. O primeiro será instalado ao final da pista de cooper/atletismo e o outro, ao lado do espaço reservado a modalidades como jiu-jitsu, judô e caratê.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b style="background-color: black;">DESPEDIDA</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Os associados do ATC despediram-se, no dia 7, de um dos funcionários mais queridos do clube. Nei, que coordenava a sauna, não resistiu à agressividade de um tumor no cérebro. Torcedor fanático do Corinthians e do Vocem, ele afastou-se das funções no primeiro semestre de 2017, quando iniciou tratamento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b style="background-color: red;">CÁ ENTRE NÓS...</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">... quem foi consultado sobre a retomada de mão dupla na Avenida Rui Barbosa?</span></div>
<br />
<br /></div>
Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0Vila Santa Cecilia, Assis - SP, 19806-061, Brasil-22.6555895 -50.422298100000035-22.659253 -50.427340600000036 -22.651926000000003 -50.417255600000033tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-77469108912108185902017-11-21T06:24:00.001-08:002017-11-21T06:24:40.232-08:00Grupo de Pesquisa sobre o Paradigma Educomunicativo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2kgWHlApGa3VecnvUAVlvp4GoQr4RGaQVEOewR80n2KD2tYc-_bkGN7vOS_XwvkmXJnNIhaM0evPDnest3qOYrGFG5D7IbZztFVNtEkDH1Exrf2lu-amh2F12z8VEECh9rC3h6pyA9K-D/s1600/Paradigma+Educom.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="714" data-original-width="1600" height="142" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2kgWHlApGa3VecnvUAVlvp4GoQr4RGaQVEOewR80n2KD2tYc-_bkGN7vOS_XwvkmXJnNIhaM0evPDnest3qOYrGFG5D7IbZztFVNtEkDH1Exrf2lu-amh2F12z8VEECh9rC3h6pyA9K-D/s320/Paradigma+Educom.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-50814647415345335762017-10-21T20:12:00.000-07:002017-10-21T20:12:19.638-07:00PRENÚNCIO - E se for agora?<div style="text-align: justify;">
<i><b>Cláudio Messias*</b></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dia desses, na solidão que me tem sido peculiar desde que optei por empregar-me a 2.800km de meu lar, fiquei a refletir sobre (a) o que fiz nesses passados 47 anos e meio de vida e (b) se compensou ter feito o que fiz.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meu primeiro sonho, na infância, conforme está registrado em meu memorial circunstanciado, que faz parte de meu projeto trienal na Universidade Federal de Campina Grande, era desmaterializar-me na condição de um dos agentes que, na minha infância, faziam o meu imaginário de ouvinte infantil de rádio. Por mais de duas décadas fui radialista, jornalista, comentarista de TV, enfim, exerci o mercado da comunicação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A mulher que mudou minha vida e deu-me apoio em tudo o que fiz também foi o norte para que eu chegasse onde estou hoje. Minha esposa, com quem convivo desde os 19 anos, sempre foi meu parâmetro para superar as adversidades. Também nasceu na pobreza da zona rural, cresceu sob a dificuldade de não ter tudo o que comer, roupas a vestir e, muitas vezes, condições mínimas para estudar e seguir em busca dos objetivos principais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De jornalista a professor, transitei por esses caminhos profissionais segurando as mãos de Rozana. Uma negra que formou-se no ensino superior, lecionou na rede pública do Estado de São Paulo, fez mestrado e doutorado, tudo em instituições públicas e sem precisar ser beneficiada por cotização. Agora, nesse momento, encontra-se na Georgetown University, em Washington DC, em pós-doutoramento com bolsa Fapesp. Não é qualquer pessoal, não é qualquer educadora, não é qualquer pesquisadora e, digo com propriedade, não é qualquer esposa ou qualquer mãe de familia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Iniciei a saída do jornalismo aos 33 anos, quando fui demitido em derrota na afronta a um editor de jornal na cidade de Marília. De marido desempregado, que para alguns parentes era folgado e vagabundo, sustentado pela esposa, formei-me em História na mesma Unesp-Assis que a esposa. Seis anos como professor na rede pública do Estado de São Paulo, uma especialização (ainda não concluída) em Comunicação Popular e Comunitária na UEL-Londrina, docência no ensino superior privado, mestrado e doutorado na USP e, nesse ínterim, aprovação em concurso público na Universidade Federal de Campina Grande.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um casal com história de vida correlata. Uma vida a dois que está completando 28 anos em 2017. Dois filhos maravilhosos. E, claro, uma vida familiar como todas as demais, com seus conflitos, suas incoerências, suas baixarias. Coisa de gente normal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, o que me fez parar para pensar se compensou chegar até aqui da forma como estou chegando está relacionado a saúde. À minha saúde. Como registrei cá, nesse blog, já cheguei aos meus 104 quilos, resultado de uma vida sem controle alimentar adequado. Somado a isso, um histórico familiar de cardiopatia que só descobri em 2010, quando meu pai, José, foi submetido a cirurgia na Santa Casa de Presidente Prudente. E, sim, por ser congênita, a doença denominada isquemia miocárdica grave escolhe a esse filho de José, que aqui escreve, para iniciar uma fase interminável de sofrimentos.