sábado, 28 de dezembro de 2013

FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA - 28/DEZ



SÓ NA SAUDADE

Fiquei mais de 10 anos sem ir ao parque de exposições "Jorge Alves de Oliveira", recinto da antiga Ficar. Ia, antes, para trabalhar, ora cobrindo eventos como jornalista, ora dando assessoria de imprensa àquele que foi, disparado, o maior evento anual da cidade, assim como do Médio Vale. Retornei ao parque na ocasião dos preparativos para o Assis Country Fest, evento cancelado em meio a uma gama de incertezas.

SÓ NA SAUDADE II

O que vi lá, no parque de exposições, é digno de dar dó. Instalações abandonadas e a sensação, para quem lá já esteve na tríade antes>durante>depois de uma edição da Ficar, de que trata-se de um ambiente de cidade fantasma. Sem a Ficar o recinto morreu. E organizar qualquer evento, lá, é como revirar o defunto, já enterrado, no caixão. Cada ano sem Ficar representa um tipo novo de depredação ao patrimônio público.

SÓ NA SAUDADE III

Observando o parque em sua parte externa, ou seja, a partir da cerca que deveria separá-lo enquanto espaço público sob a égide do município, deduzi que com um evento da magnitude com que o Assis Country Fest fora anunciado poderia haver problema. E problema sério. Com o quê? Segurança. Afinal, como conter o avanço de dezenas de milhares de pessoas que, impossibilitadas de pagar ingresso, quisessem adentrar ao parque fora do acesso pelas portarias?

SÓ NA SAUDADE IV

Com um 'grande' show por noite a Ficar colocou 35 mil pessoas no recinto em sua oitava edição, em 1995, na apresentação da hoje extinta dupla João Paulo & Daniel, em plena terça-feira. Em ano seguinte, Sandy & Júnior teriam levado mais de 60 mil pessoas ao recinto. Era uma época em que os considerados bons shows vinham à cidade no período da Ficar, ganhando críticas de pessoas que não queriam ver seus artistas preferidos no aperto em que se transformava o parque de exposições durante os 9 dias de realização da feira. Segundo os críticos, a vida cultural de Assis se resumia à semana da Ficar.

SÓ NA SAUDADE V

Há uma década sem Ficar, Assis perdeu os grandes shows. Nem entro no detalhe se 'grande' é sinônimo de 'bom'. E na carência de realização anual da Ficar ficou a expectativa pelos caros espetáculos que ora vêm cá, na Sucupira do Vale, em apertados ambientes cujos projetos não previam grandes ou boas apresentações. Daí o risco que vi na realização do evento de uma semana atrás. Dezembro, férias, final de ano, assisenses de fora retornando em visita a familiares e a possibilidade de dezenas de milhares de expectadores se dirigirem a um parque de exposições sem estrutura para comportar tal demanda.

SÓ NA SAUDADE VI

A responsabilidade, também chamada de irresponsabilidade, no caso, é toda do poder público. A Polícia Militar fez a parte dela, como é do conhecimento de todos. Para determinado contingente de público há necessidade de um efetivo de segurança, sendo uma parte de policiais e a grande maioria, no interior do recinto, de caráter privado. Mas, com o abandono do parque de exposições enquanto extensão do patrimônio do município, a Prefeitura é culpada desde a época de Carlos Nóbile, passando duplamente por Ezio Spera e seus dois mandatos e, agora, caindo no colo de Ricardo Pìnheiro. Que o susto tenha servido de exemplo e algo seja feito.

FÓRMULA VENCIDA

Organizar feiras agropecuárias de grande magnitude tem se tornado algo raro, e complicado. O primeiro evento sepultado foi a Examar, de Marília, no final dos anos 1990. Depois, vieram ExpoPardo, de Santa Cruz do Rio Pardo, e Ficar, de Assis. Mais recentemente, com a despedida ao empresário Fernando Quagliato, há dúvidas quanto ao destino da Fapi, de Ourinhos. Os motivos são sempre os mesmos: quem organiza, seja município, sindicato rural ou outras instituições representativas, fecha o evento com o saldo no vermelho, enquanto quem participa sai necessariamente no lucro, desde o público até os expositores.

TRAGÉDIA EMINENTE

No final da tarde de Natal levei meu pai e família de volta a Martinópolis, no trajeto Paraguaçu Paulista>Quatá>Rancharia. Com o testemunho da esposa, contabilizei quase uma dezena de circunstâncias em que motoristas visivelmente embriagados quase provocaram acidentes na rodovia, em trajeto de 100 km. Na totalidade dos casos, motoristas alcoolizados colocando em risco famílias inteiras, pois os veículos continham crianças como passageiros.