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O cardiologista Lisandro, que fez a cirurgia em meu pai, alertou-nos, em família, em 2010, sobre o fato de aquela cardiopatia ser congênita. E que os 4 filhos de José deveriam precaver-se. Desde então, iniciei monitoramento com cardiologista em Assis e iniciei controle alimentar que tirou-me 10% do peso. Nada, contudo, que alterasse o quadro de portador da isquemia miocárdica grave.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já relatei, cá no blog, a cirurgia cardíaca a que fui submetido em 2015, na Santa Casa de Marília. O que não relatei e não tenho relatado são as sequelas desse procedimento.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Recebi quatro pontes de safena e uma ligação de mamária em 13 de fevereiro de 2015, depois de dois enfartos. Naquela data eu encontrava-me ocupando o cargo de docente na Universidade Federal de Campina Grande e com doutoramento em andamento na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Somado a isso, fazia o acompanhamento da saúde de meu pai, que desenvolvera a doença miastenia gravis pseudo paralítica como decorrência da cirurgia cardíaca.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Resumindo, cuidei de meu pai, mantive como pude as atividades na Universidade e concluí meu doutorado, na USP, com um ano e dois meses de antecedência ao prazo regular. Defendi minha tese em 20 de fevereiro de 2017. E, então, tudo caminhava para uma tranquila condução de minha vida profissional, conciliada à minha vida pessoal, familiar.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meu diploma de doutorado ficou pronto, na USP, na última semana de julho passado. Pedi, pois, afastamento na Universidade e cá vim buscar o documento que almejei em 2003, quando saí de Marília e decidi trocar o jornalismo pela sala de aula. As datas de retirada do diploma coincidiram com (a) a ida da esposa aos EUA, para período de seis meses de pós-doutorado, e (b)o Dia dos Pais.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acompanhei a esposa até Guarulhos, para embarque rumo a Washington, na mesma data em que retirei meu diploma de doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. Na segunda-feira seguinte eu retornaria a Campina Grande, mas, antes, no domingo, passaria o Dia dos Pais com meu pai, José, e, claro, meus irmãos e meus dois filhos.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só que às4h50 do segundo domingo de agosto fui acordado por uma dor aguda, igual ou mais forte do que dores que havia sentido em duas ocasiões anteriores e que levaram-me, na ocasião, à mesa de cirurgia. Antes das 7h00 meu filho Vitor, acompanhado de minha maravilhosa nora Júlia, estava comigo no Hospital e Maternidade de Assis. Sim, era o terceiro enfarto. O primeiro após a cirurgia de 2015.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alguns sinais foram dados, pelo meu organismo, de que as coisas não estavam bem. De fevereiro até agosto por diversas vezes passei mal na universidade, algumas delas dentro de sala de aula. E na solidão de quem vive e convive sozinho, perturbações que nos fazem fugir do controle da razão, chegando a especular o pior de todos os fins.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com esse terceiro enfarto o coração, que já nao estava bom, ficou ainda pior. Enfraqueceu. Descobri, pelos cardiologistas, o que é a bradicardia. O bichão não bombeia sangue como deveria, a todos os órgão vitais, e em algumas circunstâncias isso provoca panes. Em síntese, quando estou em prática de atividades físicas o coração corresponde, sem problemas. Mas, quando em repouso, vem a angina, que é a dor provocada justamente pelo fato de o bombeamento de sangue não ser suficiente.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que vejo, hoje, é um Cláudio Messias que aos 47 anos de vida ouve dos médicos que não compensa abrir novamente o peito e mexer no coração, passados apenas dois anos e meio após a cirurgia. O que resta é administrar o quadro com medicamentos e, dia após dia, vivenciar eventos diversos, como madrugadas de sono interrompidas sempre às 4h00, com o coração dando o recado de que, sim, tem muita coisa errada acontecendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De todas as lições que tiro disso tudo, a melhor é aquela que ouvi de Francisco Faro, psiquiatra que desde o ano passado ajuda-me, em tratamento, a administrar minha vida emocional. Aprendi a dizer "não". Se não estou bem, não faço. E não estou bem.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Depois da cirurgia de 2015 perdi a confiança no futuro vindouro. Mas, com o pai em situação de saúde que exigia a minha presença contínua, um doutorado que exigia-me madrugadas de produção textual e leituras de livros e um emprego que revelou-me com quem poder e não poder contar, não tive outra alternativa a não ser colocar essa incerteza de vida vindoura em segundo plano.</div>
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<br /></div>
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Agora, do dia dos pais para cá, com o susto do terceiro enfarto, voltei à estava zero da incerteza sobre o que vem pela frente. Continuo e não arredo pé de minha disposição por dizer "não" quando não puder fazer. Mas, não sei planejar o amanhã.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora mesmo o relógio marca 1h10 de uma madrugada de domingo. Venho de uma noite anterior interrompida às 4h30, pela dor aguda no peito. Tomo meus remédios, aguardo o efeito e confio que não será necessário, de novo, meu filho correr comigo para o hospital.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nessas madrugadas de sono interrompido pela cardiopatia fico a pensar. Um doutor, docente em universidade pública, talvez prestes a enfartar pela última vez, perambulando pela casa, enquanto aqueles que o criticavam e criticam, sem ter feito metade do que fez, repousam na tranquilidade.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ver o sol raiar, como fiz hoje, soa como alívio, pois a alvorada coincide com o efeito do medicamento que controla o bichão dentro do peito. Reforço minhas orações a Nossa Senhora de Fátima e ao deus como defino como Força Criadora, e confirmo que não, não foi dessa vez que parti.</div>
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<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Poucas vezes arrependo de algo que tenha feito. Talvez saiba contar nos dedos eventos dessa natureza. Não, não ser agora que irei relatar um arrependimento. Contudo, a sensação de prenúncio de fim me faz querer pedir mais tempo. Tempo de concluir o que comecei. Tempo de ver o que ainda não vi. Tempo de não dar a meus pais aquela que talvez seja a pior das amarguras, que é inverter a ordem e despedir-se de um filho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i><b>* Professor universitário e jornalista, é doutor em Ciências da Comunicação pela ECA-USP.</b></i></div>
Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-60841074590547668022017-06-20T13:51:00.002-07:002017-10-21T19:07:27.222-07:00INTROSPEÇÃO - A boa conversa como remédio, nem que seja com desconhecidos<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Como definiu um dos cardiologistas que em 13 de fevereiro de 2015 implantaram-me quatro safenas e uma mamária, nosso organismo funciona tal qual um veículo automotor: depois da primeira retífica, haja manutenção periódica!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Por esses dias de São João no Nordeste cá estou, novamente, reparando a carcaça, em manutenção. Algumas alterações daqui, dores dali, mas a vontade continuar vendo nascente e poente do astro maior, de preferência com os pés no chão, sobressai.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Entre um agendamento e outro, nas clínicas da vida, fui, ontem, levar Júlio, o caçula, a Cornélio Procópio, para a derradeira semana de aulas antes do recesso julino. Faço o caminho por Palmital>Andirá>Bandeirante>Santa Mariana>Cornélio. Não só por recusar-me a pagar 40 reais em um único pedágio, em Sertanópolis, no caminho por Sertaneja. Sim, por sentir-me mais em casa no trajeto que passa pelo distrito de Nossa Senhora Aparecida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Essa localidade é mais um vilarejo do que necessariamente o que as políticas públicas denominam como distrito. Passo, ali, desde os anos 1990, logo após a construção da ponte que, parte das obras de compensação ambiental do complexo hidrelétrico de Canoas, liga os estados de São Paulo e Paraná. Caminho, nosso, para as viagens rumo às praias do litoral Sul.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">'Aparecida', como resumidamente é chamada a localidade, é cortada pela rodovia. Um obstáculo faz com que os expressos visitantes a percebam. Não fosse esse redutor de velocidade e as aproximadamente cinco quadras com residências e comércio se resumiriam a uma visualização feita em menos de 10 segundos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Júlio, o caçula, estuda em Cornélio Procópio desde 2015. Há dois anos, portanto, sempre que posso, o levo por esse trajeto. Sem, contudo, jamais ter parado em Aparecida, apesar de esse desejo sempre ser manifestado a meus acompanhantes de viagem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Apreciador que sou, com moderação, de uma cerveja (a única bebida alcoólica que consumo, ainda assim misturada, quando possível, com cerveja sem álcool, preferência que explico em outra postagem), sempre imaginei parar em um dos botecos de Aparecida. Não exatamente para beber, pois o compromisso ao volante exige o contrário. Mas, para prosear.