EM TEMPO

Semanas atrás cometi o lapso de grafar 'embriaguês' cá, no Blog, em artigo replicado (no sentido transitivo direto) no Jornal da Segunda Online. Confesso que quando escrevia o texto vi o destaque, em vermelho, do corretor ortográfico do Blogger (plataforma do Google que hospeda os blogs) e cheguei a tirar o circunflexo e, pasmem, colocar "i", de 'imbriaguês', na tentativa de verificar uma forma possível de correção. Os raros e excetos leitores contribuem, sempre, para que erros e equívocos sejam corrigidos. E de leitor paraibano veio a advertência: embriaguez. Sem acento circunflexo e com 'z'. Aprendendo depois dos 43 e levando uma surra da convicção.

FORA DO TEMPO

O jornalismo online ainda carece de aprimoramento em Assis e na região. Na pressa de formalizar o furo, o que é normal, alguns textos são lançados por sites de notícias da cidade e da região sem muita preocupação com a correção de equívocos ortográficos. O que não é normal é ignorar a necessidade de aprimoramento dos textos, depois de lançada a notícia. O resultado é uma avalanche de internautas postando comentários e/ou, pior, replicando as barbeiragens ortográficas via redes sociais. Sim, ainda exite o pior do pior: sites já tradicionais, mesmo criticados por quem os lê, permanecem omissos aos próprios equívocos. Triste e constrangedor.

SÓ NA MEMÓRIA

Todo final de ano incorporo meu lado 'Craudomiro' e faço pequenos reparos necessários para que a casa funcione. Craudomiro é o nome imaginário que dou ao personagem Cláudio Messias pedreiro/encanador/eletricista/marceneiro e, por que não, destruidor, pois nem sempre o resultado final corresponde àquilo que fora planejado na residência.

SÓ NA MEMÓRIA II

Compro meus materiais na Trevo, na avenida Dom Antônio. E como o combustível de Craudomiro é etílico, sempre faço o trajeto de volta passando... na loja da Rede Avenida da avenida Dom Antônio, onde... comprava um fardo de cerveja Antártica Subzero em lata. Que triste quando nos damos conta de que um ponto comercial com a tradição de um bairro está desativado. Sim, a loja da Rede Avenida na Dom Antônio já não funciona mais, passando por reforma, como já anunciado aqui, no Blog, mais precisamente nessa coluna, para receber a central de panificação da rede supermercadista.

RETROCESSO

A totalidade dos assisenses ficou sem opção para assistir, na TV, as meninas do handebol do Brasil se tornarem campeãs mundiais, domingo passado. Não bastava ser assinante de qualquer das operadoras, como Sky, Net, Claro,Vivo ou Oi, muito menos ter SkyGato, pois em nenhum deles há a opção do canal Esporte Interativo. Pior ainda para aqueles que assinam a Cabonnet. O canal Esporte Interativo não chega a Assis na TV aberta, nem na Cabonnet e está fora das grades das hegemônicas operadoras de TV paga do país. Rico, pobre, enfim, todos ficaram chupando os dedos na cidade, tendo de suportar a chatice dominical que as emissoras oferecem às vésperas de Natal.

VETADO

O estádio Tonicão sequer foi sondado pela Federação Paulista de Futebol para receber jogos da Copa São Paulo de Futebol Júnior, que começa semana que vem. Com a interdição do Abreuzão, em Marília, a Federação negociou com a prefeitura de Osvaldo Cruz, que mantém o pequeno e simpático estádio "Breno Ribeiro do Val', por sua vez correspondente à metade do Tonicão, mas em condições para receber jogos importantes. Lá, o estádio tem arquibancada coberta, gramado de boa qualidade e sistema de iluminação. Detalhe: Osvaldo Cruz corresponde a 1/3 de Assis, política e economicamente falando. Pequeno no tamanho, grande na eficiência e na competência.

VETADO II

Vigora há um mês relatório com os novos apontamentos feitos para que o Tonicão seja enquadrado nas normas que permitem receber jogos da Federação Paulista de Futebol em 2014. Nesse ano o estádio foi liberado na semana em que o Assisense estreou na Segunda Divisão, depois de, às pressas, ser instalado sistema de pára-raios, ainda assim sob intervenção direta da iniciativa privada.

RETORNO

Por falar em Segundona, o conselho técnico que definirá calendário e clubes participantes na temporada 2014 ocorrerá em 22 de janeiro. Sabe-se que a fórmula de disputa será mantida, com fases de grupos. A novidade será a alteração no calendário do torneio, compensando a parada de um mês para a Copa do Mundo. Fala-se em ouvir os clubes sobre as duas possibilidades: antecipar o torneio em um mês ou levá-lo até dezembro, mas sabe-se que a decisão já é levada ao conselho técnico.