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nas incontáveis vezes por que passei em Aparecida sempre tive a sensação de que os frequentadores de boteco, ali, são diferentes. Ninguém com aspecto de "beber, cair, levantar". O oposto: pessoas que encontram-se mais para comunicar-se do que para beber. Aquelas circunstâncias em que se tiver algo para comer e para beber, ótimo, pois, se não tiver, falta não fará.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Ontem, Júlio estava com tosse e dores no corpo, prenunciando gripe. Em vez de colocá-lo no ônibus, resolvi levá-lo a Cornélio. Saímos de Assis por volta de 17h15, a tempo de ele pegar o início da aula às 19h30. Passamos por Aparecida 35 minutos depois, com a noite já predominando. Avistei, então, os botecos com seus frequentadores, e logo imaginei que, no retorno, se o movimento continuasse aquele, eu enfim pararia em um dos bares.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Viagem tranquila até Cornélio, as malas do filho deixadas no apartamento em que mora, o próprio ficando na universidade e... estrada de volta. Passei por Aparecida por volta de 20h10. Os botecos estavam esvaziados. Com a velocidade bem reduzida fui desistindo da parada, convencido de que ficaria para uma próxima ocasião. Até que o último bar à direita tinha dois senhores ao balcão, sendo atendidos pelo casal proprietário do ponto comercial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Estacionei o carro, desci e, quando entrei, pairou aquele silêncio que faz lembrar os filmes de faroeste. A conversa cessou e logo um dos clientes já anunciou que tinha esgotado a cota do dia e precisava ir embora. Foi quando pedi um refrigerante e logo anunciei que estava, ali, realizando uma vontade, de parar em Aparecida e dialogar com pessoas daquela localidade. Pedindo, claro, desculpas por interromper a conversa em andamento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Sentado em uma banqueta, ao balcão, peguei o celular e atualizei a visualização de conversas no whatsapp, tentando garantir a privacidade de quem ali já estava. Olhos no aparelho celular mas ouvido nas conversas, que continuaram. Soube, por exemplo, que ali um frango caipira sai por 20 reais, o quilo da linguiça de porco, "das boas', sai por 12 reais e que é possível encomendar de milho verde a mandioca e banana, desde que passando para pegar um dia depois.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Intrometi na conversa e perguntei se ali havia, também, o hábito que se tem no Nordeste de distinguir galinhas de granja, caipira e de capoeira. Logo meus (novos) colegas de bar já disseram que galinha de capoeira era um costume que se tinha, vindo de Minas Gerais, de definir galinha caipira criada solta. Foi, então, que pontuei que em Campina Grande a galinha de capoeira é aquela que, selvagem, é criada sem qualquer intervenção humana ou urbana. E tive de explicar melhor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Àquela altura, o colega que dizia estar na hora de ir embora pediu mais uma lata de cerveja. Seu interlocutor, também colega, pediu mais uma dose de Contini. Até o proprietário do bar abriu uma latinha de Skol. Estava, pois, consolidada uma roda de conversa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Ficar sentado naquela banqueta fazia com que a compressão do meu canal da ureter, que tantas dores tem me provocado nas últimas semanas, tornasse o quadro agudo. Mas, eu insistia naquela tarefa de suportar a dor, mas curtir a conversa. Que meus interlocutores são trabalhadores do campo eu não tinha dúvidas. Mas, eles não sabiam que eu era, o que faço da vida. Não que, claro, eu não visse nos olhos de cada um a curiosidade para perguntar: "o que você faz da vida?".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Esclareci sobre minha profissão, de professor paulista que dá aulas na Paraíba, sob olhares atentos cujos donos repetiram uma pergunta frequente a meus ouvidos há mais de quatro anos: e como faz pra ficar tanto tempo fora de casa sem, sem... você entende, né?! Expliquei, claro, que minha família ora vai a Campina Grande, oras me recebe aqui, como agora, e que levamos muito bem essa vida de cada parte estar num canto desse país continental.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Aquela prosa toda avançou pela noite. Já passava das 21h30 quando a senhora, esposa do proprietário do bar, aproximou-se dele, transparecendo o código de linguagem não-verbal que 'diz' mais ou menos assim: "chega". Minutos antes, um dos colegas que estavam na conversa havia se despedido, dizendo ter um compromisso na casa de um parente. Foi e voltou em questão de 10 minutos, reclamando que haviam combinado algo com ele e 'furado'.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Tomei a iniciativa de ser o primeiro a encerrar aquela deliciosa conversa, constrangido com o fato de a esposa do dono do bar querer o fechamento do ponto. Foi quando esse colega de boteco, que havia ido embora e retornado, assim definiu aquele primeiro encontro com o colega paulista-paraibano: "quando eu vi que meu compromisso em família havia furado, peguei a bicicleta e corri de volta pra cá, pra gente continuar a conversa".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">São presentes assim, em forma de amizade, que fazem os botecos ambientes de socialização que remetem ao que a minha prática de professor pesquisador contextualiza como ecossistema comunicativo. O que prevalece, ali, é a comunicação popular, circunstância em que as relações inter-pessoais são baseadas no pertencimento, ou seja, aqueles colegas que lá se encontravam bebendo e conversando tinham e têm a sua própria rotina e seus códigos de vivência, e não abrem isso a qualquer intruso ou estranho. Foi necessário uma ação de intervenção, de gestão da comunicação, para que eu me aproximasse, me apresentasse, tornasse parte do diálogo, comprovasse meus interesses em nada conflituosos com o que aspirava o grupo e, assim, fosse incluído como parte comum daquele coletivo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">As sequelas de episódios anteriores à minha cirurgia cardíaca me impedem, hoje, de guardar alguns dados na memória. É dessa forma que os nomes dos colegas que conheci ontem não foram arquivados na minha cabeça. Importância subjetiva, pois na minha próxima vinda por essas terras lá estarei, novamente, para uma passagem em prosa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Agora, em vez de forasteiro, chego a Aparecida como convidado desses colegas. Um ofereceu-me almoço com carne de porco, enquanto o outro afirmou que frango caipira igual ao de sua esposa não se encontra nos arredores. Longe, óbvio, essa intenção em meus planos, pois passei em Aparecida, mesmo, para dialogar com pessoas que, sabia, são humildes e encontram-se fora de meu universo de trabalho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Às vezes (para não dizer 'sempre'), precisamos sair do ninho, romper a cerca ou deixar a zona de conforto para conhecer o novo. O mundo lá fora não é diferente do nosso, é igual. As pessoas têm problemas, choram, lamentam perdas, decepcionam-se com a política, têm desejos diferentes e buscam compensar as frustrações de alguma forma. Nós é que nos auto isolamos do mundo, muitas vezes sob uma arrogância que nos torna desumanos, enquanto entendemos ser o suprassumo da humanidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">No reino da hipocrisia. boteco é lugar de perdição, por conter bebida e pessoas que as consomem. Mas, não. Boteco é uma empresa como outra qualquer, recolhedora de impostos, empregadora formal. Quem por ali passa faz parte da engrenagem que movimenta o mundo, ou seja, é parte de um sistema a que denominamos capitalismo. Basta olhar para os arredores e, visualizando de cima, entender que há, na sua cidade, mais botecos do que igrejas, supermercados, escolas e restaurantes de luxo. Com o diferencial de que o público, ali, frequenta escolas, igrejas, supermercados e restaurantes de luxo, sem, contudo, a convenção social de que frequentadores de igrejas, escolas, supermercados e restaurantes de luxo admitirem ou conceberem-se enquanto frequentadores de botecos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">E é exatamente isso que faz do boteco um ambiente ímpar. Por mais que você ali adentre e beba um refrigerante, a maior parte da sociedade hipócrita o olhará de esgueio, como se tu fosses um imperfeito. E imperfeitos todos somos, desde que nascemos. O que nos diferencia é que alguns lidam com a imperfeição sob a harmonia da conversa, das relações inter-pessoais, enquanto outros, sob a égide da pseudo busca pela perfeição, isolam-se na amargura que é dialogar com o próprio ego.</span></div>
<br />
<br />Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-16997416515431803812017-04-03T14:02:00.001-07:002017-04-03T14:02:18.425-07:00ODORICO CONTURBADO - Fiscal de outdoor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFBjFBFUtIr8wy9WiUIcBwSk_7rWSkWOQzOPjIXtgWvTjGiBwXZGutcKhfzXLSy5qgnCrHGbkZet-j52PdmstL-TGqk0GgfcP6rKhZae6yf-_JlqPjNLpjhiVZLYvpMM0U2rL5VmtOCwYf/s1600/Odorico+Conturbado+Fiscal+de+Out-door.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFBjFBFUtIr8wy9WiUIcBwSk_7rWSkWOQzOPjIXtgWvTjGiBwXZGutcKhfzXLSy5qgnCrHGbkZet-j52PdmstL-TGqk0GgfcP6rKhZae6yf-_JlqPjNLpjhiVZLYvpMM0U2rL5VmtOCwYf/s640/Odorico+Conturbado+Fiscal+de+Out-door.jpg" width="634" /></a></div>