RETORNO II

A Segundona exige grande efetivo de árbitros e auxiliares, pois é o maior torneio organizado pela Federação, junto com a Copa São Paulo de Futebol Jr. Por isso, começa depois da fase de pontos corridos da A-2 e da A-3. A tendência é que por isso, em 2014, não haja inclusão de novos clubes na Segundona. Pelo contrário, clubes que apresentaram problemas extra-campo e foram submetidos a julgamentos na Justiça Desportiva correm o risco de ficar 2014 sem disputar a competição.


FICOU

O meia Marcelo Oliveira continuará vindo a Assis regularmente em 2014. Ele renovou contrato por mais um ano no Palmeiras e, assim, poderá visitar sem maiores transtornos o sogro, Alfeu Vopini. O jogador é considerado peça-chave no esquema do técnico Gilson Cleina, a quem é atribuída sua permanência no clube da capital.

BOLHA

O mercado imobiliário de Assis viveu em 2013 o maior aquecimento da história. Com a vinda do residencial Dhamas, formalizada há quase três anos, tem sido girado inédito montante de investimento em três setores básicos da construção civil: o de projetos, o de execução e o de decoração. Algo em torno de 80% do primeiro pacote de comercialização está praticamente fechado nesses três patamares de gestão naquele que é considerado o maior empreendimento de alto padrão da história da Sucupira do Vale.

BOLHA II

Com esse cenário repete-se uma tendência verificada em outros condomínios da cidade. Se, primeiro, surge um determinado empreendimento, a classe mais abastada lá corre para estabelecer-se. Quando outro, e melhor, empreendimento aparece ocorre a transição desses poderosos ao novo e praticamente cessa-se a procura por imóveis vagos no empreendimento anterior. Segundo analistas do setor, com o Dhamas a tendência é de estagnação de condomínios que, nobres, sequer chegaram a 50% de comercialização de suas áreas ainda disponíveis. Em resumo, tem muita oca para pouco cacique na cidade.

BOLHA III

O impacto, já em 2014. para o planejamento urbano de Assis será considerável. A primeira consequência tende a ser a popularização dos valores de imóveis nos primeiros condomínios, principalmente aqueles com alto índice de áreas ociosas. Aqueles que têm imóveis e estão estabelecidos e confortados nesses empreendimentos tendem a sentir o impacto, gradativamente, da chegada de vizinhos não tão abastados.

PRÓS E CONTRAS

Na próxima coluna eu manterei cá, no Blog, a tradição que iniciei em minhas colunas da época em que colaborava com um site de notícias da cidade. Farei o Top 10 com o que mais aprovei e com o que mais reprovei na rotina da Sucupira do Vale nesse ímpar ano de 2013.

CÁ ENTRE NÓS...

... e o imbróglio da renovação de contrato com a Sabesp, como fica? Ou precisaremos ter um prefeito advogado, no futuro, que resolva esse tipo de pendência contratual?


IMAGEM DA SEMANA

SECURA - Voltou a chover em Assis na véspera do Natal. Mas, os quase 30 dias de estiagem trouxeram um prejuízo pouco notado na cidade, acalentada pela temperatura amena principalmente no cair das noites. Se fez calor moderado durante o dia, desde o final de novembro, a partir do início das noites as temperatura ficaram abaixo dos 20 graus, chegando, inclusive, a exigir cobertura com lençol e  madrugadas com 16 graus. Na zona rural os agricultores, principalmente aqueles que plantaram soja e milho já na transição da safra de inverno com a safra de verão, perderam o sono, mesmo com madrugadas típicas para o bom repouso. Sim, faltou chuva no momento mais importante de desenvolvimento das plantas. Conheço propriedades onde a soja, que nessa época do ano costuma apresentar coloração verde-escuro e crescimento que a coloca a uma altura de 60 centímetros, está verde-amarelada e com pouco mais de 30 centímetros de estatura. Assim, a perspectiva de super-safra, lançada pelo Ministério da Agricultura em outubro, saiu da pauta e ninguém fala mais nisso. Além do Médio Vale, ou seja, do Sudeste, o Sul e parte do Centro-Oeste, maior berço de produção de grãos do país, amargaram falta de chuva. Os estados mais afetados são São Paulo e Paraná, mas Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás também lamentam tal cenário. Aqui, prejuízo de 30% a 40%, dependendo da região. Cândido Mota, Palmital, Florínea, Cruzália e Platina plantaram soja e milho mais cedo e são as que mais perdem. O impacto dessa queda de produção virá no segundo quadrimestre de 2014, na comercialização da safra. Na foto acima, imagem da aproximação de massa de chuva no final da tarde do dia 22 de dezembro, tendo como fundo as instalações da antiga Ceagesp, hoje território da Aprumar, uma das mais legítimas instituições de representação dos pequenos e médios produtores rurais do Médio Vale, responsáveis por mais de 70% da produção agrícola que daqui sai.


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