<br />Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1726528485735619863.post-54106909739567611152017-03-28T07:44:00.000-07:002017-03-28T08:47:37.739-07:00CIDADE DO ROMBO - Quando no país da carne fraca a cultura e o esporte são cutículas<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><i><b>Cláudio Messias*</b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nos anos 1990 o município de Paraguaçu Paulista deu algumas lições, políticas, sobre como fazer a gestão pública que contemple as necessidades básicas da população, previstas utopicamente na Constituição Federal e, concomitante, necessidades que a maioria absoluta dos prefeitos e vereadores concebe como não tão básicas assim. Não citarei nomes para não evidenciar que esses próximos parágrafos tenham qualquer encomenda partidária, como pré-definem, nas últimas semanas, cabeças porosas que a partir de 2017 assumiram o pseudo poder na Sucupira do Vale.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Mas o assunto inicial aqui é Paraguaçu Paulista, que apesar de figurativamente ser sobrenome de Odorico, serve apenas de parâmetro para o que o blogueiro quer expor em se tratando de conflito de interesses. Pois foi Paraguaçu, com pouco mais de 30 mil habitantes à época, que duas décadas atrás, apesar do perfil socioeconômico essencialmente agrícola e pecuário, protagonizou uma verdadeira revolução social entre os municípios vinculados ao então Cierga, hoje Civap (nomes diferentes para um consórcio que reúne prefeitos e vereadores do denominado Médio Vale do Paranapanema).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Fazendo um recorte histórico, temporal, temos nos anos 1990 um planeta que via-se ante ao fim da Guerra Fria, um Brasil com índices de inflação que faziam, em dinheiro de hoje, 1 real valer 10 centavos depois de trinta dias e um caos na educação que mostrava 3 a cada 10 brasileiros sem saber sequer assinar o próprio nome. No esporte, nosso único orgulho era um personagem da elite, Ayrton Senna, que estourava motores, brigava literalmente no braço por seus objetivos e subia ao pódio da Fórmula 1 com certa regularidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nesse cenário desfavorável Paraguaçu Paulista não aquietou-se. Fora da zona de conforto, estruturou a rede municipal de ensino, investiu pesado em cultura e criou condições público-privadas para que o estádio municipal Carlos Affini recebesse jogos profissionais no gramado, e público (pessoas) nas arquibancadas. A tríade educação-cultura-esporte funcionaria, pois, a pleno vapor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Naqueles anos 1990 o blogueiro que cá escreve transitou, profissionalmente, do meio rádio para o meio impresso. E foram dez anos de uma rotina permanente deslocando-se de Assis a Paraguaçu Paulista. Por exemplo, em 1990, mesmo Assis dispondo do recém-reformado teatro municipal Padre Enzo Ticcinelli, era o teatro Lucila Nascimento, em Paraguaçu, que recebia os mais importantes espetáculos. E foi lá, no camarim daquele espaço, que o blogueiro entrevistou, por exemplo, Fernanda Montenegro, antes do monólogo 'Dona Doida". Diálogo, por sinal, inesquecível, por fatores já aqui expostos, nessas páginas do Blog.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nos mesmos anos 1990 o Esporte Clube Paraguaçuense, o Azulão da Sorocabana, fez uma trajetória que na época era comum entre clubes como Novorizontino, São Caetano e Matonense. Saiu da Série B-2, em que estava o Vocem, e chegou à Série A-2, conquistando o acesso ano a ano, sucessivamente. O estádio Carlos Affini não tinha a capacidade do recém-inaugurado Tonicão de Assis, mas dispunha do básico, ou seja, setor de arquibancadas coberto, gramado excelente e sistema de iluminação para jogos noturnos.</span></div>
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<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-size: large;">Domingo de jogo no Carlos Affini tinha uma cena peculiar na rodovia Assis-Paraguaçu. Principalmente por volta das 17h30 (sim, os jogos naquela época começavam 15h30, quando não às 15h00), formavam-se filas de automóveis no sentido Assis. Assisenses que não tinham futebol profissional para ver na cidade se deslocavam para ver o Paraguaçuense na A-2. E eram jogos que valiam o esforço, considerando a rivalidade existente entre o Azulão e clubes como Noroeste, Francana e Sãocarlense.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Na educação, a estruturação do plano de carreiras dos professores municipais, anterior à desastrosa municipalização do ensino implantada na mesma década, fez movimento semelhante de migração. Se para assistir espetáculo teatral ou musical de qualidade e ver jogo de futebol da qualidade da Série A-2 o assisense ia a Paraguaçu, para trabalhar na educação o mesmo ocorria. E foram muitos os professores da educação básica que preteriram o Estado e preferiram o vínculo com a Prefeitura de Paraguaçu.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Nessas últimas duas décadas a população de Paraguaçu aumentou em torno de 50%. Parte das políticas de investimento em cultura, esporte e educação foi mantida, não necessariamente na proporção do que foi visto nos anos 1990. Hoje estância turística, a localidade é, indiscutivelmente, um referencial. Cidade simpática, limpa, com estrutura urbana elogiável, respeitando-se os limites de investimento público para uma localidade de pequeno porte. Sim, claro, problemas com violência urbana também atípicas para um município do porte prevalecem.</span></div>
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<span style="font-size: large;">O circuito gastronômico de Paraguaçu coloca qualquer cidade de maior porte do Civap para trás. Logo, quem hoje investe e tem retorno em restaurantes e bares cujos preços, acima da média, são compatíveis à qualidade do cardápio, do menu, é sabedor que o público, ali, não é qualquer um. Seguindo o cerne do raciocínio aqui colocado nesse texto, o público adulto que justifica a manutenção de pizzarias, barzinhos, sorveterias e restaurantes era, em Paraguaçu, jovem, adolescente ou mesmo criança nos anos 1990. Acesso a educação, cultura e esporte de qualidade, pois, dá resultado a longo e médio prazos.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Ser gestor público, outrossim, não é olhar para o próprio umbigo, mensurando a pseudo popularidade que o cargo hipoteticamente representa. Alguns dos gestores que passaram pelo gabinete da Prefeitura de Paraguaçu Paulista não estão vivos, hoje, para ver esse igualmente hipotético exemplo que o blogueiro elenca. Aliás, a própria política pública de educação daquele município já não é mais a mesma, submetendo o professorado a uma vexamitosa desvalorização. Mas, os resultados são mensurados, sim, com elementos de vínculo entre a cultura do presente e os investimentos do passado.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Blogueiro assiste, à distância, o debate em torno da possível fusão entre a Autarquia Municipal de Esportes de Assis e a Fundação Assisense de Cultura. Duas autarquias cujos custos, pelo argumento de quem está na gestão do município, oneram os cofres públicos em meio a um momento em que há buraco para tudo na cidade: buraco aberto pela chuva na avenida Otto Ribeiro, buraco de 60 milhões nos cofres da Prefeitura, buraco por quase todas as ruas 'transitáveis' e buraco na base desse discurso todo.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Necessário voltar aos anos 1990 e recordar em que circunstâncias as duas autarquias foram criadas e, nessa linha do tempo, mensurar parte do que cada pasta trouxe de conquistas. Antes da Autarquia havia a Comissão Central de Esportes, à qual era vinculada a Liga Assisense de Esportes. A cidade tinha torneios que lotavam o Gema e, depois, o Jairão. A Copa Assis de Futsal parava a cidade em suas decisões. O Tonicão, eternamente inacabado, assim como o Marcelino de Souza, recebiam a Taça Prefeitura e o Torneio Ademir Marcelo. A lenda, à época, era que jogos do varzeano e do futebol amador levavam mais público do que o Vocem em sua fase de crise extrema.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Na cultura o antigo Cine Pedutti, que depois chamou-se Cine Regina, foi assumido pela FAC, que por sua vez representou, em sua criação, a junção de serviços de cultura popular como o Semear e o Semearte. Um espaço (o cinema) não muito aproveitado e que, não prioritário nos investimentos, sucateou-se. Igual destino o teatro Enzo Ticcinelli só não teve porque passou a ser a sede da própria FAC. Um espaço, contudo, mais ocioso do que aproveitado, considerando a baixa frequência com que espetáculos do circuito nacional passam por Assis. Teatro com a fama de uma das melhores acústicas do circuito teatral brasileiro, com gestão não tão compatível a essa condição.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Juntas, FAC e Autarquia de Esportes já proporcionaram, sim, emoções coletivas que ficam na memória da população hoje jovem ou adulta precoce. Jogos memoráveis do Conti Assis, no Jairão, como na final do Torneio Novo Milênio, e os festivais Cristal in Concert, no teatro. Dois exemplos muito significativos, pois o que mais deu certo, em sucesso de público, no esporte e na cultura de Assis nesses últimos 20 anos, advém de parceria com a iniciativa privada. Trata-se, nesse ínterim, da tal parceria público privada, a PPP, que muitos criticam ou criticaram no passado.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Desnecessário, mas necessário, referir ao incalculável número de pessoas formadas nas escolinhas mantidas pelas duas autarquias, quais sejam, AMEA e FAC. Muitos profissionais liberais hoje consagrados pela micro-economia do município aprenderam ou desenvolveram suas habilidades culinárias ou artesanais em cursos mantidos pela FAC, realidade igual à de inúmeros jovens e adultos que um dia ocuparam vagas nas escolinhas de esportes da AMEA.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Blogueiro confessa não saber, ao certo, o que há de ruim ou o que pode haver de bom na junção de FAC e Autarquia de Esportes em um departamento da Secretaria Municipal da Educação. Misturar verbas de educação e cultura não dá certo, todos sabemos. No orçamento, acaba sendo como o vale-alimentação que é pago em dinheiro no holerite: em questão de meses é incorporado na receita e, quando usado em despesa, desaparece. E comprovação pragmática disso foi o que obrigou Temer, o ilegítimo, a juntar e logo depois separar os ministérios da Cultura e da Educação, no ano passado.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Educação, esporte e cultura são tão básicos quanto necessários nas políticas públicas que contemplem acesso da população aos direitos que lhe são garantidos pela Constituição desde 1988. Trata-se de uma tríade indissociável enquanto ações de governo que busquem a formação de cidadãos autônomos e conscientes, com acesso ao belo em seu estado de arte. Juntá-las sob uma única cabeça que decide, porém, significará uma decisão cruel ao gestor que está à frente da Prefeitura: trocar, menos de 100 dias após a posse, quem está no comando da secretaria municipal da Educação. Afinal, quando da escolha desse nome, a fusão não era factível.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Sou contra mudanças radicais como a que mexe na cultura e nos esportes usando como discurso crise financeira ou situação de momento do país e do mundo. Foi investindo em educação e cultura que nações como Japão e Alemanha ressurgiram no pós-guerra e hoje figuram como as economias mais sólidas dos continentes asiático e europeu, respectivamente. Não sabemos, aqui nesse país, o que seja uma revolução. Não experimentamos a guerra. Mas, em contrapartida, nos especializamos em adotar discursos pobres que, em sua essência, sepultam cada vez mais a nossa maior riqueza, que é a cultura popular.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Os olhos que hoje enxergam a realidade de Assis norteiam as bocas que falam meias verdades sobre a cidade. Assis não está um caos político-administrativo porque o ex-prefeito foi péssimo. Está assim porque houve uma série sucessiva de maus gestores nesses últimos 20 anos, cada qual com seus defeitos e virtudes. Alguns com mais defeitos do que virtudes, outros com mais virtudes do que defeitos. Fico, cá sentado, esperando a chegada do gestor que não assuma o complexo de vira-lata e diga que está fazendo o que dá. Se for para assim discursar, que o próximo gestor que se proponha a administrar nem se candidate. Aliás, que a cidade tenha 2 candidatos, que seja; com propostas efetivas em forma de plano de governo, e não sete candidatos com palavras bonitas que em nada são relacionadas à realidade da relação receitas/despesas.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Estamos no sexto mandato de prefeito em que no primeiro trimestre de gestão a imprensa é chamada para mediar o choro político do caos financeiro e a aspiração da população que colocou tais figuras no poder. O atual e o ex-prefeito trocam acusações, mas são os que menos podem reclamar. Precisam saber o momento de fechar a boca. Afinal, eram vereadores quando dos dois mandatos do ex-prefeito Ezio Spera, período em que começaram a estourar os saldos negativos da gestão do município. Tiveram a oportunidade de ser oposição e articular para que o caos não fosse estabelecido. Uma parte consentiu, a outra até mesmo aderiu ao governo daquele prefeito em sua reta final. Blogueiro não vê, pois, leite nem lágrimas para derramar.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Fica a sensação de que nesses vinte anos Assis desaprendeu a fazer política. Uma Câmara Municipal apática, com poucas vozes que não falam amém para quem está no poder. O descrédito da parte representada é tamanho que falta pouco para metade da população habilitada para o voto simplesmente não ir votar, ou quando for votar, abrir mão de escolher alguém. Cidade com mais de 100 mil habitantes, para alegria dos quantitativistas, que elege um prefeito com pouco mais de 15 mil votos, para desespero de quem espera uma cidade melhor.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Aparentemente, nesse cenário todo, a tal fusão cultura e esportes vai mesmo ser vinculada à educação. Quem sabe, depois de 100 dias, seja iniciativa única que vá dar realmente certo e sair só do discurso choroso relacionado ao passado recente. Nessa utopia, quem sabe as políticas educacionais locais, enriquecidas por um esporte e uma cultura pujantes, ajudem a formar cidadãos que daqui a 20 anos cheguem aos cargos políticos e, com um pouco mais de discernimento da vida real, assumam suas candidaturas com plano de governo que considere, primeiro, a real situação do município, e, depois, ações efetivas que sejam legitimamente próprias, corajosas, e não embasadas em faz de contas.</span></div>
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<b><i><span style="font-size: large;">* Professor universitário e jornalista, é mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela ECA-USP.</span></i></b></div>
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<br />Blog do Messiashttp://www.blogger.com/profile/13146582072107314369noreply@blogger.com0